
Por Carolina Mandl | Valor
SÃO PAULO – As provisões para devedores duvidosos impediram um aumento maior do lucro do Bradesco no quarto trimestre de 2012. A instituição, que abriu a temporada de balanços do setor no Brasil nesta segunda-feira, teve lucro líquido ajustado de R$ 2,918 bilhões de outubro a dezembro do ano passado, com alta de 5,3% na comparação com igual período de 2011.
O número trimestral ficou um pouco abaixo da projeção feita por analistas de mercado, que esperavam lucro líquido de R$ 3,016 bilhões, segundo estimativas de 19 corretoras compiladas pelo Valor.
As despesas com provisões somaram R$ 3,21 bilhões, com alta de 20,63% na mesma comparação.
O banco fechou o trimestre com retorno anualizado sobre o patrimônio líquido médio (ROAE) de 19,2%, queda em relação aos 21,3% de igual período do ano anterior e também sobre os 19,9% do terceiro trimestre.
O lucro líquido contábil do banco foi de R$ 2,893 bilhões no último trimestre, com alta 6,1% na comparação com igual período de 2011. Entre os fatores que colaboraram para a alta está a venda da participação no birô de crédito Serasa, que rendeu um ganho antes de impostos de R$ 793 milhões. Já as despesas com provisão atingiram R$ 3,43 bilhões nesse critério, com alta de 16%.
Por outro lado, o banco manteve a gestão de custos sob controle. As despesas administrativas e de pessoal somaram R$ 6,799 bilhões no quarto trimestre, com alta de apenas 1,29% na comparação com o mesmo período de 2011.
Em 12 meses, a carteira de crédito se expandiu 8,3%, um pouco acima da média do sistema financeiro privado de controle nacional, que foi de 7% segundo dados do Banco Central (BC). Ficou abaixo, porém, da média do sistema todo, que foi de 16,3%, puxado pelas instituições públicas.
O índice de inadimplência no Bradesco ficou em 4,1%, estável na comparação com o 3º trimestre, mas ainda mais alto (0,2 ponto percentual) em relação a um ano atrás.
Considerando o resultado acumulado no ano, o Bradesco teve lucro líquido contábil de R$ 11,381 bilhões, um crescimento de 3,2% em relação ao ano anterior.
Financiamento a veículos
O volume de financiamento à compra de veículos encolheu no Bradesco no ano passado. A carteira de crédito desse segmento estava em R$ 51,5 bilhões ao fim do quarto trimestre, com retração de 2,3% no ano e de 0,9% na comparação com os três meses anteriores.
A retração foi puxada pelos desembolsos para as pessoas físicas. O estoque de financiamento a veículos tomado nesse segmento caiu 5,7% em 12 meses e 2,5% em três meses, somando R$ 32 bilhões. Para as empresas, no entanto, o saldo cresceu 3,9% no ano e 1,7% no trimestre, para R$ 19,5 bilhões.
Não foi apenas em veículos que as pessoas jurídicas tiveram um desempenho melhor. A carteira de crédito expandida para pessoas jurídicas cresceu, no geral, 13,1% em 12 meses, para R$ 267,989 bilhões. Na comparação com o trimestre anterior, a alta foi de 4,2%. Entre as pessoas físicas, as variações foram de 8,2% e 2,6%, respectivamente.
Fonte: Valor Econômico
Leia também: Bradesco prevê crescimento do crédito de 13% a 17% neste ano
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