23ª Conferência Nacional dos bancários e bancárias aprova plano de lutas para a categoria

05.09.2021

Encontro ocorreu nos dias 3 e 4 e contou com a participação de mais de 1.200 representantes Bancárias e bancários de todo o país estiveram reunidos nos dois últimos dias na 23ª Conferência Nacional. As programações tiveram início na tarde de sexta-feira (03) com a temática “O Brasil que queremos”. No sábado (04), outras três […]

Encontro ocorreu nos dias 3 e 4 e contou com a participação de mais de 1.200 representantes

Bancárias e bancários de todo o país estiveram reunidos nos dois últimos dias na 23ª Conferência Nacional. As programações tiveram início na tarde de sexta-feira (03) com a temática “O Brasil que queremos”. No sábado (04), outras três mesas fizeram parte da programação, entre os temas estiveram o “Retrato da categoria bancária”, “Qual sistema financeiro o Brasil precisa” e “Brasil sem desigualdades”.

A necessidade de união da categoria foi retratada entre os debates que resultaram em um plano de lutas em defesa da democracia e dos direitos da categoria. “A 23ª Conferência fortaleceu a nossa unidade e traçou um plano de lutas para revertermos o atual cenário de crise econômica, política e sanitária que atinge o país”, explica Reginaldo Breda, secretário geral da Federação dos Bancários dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul e membro do Comando Nacional.

Para o movimento sindical foi uma discussão necessária para o país. De acordo com Juvandia Moreira, presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenadora do Comando Nacional, a luta é pela garantia dos direitos e pela mudança de governo. “Sem democracia não há PLR, vale refeição e alimentação ou convenção coletiva. A Conferência mostrou a necessidade do Fora Bolsonaro, porque o Brasil só vai retomar o rumo do desenvolvimento quando colocarmos no governo outra forma de governar, priorizando a distribuição de renda, da geração de empregos e do combate à miséria”, destacou.

Debates

O Brasil que queremos

Na primeira mesa, “O Brasil que queremos”, foram destacadas a conjuntura de ataques aos direitos da classe trabalhadora e da categoria, a crise sanitária gerada pela pandemia da Covid-19 e a organização dos trabalhadores na luta por seus direitos e pela democracia.
A abertura teve ampla participação do movimento sindical bancário e destaque para a necessidade de união dos trabalhadores para derrotar o projeto de desmonte que vem sendo implementado no país.

A retomada do projeto democrático e popular foi enfatizada pelos representantes. Um vídeo foi apresentado com uma retrospectiva das negociações e das conquistas obtidas pela categoria em meio a uma conjuntura de ataques aos direitos dos trabalhadores e de crise sanitária que já matou mais de 580 mil pessoas e deixará sequelas em milhões de outras.

Retrato da categoria bancária

No sábado, a mesa “Retrato da Categoria Bancária” foi conduzida pelos economistas do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Gustavo Cavarzan e Vivian Machado, e pelo secretário de saúde da Contraf, Mauro Salles.

Durante os debates foram apresentados resultados da pesquisa sobre teletrabalho, realizada com 13 mil bancários. De acordo com os especialistas, conteúdo essencial para subsidiar as negociações, uma vez que o tema teletrabalho é uma tendência que se aprofunda. A mesa promoveu ainda, reflexões sobre a regulação e a evolução do sistema financeiro ao longo da história, consequências e movimento sobre a categoria e a sociedade. Entre os destaques estão o crescimento das cooperativas de crédito e das fintechs, as consequências da digitalização, mudança do perfil do trabalho e do trabalhador, e fechamento das agências. Também foi apresentada uma pesquisa sobre as sequelas da Covid-19 com elementos sobre retorno ao trabalho, e da capacidade laboral para quem pegou Covid e apresenta sequelas.

Qual sistema financeiro o Brasil precisa

Já a temática “Qual sistema financeiro o Brasil precisa”, conduzida pela economista Fernanda de Freitas e pelo economista Ladislau Dowbor, levantou o questionamento sobre o Brasil que a gente quer. Entre os destaques os palestrantes falaram sobre investimento no desenvolvimento e social, atuação e importância dos bancos públicos, principalmente no oferecimento de crédito ao setor produtivo, redução da pobreza e da miséria, utilidade do sistema financeiro para a sociedade e para o desenvolvimento do país, entre outros. O alerta sobre a necessidade de se pensar o sistema pelo viés da justiça e da produtividade também foi enfatizado. Especialistas destacaram ainda, a importância do sistema financeiro com o comprometimento com questões climáticas e regulação e presença dos bancos públicos.

Brasil sem desigualdade

O tema foi dividido em duas mesas, a primeira com a presença das especialistas Tereza Campello, ex ministra do Desenvolvimento Social e Maria Regina Duarte, presidente do instituto Justiça Fiscal, e a segunda com os palestrantes Gleise Hoffmann (deputada Federal), Guilherme Boulos (Coordenador do MTST) e Orlando Silva, deputado Federal (PCdoB-SP). As mesas debateram sobre escolhas políticas, políticas públicas, sistema tributário com instrumento de redistribuição de renda e combate à desigualdade, reconstrução do Brasil por meio da unidade, entre outros.

Plano de lutas

Durante a Conferência, foram avaliadas 110 propostas de resolução aprovadas em bloco por delegadas e delegados. Entre os destaques estão as resoluções para manter negociações sobre teletrabalho com todos os bancos, como forma de garantia e ampliação dos direitos; fortalecimento das negociações na mesa de saúde; regulamentação do sistema financeiro, pela adesão no grito dos excluídos/7 de setembro, pela defesa dos bancos públicos, das empresas públicas e do serviço público, pela tributação dos super-ricos, por uma reforma tributária progressiva e que distribua renda e pelo Fora Bolsonaro.

O evento também contou com a aprovação de moções em bloco, com destaque para a moção de apoio a Rita Serrano, representantes dos empregados no conselho de administração da Caixa.

“Precisaremos reconstruir nosso País e a união do movimento sindical é fundamental nesse processo”, destacou Reginaldo Breda (Feeb SP/MS).
 

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