
Com proposta de reajuste da Fenaban muito aquém do esperado, bancários de todo o país entram em greve a partir desta terça-feira. Os bancos ofereceram 6% de reajuste, a categoria reivindica 10,25%.
Em assembleias no último dia 12, os bancários aprovaram deflagração de greve por tempo indeterminado a partir do dia 18. A paralisação é resposta à falta de propostas decentes da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) na mesa de negociação.
No dia 28, os bancos apresentaram proposta de 6% de reajuste sobre todas as verbas salariais, porém, o Comando considerou a proposta insuficiente, pois não contempla as principais reivindicações da categoria, como aumento real e piso e PLR maiores.
“Esperávamos que a Fenaban apresentasse uma proposta melhor, mas na rodada do dia 4 de setembro eles mantiveram os 6%. No dia seguinte, enviamos a eles uma carta com o calendário de mobilização, reafirmando que esperávamos por uma solução positiva na mesa, mas não tivemos nenhuma resposta”, diz o representante da Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul, Aparecido Roveroni.
O secretário-geral da Feeb-SP/MS, Jeferson Boava, completa que a greve é, neste momento, o único instrumento para dobrar os banqueiros.
Segundo ele, o aumento real proposto, perto do lucro dos seis maiores bancos (BB, Itaú, Bradesco, Caixa Federal, Santander e HSBC) no primeiro semestre, que atingiu R$ 25,2 bilhões, é irrisório. “É possível mudar esse quadro com luta. Como em anos anteriores, cabe lembrar, será uma greve de adesão. Todo mundo no mesmo movimento, na mesma batalha”, conclui Jeferson.
Principais reivindicações dos bancários
– Reajuste salarial de 10,25%, o que significa 5% de aumento real acima da inflação projetada de 4,97% nos últimos 12 meses.
– PLR de três salários mais R$ 4.961,25 fixos.
– Piso da categoria equivalente ao salário mínimo do Dieese (R$ 2.416,38).
– Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
– Auxílio-educação para graduação e pós-graduação.
– Auxílio-refeição, cesta-alimentação e auxílio creche/babá: R$ 622,00.
– Emprego: aumentar as contratações, acabar com a rotatividade, fim das terceirizações, aprovação da Convenção 158 da OIT (que inibe demissões imotivadas) e universalização dos serviços bancários.
– Cumprimento da jornada de 6 horas para todos.
– Fim das metas abusivas e combate ao assédio moral para preservar a saúde dos bancários.
– Mais segurança nas agências e postos bancários.
– Previdência complementar para todos os bancários.
– Contratação total da remuneração, o que inclui a renda variável.
– Igualdade de oportunidades.
Fonte: Feeb-SP/MS
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