
Fraqueza da economia, revelada pelos números do PIB do terceiro trimestre, leva o mercado a prever que o BC reduzirá ainda mais a taxa básica para estimular a atividade
Diante do crescimento decepcionante de apenas 0,6% no terceiro trimestre, o mercado começa a rever as apostas para o Produto Interno Bruto (PIB) do ano e também as estimativas para a taxa básica de juros nos próximos meses. Ontem, o Itaú Unibanco, o maior banco privado do país, reduziu a previsão para a Taxa Selic de 7,25% ao ano, no fim de 2013, para 6,25%. Entre os grandes bancos, o Santander já havia feito a mesma projeção. Em relação à expansão do PIB, a estimativa do Itaú Unibanco caiu de 1,5% para 0,9% em 2012.
Nem o teor da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada ontem, foi capaz de mudar a avaliação dessas instituições. O documento reafirmou que o Banco Central (BC) vai manter a taxa em 7,25% ao ano por um período “suficientemente prolongado”. Para analistas, no entanto, a ata garantiu a manutenção da Selic no nível atual porque foi escrita dois dias antes da divulgação do PIB do terceiro trimestre.
Na ata, o BC mostra otimismo com o desempenho econômico do país e reforça a ideia de que a retomada está ocorrendo como se esperava. Um dos trechos diz que “o cenário central contempla ritmo de atividade doméstica mais intenso neste semestre e no próximo ano”. “Como o PIB trimestral ainda não tinha sido divulgado, a frustração com o resultado não está incorporada nessa avaliação acerca da velocidade de recuperação da economia brasileira”, observou Octávio de Barros, diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco. Apesar disso, ele mantém a previsão de 7,25% para a taxa básica em 2013.
Virada
A perspectiva que novos cortes na Selic podem estar a caminho se refletiu no mercado de juros futuros, que despencaram para mínimas históricas à medida que um número maior de bancos passaram a apostar que o BC deverá reduzir ainda mais a taxa para impulsionar a economia em 2013. Entre os contratos mais negociadas, o de vencimento em janeiro de 2014, por exemplo, caiu para 6,87% ao ano, ante 7,10% no dia anterior.
Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú Unibanco, diz que o PIB do terceiro trimestre foi um ponto de virada para as estimativas do mercado. “A surpresa negativa pode reduzir as projeções de inflação dos atuais patamares e abrir espaço, na visão do Copom, para medidas de estímulo adicionais”, explicou.
Aurélio Bicalho, também economista da instituição, lembra outros números que têm frustrado as previsões dos economistas e do governo. “A confiança do consumidor caiu, a produção industrial também, as vendas de veículos recuaram e o consumo de energia diminuiu. O comércio mostrou fraqueza”, listou. Pelas projeções do banco, no próximo ano, o Copom fará dois cortes de 0,50 ponto percentual a partir da reunião de março.
Com a letargia da economia, o mercado e o Banco Central também esperam expansão dos gastos públicos em 2013, como uma tentativa do governo de impulsionar o PIB. Na visão do BC, ainda assim o Ministério da Fazenda vai cumprir a meta de superavit primário (economia para pagar os juros da dívida) no próximo ano, sem ajustes — vai poupar o equivalente a 3,10% do PIB. Para o mercado, será impossível. O Itaú Unibanco projeta um superavit de apenas 2,1%.
Fonte: Correio Braziliense
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