Comando Nacional retorna às negociações nesta terça-feira (27). Categoria bancária exige aumento real, PLR e vales alimentação e refeição maiores e mais direitos
O Comando Nacional dos Bancários volta à mesa de negociações com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) nesta terça-feira (27), que prosseguirão nos dias seguintes, até sexta-feira (30), com a expectativa de que seja renovada a Convenção Coletiva de Trabalho da categoria com os bancos respeitando as reivindicações dos trabalhadores.
Nesta semana, a categoria também intensificará os protestos nas agências, departamentos e redes sociais. A orientação é que todos utilizem nas postagens a hashtag #MerecemosRespeito, sempre marcando a Febraban (@febraban_oficial no Instagram e @Febraban para o X).
“Estamos avançando em algumas frentes importantes, mas é fundamental que a categoria continue mobilizada e atenta. Os bancos ainda tentam impor perdas significativas, como reajustes abaixo da inflação e a retirada de direitos históricos. Somente com unidade e participação ativa de todos é que conseguiremos garantir conquistas reais e impedir retrocessos. A mobilização, tanto nas ruas quanto nas redes sociais, será decisiva para pressionar e assegurar um acordo justo para todos os bancários”, afirma David Zaia, presidente da Federação dos Bancários dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul (Feeb SP/MS).
Dados do setor
– Em 2023, os bancos tiveram lucro de R$ 145 bilhões no país. Estamos falando de lucro, já descontado impostos, provisões, gastos com funcionários e equipamentos;
– No 1º semestre de 2024, o lucro dos cinco maiores bancos foi de R$ 60 bilhões, aumento de 15% em relação ao mesmo período de 2023;
– No Brasil, os bancos têm rendimento médio de 15% ao ano acima da inflação. A título de comparação, os bancos dos Estados Unidos têm rentabilidade média de 6,5% acima da inflação, na Espanha 10% e na Inglaterra 9%;
– Ainda que representem 10% das instituições financeiras do Brasil, os bancos têm resultado nove vezes maior que as instituições de pagamento, respondendo por 71% do lucro produzido no setor financeiro, sem contar que muitos bancos são detentores de instituições de pagamento;
– Além disso, os bancos detêm 82% do mercado de crédito do país e 81% dos ativos do mercado financeiro brasileiro;
– Por outro lado, no último ano, 2023, os bancos tradicionais encerraram mais de 2 mil postos de trabalho, enquanto em todo o sistema financeiro, do qual os bancos fazem parte, está havendo o aumento de empregos.
Leia também: Setor bancário destoa do mercado e continua demitindo
Reivindicações da categoria
– Reajuste salarial que corresponda à reposição pelo INPC acumulado entre setembro de 2023 e agosto de 2024, acrescido do aumento real de 5%;
– Melhoria nos percentuais da Participação nos Lucros e Resultados (PLR);
– E melhorias nas demais verbas, incluindo tickets alimentação e refeição, auxílio creche e auxílio babá.
Os trabalhadores reivindicam ainda:
– Fim da gestão por metas abusivas, que tem gerado adoecimento na categoria;
– Reforço aos mecanismos de combate ao assédio moral e sexual;
– Direito à desconexão fora do horário de trabalho;
– Direitos para pessoas com deficiência (PCDs) e neurodivergentes;
– Suporte aos pais e mães de filhos com deficiência;
– Mais mulheres na TI;
– Combate à terceirização e garantia de empregos;
– Jornada de trabalho de quatro dias;
– Ampliação do teletrabalho.
Sindicatos filiados à Feeb SP/MS se mobilizam nesta segunda-feira (26)
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