Posicionamento do Banco vai contra política de negociação do movimento sindical
Um comunicado divulgado na manhã desta terça-feira, 21, pelo Banco do Brasil, causou indignação à categoria. O texto foi liberado após a portaria conjunta n° 20 do Ministério da Saúde e a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, editada no dia 18 de junho do governo. “O documento anula e restringe a portaria anterior com relação aos procedimentos das empresas no combate e prevenção à pandemia do Covid-19. Se por um lado o banco argumenta a continuidade do atendimento à população, por outro, põe em risco a saúde dos coabitantes do trabalhador”, explica a Elisa Pereira, representante da Feeb SP/MS no COE do Banco do Brasil.
A nova portaria orienta o afastamento apenas dos trabalhadores que fazem parte do grupo de risco. Enquanto a anterior previa o afastamento do trabalho de quem coabitava com pessoas do grupo de risco.
Para Elisa, o Banco agiu contra os funcionários, uma vez que a determinação deveria acontecer após abertura de diálogo e negociação sobre o tema. “É revoltante em meio à pandemia bancários terem que lidar com questões que acentuam os problemas de saúde do trabalhador, como as metas abusivas e agora a falta de proteção para seus coabitantes”, aponta.
De acordo com o movimento sindical, as medidas a serem tomadas não podem se sobrepor à defesa da vida e segurança da saúde dos funcionários, trabalhadores e clientes do Banco do Brasil. “Agindo assim, o banco desgasta todo esforço de negociação realizado até o momento em proteção à saúde dos trabalhadores do Brasil”, argumenta Elisa.
De acordo com o comunicado liberado pelo Banco do Brasil, gestores poderão chamar bancários coabitantes que vivem com pessoas do grupo de risco a se apresentarem para o trabalho presencial até o dia 27 de julho.
Os sindicatos cobram uma reunião o quanto antes com o Banco para tratarem do assunto e seguirem com a luta em proteção da vida e da saúde dos funcionários e de seus familiares, conforme compromisso firmado no início da pandemia.
“Trata-se de uma opção pela necropolítica, termo cunhado pelo filósofo e cientista político camaronense Achille Mbembe, ensaio que discute como governos escolhem quem vive e quem morre. Nosso papel é optar pela defesa do trabalhador sempre”, destaca Elisa.
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