
Com lucro líquido ajustado de R$ 31,8 bilhões, banco atinge crescimento de 51,3% em comparação a 2021
O Banco do Brasil concluiu 2022 com lucro líquido ajustado de R$ 31,8 bilhões e obteve crescimento de 51,3% em comparação com 2021. No quarto trimestre, o BB atingiu lucro de R$ 9,039 bilhões, mesmo afetado pelo caso das Lojas Americanas, que forçou o banco público a provisionar R$ 788 milhões adicionais.
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE), índice que mede a rentabilidade do banco, aumentou 5,8 pontos percentuais (p.p) em doze meses, alcançando 20,6%. O total pago destinado aos acionistas no exercício 2022 foi de R$ 11,8 bilhões, sendo R$ 4,138 o valor distribuído por ação.
Entre os fatores que contribuíram para o novo recorde de lucro, que superaram expectativas de analistas da imprensa e do mercado, estão os aumentos da receita de operações de crédito, prestação de serviços e tarifas bancárias (aumento de 10,2% em um ano, alcançando R$ 32,33 bilhões) e o resultado da tesouraria (alta de 140,5% em um ano, alcançando 10,937 bilhões).
O movimento sindical associa os resultados à pressão por metas aplicadas aos funcionários. Junto com os lucros considerados exorbitantes, o banco registra também aumento de casos de adoecimento. As razões são diversas, desde assédio moral para alcançar metas em níveis abusivos, à instabilidade devida à reestruturação do banco, que reduz postos de trabalho e agências.
BB em números
O Banco informou por meio de um relatório o aumento de 1.356 os postos de trabalho, com a convocação de aprovados no concurso público realizado no fim de 2021. No mesmo período foram fechadas oito agências tradicionais e abertas 12 digitais. Porém, a categoria enxerga que os números continuam insuficientes para recompor os mais de 10 mil postos de trabalho cortados e mais de 1.500 unidades fechadas, desde 2016.
Carteiras de crédito
Em um ano, a carteira de crédito ampliada do BB cresceu 14,8%, totalizando R$ 1,004 trilhão. O segmento Pessoa Física, cresceu 9%, atingindo R$ 289,6 bilhões, principalmente, por influência do crédito consignado (+7,8%) e nas operações com cartão de crédito (+14,5%).
O BB está entre os bancos que aplicam as maiores taxas de juros rotativos oferecidas ao cliente. Segundo dados do Banco Central, de 31 de janeiro, a taxa de juros rotativos, cobrada pelo BB de pessoas físicas, chega a 534,60% ao ano. A título de comparação, o Bradesco cobra 332,64% ao ano e o Itaú-Unibanco 351,01%.
Com relação a dezembro de 2021, a carteira Pessoa Jurídica cresceu 12,8%, registrando total de R$ 358,5 bilhões, com destaque para grandes empresas (+15,7%) e micro, pequenas e médias empresas/MPME (+21,2%). Já a carteira de agronegócio do banco cresceu 24,9% em um ano, totalizando R$ 309,7% bilhões, com destaque para o custeio agropecuário (+46,5%), linha de investimento (+54,6%) e agroindustrial (+109,1%).
Bancários defendem a aplicação de juros negociados. “O que vemos são famílias endividadas e presas nos juros rotativos. É preciso pensar na viabilidade de oferecer juros mais baixos para promover a recuperação do crédito das micro e pequenas empresas e da agricultura familiar, esse é o papel do banco público”, diz David Zaia, presidente da Feeb SP/MS.
As despesas com provisão para créditos de liquidação duvidosa (PCLD) cresceram 31,7%, totalizando R$ 23,547 bilhões, enquanto o índice de inadimplência para atrasos superiores a 90 dias foi de 2,51%, aumento de 0,76 p.p em um ano, inferior à inadimplência do Sistema Financeiro Nacional (3%).
Confira aqui os destaques completos do balanço, apontados pela equipe da Subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Feeb SP/MS, com informações, Contraf Cut.
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