BB volta a elevar juros no crédito a empresas

24.07.2013

O Banco do Brasil começou a corrigir excessos no processo de redução das taxas de juros iniciado em abril do ano passado. Levantamento feito pelo Valor, com base em dados do Banco Central, mostra que o BB elevou em mais de 10% as taxas de juros cobradas nos empréstimos para pessoas jurídicas no segundo trimestre […]

O Banco do Brasil começou a corrigir excessos no processo de redução das taxas de juros iniciado em abril do ano passado. Levantamento feito pelo Valor, com base em dados do Banco Central, mostra que o BB elevou em mais de 10% as taxas de juros cobradas nos empréstimos para pessoas jurídicas no segundo trimestre deste ano em relação ao trimestre anterior.

O banco iniciou o movimento de corte de juros depois de um apelo nesse sentido feito pela presidente Dilma Rousseff, no início de 2012. De abril até o quarto trimestre, a queda média foi de 26% nas taxas de empréstimos para empresas, considerando-se as seis linhas de crédito avaliadas pelo levantamento.

Agora, embora procure ainda manter os juros em níveis inferiores aos cobrados pelos concorrentes, o BB passou a ajustar as taxas para cima. O comportamento fica bem claro na linha de desconto de duplicatas (ver gráfico), mas também pode ser observado na antecipação de recebíveis de cartões e no capital de giro de longo prazo. 

Com a alta recente, quando se compara a taxa média do segundo trimestre de 2013 com os juros cobrados antes do início do ciclo dos cortes a redução média acumulada caiu de 26% para 16%. E pode ficar ainda menor nos próximos meses, já que o ciclo de alta se intensificou em junho.

Nas operações de desconto de duplicatas, linha largamente usada por pequenas e médias empresas, a taxa média era de 2,25% ao mês no período de janeiro a março de 2012 e foi derrubada para 1,49% mensal no último trimestre daquele ano, numa redução da ordem de 30%. Já de abril a junho deste ano, a taxa média mensal subiu para 1,81%, sendo que em junho o custo ficou em 2,03%.

Embora exista o argumento de que o custo do dinheiro subiu nesse período, uma vez que a Selic aumentou 0,75 ponto percentual entre abril e junho (e em julho mais 0,50 ponto) e que as taxas futuras dispararam, o ajuste feito pelo BB supera a elevação da taxa básica do Banco Central e não foi acompanhado nem pelos principais bancos privados nem pela Caixa Econômica Federal, com a qual disputava palmo a palmo no início de 2013 a posição de campeão dos juros baixos.

Procurado, o Banco do Brasil informou que não tinha um representante disponível para comentar o assunto.

Fonte: Valor Econômico 

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