
Negociação desta semana destaca a necessidade de ações mais rigorosas contra assédio, apoio à comunidade LGBTQIA+ e igualdade de gênero nos bancos.
Na rodada de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban, realizada nesta terça-feira (13), foram discutidos importantes avanços nas cláusulas sociais, com destaque para as questões de assédio moral, sexual e outras formas de violência no ambiente de trabalho. A proposta inclui a criação de um canal de denúncias, um canal de apoio, além da implementação de maior rigor na redação e no cumprimento da confidencialidade. “Nossa intenção é garantir maior rigidez na implementação de ferramentas de denúncia e avanços reais na proteção dos trabalhadores que sofrem essas violências”, afirmou Ana Stela Alves de Lima, representante da Feeb SP/MS.

Entre as medidas propostas, está a inclusão do tema na Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho (SIPAT), considerada uma das formas de conscientizar todos os trabalhadores sobre o assunto. Em relação ao assédio moral, a Fenaban concordou em incluir uma cláusula específica que prevê a criação de um canal de apoio para os trabalhadores. No entanto, na discussão sobre a relação entre metas abusivas e assédio moral, a Fenaban insiste em argumentar que não é possível estabelecer essa conexão e incluir a questão em uma cláusula específica. Esse posicionamento gerou indignação por parte do Comando Nacional, que destacou o grande número de bancários adoecidos em função de cobranças excessivas.
Combate à discriminação
Outro ponto discutido foi o apoio à comunidade LGBTQIA+, com ênfase nas pessoas trans. A proposta inclui a criação de um canal de apoio às pessoas discriminadas, o comprometimento dos bancos com programas de informação para todos os funcionários, a utilização do nome social em crachás e e-mails, além do esclarecimento sobre o uso de banheiros de acordo com a identidade de gênero.
Situações de emergência
Nas situações de emergência, como calamidades naturais, o Comando Nacional reivindicou a manutenção dos empregos e a preservação das agências, exigindo que estas não sejam fechadas após as calamidades. A Fenaban propôs a criação de um comitê de crise, semelhante ao implementado na Região Serrana do Rio de Janeiro e recentemente no Rio Grande do Sul. Segundo Ana Stela, a Fenaban ficou de analisar as propostas feitas pelo Comando Nacional, mas vê com dificuldade a reivindicação.
Igualdade
Outro tema abordado foi a igualdade de gênero, particularmente a formação de mulheres na área de TI, devido à redução da presença feminina na categoria bancária. A Fenaban sugeriu a criação de programas de formação em parceria com institutos especializados no tema. A igualdade salarial de gênero também foi discutida, com o Comando Nacional cobrando a apresentação de dados sobre o cumprimento da lei e solicitando a realização de um novo censo de diversidade nos bancos. A resolução desse ponto ficou pendente de resposta para as próximas rodadas de negociação.
As discussões continuam, e uma nova rodada de negociação está prevista para as próximas semanas, quando a Fenaban deverá apresentar respostas às reivindicações pendentes.
Um dia antes da próxima negociação, em 19 de agosto, a categoria também realizará um dia nacional de luta por proposta digna.
Calendário
Dias nacionais de luta:
– 15 de agosto
– 19 de agosto
Próximas mesas:
– 20 e 21 de agosto
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