Debates com a Fenaban começam com saúde, condições de trabalho e segurança; bancos negam reivindicações

09.08.2013

  As negociações da Campanha Nacional 2013 entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban começaram pelos temas saúde, condições de trabalho e segurança. Representantes dos trabalhadores e dos bancos estiveram reunidos ontem e hoje (8 e 9 de agosto), em São Paulo, e discutiram questões como o fim das metas abusivas -umas das […]


 

As negociações da Campanha Nacional 2013 entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban começaram pelos temas saúde, condições de trabalho e segurança. Representantes dos trabalhadores e dos bancos estiveram reunidos ontem e hoje (8 e 9 de agosto), em São Paulo, e discutiram questões como o fim das metas abusivas -umas das prioridades da categoria segundo resultado da consulta nacional-, o combate ao assédio moral e medidas preventivas contra assaltos e sequestros. A Fenaban, no entanto, negou todas as reivindicações dos bancários e as negociações não avançaram.

Nem mesmo os dados apresentados pelo Comando que mostram que as más condições de trabalho adoecem a categoria tocaram a Fenaban. Segundo dados dos INSS, em 2012, 21.144 bancários foram afastados do trabalho por adoecimento, dos quais 25,7% com estresse, depressão, síndrome de pânico, transtornos mentais relacionados diretamente ao trabalho. Outros 27% se afastaram em razão de lesões por esforços repetitivos (LER/Dort). Somente nos primeiros três meses deste ano, 4.387 bancários já haviam se afastado por adoecimento, sendo 25,8% por transtornos mentais e 25,4% por LER/Dort.

Queremos melhores condições de trabalho. Fim das metas abusivas já!

No primeiro dia de negociação, o Comando Nacional deixou claro que esse ano não será possível acordo sem que o problema das metas abusivas seja solucionado. Cido Roveroni, representante da Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul (Feeb SP/MS) no Comando, afirma que as metas abusivas impostas pelos bancos estão agredindo a saúde dos funcionários e que esse tema é uma das prioridades do movimento sindical bancário.

Cido completa que os critérios para definição de metas são desconhecidos tanto pelos bancários como pelos sindicatos, por isso a categoria reivindica que os bancos garantam a participação dos funcionários na estipulação das metas e respectivos mecanismos de aferição. A proposta dos bancários diz ainda que as metas devem ser obrigatoriamente de caráter coletivo e que deve levar em consideração o porte da unidade (departamento/agência), a região de localização, o número de empregados, a carteira de clientes, o perfil econômico local, a abordagem e o tempo de execução das tarefas.

A Fenaban se limitou a dizer que as metas fazem parte do modelo de gestão, que é estratégico de cada banco e que, portanto, não podem ser discutidas pelos sindicatos.

Em relação a plano de saúde para os aposentados nas mesmas condições de quando estavam na ativa, a Fenaban disse que não discute isso na Convenção Coletiva. Outra situação abordada pelo comando diz respeito ao pagamento de salário quando o bancário é liberado para voltar ao trabalho pelo INSS, mas o banco o considera inapto. A Fenaban disse que com isso o bancário pode não querer recorrer da decisão do INSS e não aceitou a proposta.

Assédio moral

Os dirigentes sindicais levantaram ainda questões sobre assédio moral, cobrando da entidade patronal mais empenho para coibir a violência organizacional nos locais de trabalho e que permitam que os sindicatos realizem palestras e reuniões sobre prevenção nos locais de trabalho, mas os negociadores não deram respostas às demandas, sugerindo que questões como essas sejam tratadas nas mesas temáticas.

Segurança: bancos não estão preocupados com a vida

A prevenção contra assaltos e sequestros foi o principal ponto de discussão. Os bancários reivindicam proibição à guarda das chaves e acionadores de alarmes pelo empregado, sendo esses serviços responsabilidade de empresas especializadas em segurança, porém, a Fenaban não aceita a tese de que o portador da chave está exposto a risco. Para os bancos, “a chave não é a causa do sequestro”.

Em relação ao transporte de valores, o comando cobrou o cumprimento da cláusula 30ª da CCT e denunciou casos em o transporte de numerários estava sendo feito por bancário. Ou seja, para economizar, os bancos não estão contratando carro forte e colocam em risco a segurança do empregado.

Foram levantados pontos como custeio dos remédios em caso de assistência médica às vítimas, estabilidade para o bancário vítima de sequestro, entre outros, porém os debates também não avançaram. Para a Fenaban, o projeto-piloto de segurança, conquistado na última CCT, já resolve todos os problemas.

Diante da postura intransigente dos banqueiros, o Comando conclama os bancários e bancárias para a mobilização. #VemPraLuta

A próxima negociação está agendada para os 15 e 16, para tratar do tema emprego.
 
*Com informações da Contraf

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