
Confusão e conivência de colegas dificultam identificação de caso de assédio moral contínuo
DE SÃO PAULO
Algumas pessoas confundem assédio com dano moral. Apenas a agressão psicológica continuada caracteriza caso de assédio.
"Todo mundo passa por dias ruins no trabalho. Ofensa que ocorreu apenas uma vez pode causar traumas, mas não é assédio", sinaliza Cristiane Queiroz, gerente do departamento de ergonomia da Fundacentro, órgão vinculado ao Ministério do Trabalho.
Por isso a comprovação é difícil. Para reduzir o número de casos, o diagnóstico correto é fundamental, defendem especialistas.
Veja nos quadros desta página mais detalhes sobre o que caracteriza o assédio moral.
IDENTIFIQUE E SE PROTEJA DO ASSÉDIO MORAL EM SEU TRABALHO
O QUE É
Exposição de profissionais a situações humilhantes e constrangedoras de forma repetitiva e prolongada durante o expediente
AÇÕES COMUNS
Chamar de incompetente Sobrecarregar ou negar informações necessárias à continuidade do trabalho
Desmoralizar publicamente, afirmando que tudo está errado ou que seu trabalho é desnecessário à empresa Ignorar a presença do profissional
Desviar da função ou retirar material necessário à execução da tarefa, impedindo o trabalho
Impor horários fora da jornada ou ser trocado de turno sem ter sido avisado Pedir a execução de tarefas acima ou abaixo do conhecimento do profissional
Hostilizar ou não promover ou premiar um colega com menos experiência, como forma de desqualificar o trabalho realizado
Divulgar boatos sobre sua moral ou rumores entre os colegas de que o profissional está com problemas psicológicos
Sugerir demissão por saúde quando se está em perfeitas condições de trabalho
Expor o funcionário a colegas para desmotivar, como colocá-lo em uma sala onde todos possam observar seu trabalho
Rir a distância, conversar baixo para que ele não escute e executar gestos direcionando-os ao profissiona
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Empregos de alta competitividade e baixa estabilidade são propícios ao assédio moral. As pessoas não o denunciam porque dependem do salário Também é comum no serviço público, em que há garantia de estabilidade de emprego. Funcionários podem sofrer agressão psicológica para que desistam do trabalho
O QUE PODE GERAR
Desmotivação e sensação de inutilidade ao desempenhar funções no trabalho Queda da produtividade Sono prejudicado e comprometimento da saúde do profissional Vontade de pedir demissão frequentemente
O QUE FAZER
Anote todas as ocorrências, guarde e-mails e convença colegas a denunciar o assédio Procure seu sindicato ou profissionais responsá-veis como médicos ou advogados. As denúncias podem ser feitas ao Ministério Público, à Justiça do Trabalho, à Comissão de Direitos Humanos e ao Conselho Regional de Medicina
Fontes: Cristiane Queiroz, da Fundacentro; Roberto Heloani, psicólogo, advogado e professor da FGV-SP; e www.assediomoral.org
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