Quatro maiores bancos registram lucros de 23 bilhões
Os quatro maiores bancos do país, Banco do Brasil, Itaú, Bradesco e Santander, divulgaram na última semana o resultado dos lucros obtidos ao longo do 3º semestre. Somados, os valores passam de 23 bilhões. Comparado ao mesmo período em 2020, o resultado é 32,3% maior.
Os maiores lucros divulgados foram do Bradesco e do Itaú, cada um com cerca de R$ 6,8 bilhões e aumento de quase 34% comparado ao ano anterior. “O Banco Bradesco vem apresentando lucros bilionários e mesmo assim continua a demitir e fechar agências, além de cobrar metas abusivas de seus funcionários causando o adoecimento. Reduzir funcionários resulta na deficiência no atendimento, vez que os clientes que pagam tarifas altíssimas estão se auto atendendo e muitas vezes sequer conseguem acessar o interior das agências”, relata Edilson Julian, representante da Federação dos Bancários dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul na COE (Comissão de Organização de Empregados) Bradesco.
Para o secretário geral da Feeb SP/MS e representante na COE Itaú, Reginaldo Breda, o resultado está diretamente ligado ao empenho dos funcionários. “Os lucros do Itaú vem aumentando a cada balanço divulgado. No acumulado de 2021, o banco teve aumento de 50% comparado ao mesmo período de 2020, que vai até setembro. No entanto, as demissões são recorrentes e a desvalorização dos empregados é flagrante. É impossível dissociar bons resultados de bons funcionários”, defende.
O Banco do Brasil publicou ontem (8), lucro líquido ajustado de R$ 5,1 bilhões. O resultado demonstra uma ampliação de 47,6% e a maior alta entre as 4 instituições financeiras.
“Reduzir agências e funcionários é negar ao país a possibilidade de desenvolvimento social e econômico, deixando que o mercado privado lucre com a exploração financeira do brasileiro. Enquanto isso, aumentam as filas por ossos”, diz Elisa Ferreira, representante da Feeb SP/MS na CEBB (Comissão de Empresas do Banco do Brasil).
O Santander Brasil, por sua vez, apesar de registrar o menor desempenho financeiro, também apresentou alta de 12,5% e lucro de R$ 4,3 bilhões. “Não somos contrários aos lucros, mas o que vemos no caso do Santander é o banco crescendo e as agências cada vez mais apertadas, com funcionários cada vez mais sobrecarregados. Tivemos a ampliação dos horários de atendimento, mas não houve contratação. Os números mostrados são de profissionais para outras áreas e não bancários”, explica Patrícia Bassanin, representante da Feeb SP/MS na COE Santander.
Além dos lucros, os bancos também apresentaram ampliação nas demissões. De acordo com o Caged – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – no período de 12 meses, sendo de setembro de 2020 a setembro de 2021, os bancos eliminaram 6.763 postos de trabalho. Das 44.003 demissões registradas, 45,7% foram sem justa causa. De março de 2020 a setembro de 2021, período de pandemia, 55 mil bancários foram desligados.
“O que vemos é a comprovação de que, apesar do crescimento dos lucros, os bancos insistem em demitir. Como se não bastasse essa discrepância, os trabalhadores sofrem constantemente com metas abusivas e sobrecarga de trabalho e essas condições geram sérios danos à saúde física e mental dessas pessoas. Por isso, continuaremos na luta, junto aos sindicatos, pela garantia do emprego e por condições justas de trabalho”, destaca o presidente da Feeb SP/MS, David Zaia.
Confira os resultados por banco:
• Banco do Brasil
• Itaú
• Bradesco
• Santander Brasil
A Caixa Econômica Federal ainda não publicou o balanço do 3º trimestre de 2021.
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