Caixa: Denúncias de assédio sexual completam três meses neste mês e seguem sem solução

19.09.2022

Fenae solicita informações sobre a apuração das denúncias. Até o momento Pedro Guimarães e altos executivos nada sofreram No próximo dia 28 de setembro, as denúncias de assédio sexual contra Pedro Guimarães, ex presidente da Caixa Econômica Federal, completam três meses. Até o momento, apenas processos disciplinares internos foram abertos contra um ex-vice-presidente e um […]

Fenae solicita informações sobre a apuração das denúncias. Até o momento Pedro Guimarães e altos executivos nada sofreram

No próximo dia 28 de setembro, as denúncias de assédio sexual contra Pedro Guimarães, ex presidente da Caixa Econômica Federal, completam três meses. Até o momento, apenas processos disciplinares internos foram abertos contra um ex-vice-presidente e um burocrata do administrativo. De acordo com nota divulgada na última quinta-feira (15) na coluna Radar, no site da Veja, até o momento, Pedro Guimarães e outros altos executivos envolvidos nada sofreram.

O movimento sindical associa o descaso nas investigações e a falta de divulgação do andamento das mesmas às finalidades político-eleitorais. “O silêncio, bem como a falta de andamento das investigações, leva a crer que o banco está mais preocupado com a repercussão que o caso pode ter em um período eleitoral e o quanto isso pode prejudicar o atual mandatário à reeleição. Porém, não podemos nos esquecer dos crimes cometidos e das vítimas envolvidas, que precisam, esperam e merecem justiça”, disse o representante da Federação dos Bancários dos Estados de SP/MS, Carlos Augusto Pipoca.

Processos disciplinares

O presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sergio Takemoto, lembra que, no Brasil, o assédio sexual é crime, definido no artigo 216-A do Código Penal, que prevê a pena de detenção de um a dois anos.

“Assim como fazemos com todos os empregados e empregadas, defendemos o direito de ampla defesa nos processos disciplinares da Caixa. Mas, se apurada e comprovada a culpa, não se pode ‘passar a mão na cabeça’ somente porque trata-se de um ex-presidente do banco. Se é culpado, deve responder na Justiça comum pelo que fez, uma vez que o assédio sexual é um crime com pena prevista no Código Penal”, disse o presidente da Fenae. “Além disso, a legislação trabalhista também prevê indenização para reparação do dano causado às vítimas”, completou.

A Fenae enviou, nesta sexta-feira (16), ofício à Caixa, no qual solicita informações sobre a apuração das denúncias.

Entenda o caso

Pedro Guimarães foi acusado de assédio sexual por várias empregadas da Caixa, informação divulgada no dia 28 de 2022, pelo site Metrópoles. Em poucos minutos a notícia ganhou repercussão nacional, em especial na Câmara dos Deputados, onde vários parlamentares pediram em plenário a demissão do executivo.

Segundo a reportagem, no fim do ano passado, um grupo de empregadas ligadas ao gabinete da presidência da Caixa, romperam o silêncio com uma denúncia, ao Ministério Público Federal (MPF), do assédio sexual que vinham sofrendo. Desde então, o MPF toca as investigações em sigilo. Cinco das vítimas falaram à reportagem citada sob anonimato.

Nos testemunhos, elas contam que foram abusadas com toques em partes íntimas sem consentimento, falas e abordagens inconvenientes e convites desrespeitosos, por parte do presidente da entidade. A maior parte dos relatos está ligada a atividades do programa Caixa Mais Brasil, realizadas em todo o país. Pelo programa, desde 2019, já ocorreram mais de 140 viagens, em que estavam Pedro Guimarães e equipe. Nesses eventos profissionais, todos ficam no mesmo hotel, onde ocorria o assédio.

No dia 29 de junho, Pedro Guimarães entregou ao presidente da República, Jair Bolsonaro, seu pedido de demissão da presidência da Caixa.

Edição Feeb SP/MS

Com informações Contra-Cut –

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