CEE/Caixa cobra medidas para combater o adoecimento dos empregados do banco

28.07.2022

Uma mesa específica na próxima semana vai debater as condições de trabalho dos PCDs e o banco prometeu estudar a retomada do GT Saúde do Trabalhador Na terceira negociação da Campanha Nacional 2022 específica com Caixa, realizada nesta quarta (27), os representantes dos trabalhadores do banco deixaram claro que o modelo de gestão da empresa […]

Na terceira negociação da Campanha Nacional 2022 específica com Caixa, realizada nesta quarta (27), os representantes dos trabalhadores do banco deixaram claro que o modelo de gestão da empresa está levando ao adoecimento acentuado dos empregados e cobraram medidas para prevenir, especialmente, as doenças mentais relacionadas ao ambiente de trabalho. A Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa reivindicou a retomada do GT Saúde do Trabalhador para debater os problemas que afligem a categoria, propostas para melhoria das condições de trabalho no banco e prevenção do adoecimento mental. A Caixa se comprometeu a avaliar as propostas para incluí-las no novo Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).

Durante a reunião foram apresentados pela representação dos empregados, dados da pesquisa de Saúde da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) que revelam o aumento do número de empregados com problemas de saúde relacionados ao trabalho. O estudo apontou que o adoecimento mental é o principal motivo de afastamento dos trabalhadores da ativa, tendo a depressão (33%), ansiedade (26%), síndrome de burnout (13%) e síndrome do pânico (11%) como motivadores de afastamento do trabalho.

Os dados levantados demonstram que o ambiente de trabalho na Caixa é tóxico, além disso, a pesquisa aponta que a pressão por metas abusivas, assédio moral e sexual, e a sobrecarga de trabalho impostas pela gestão geram doenças que deixam consequências tanto para trabalhadores como para seus familiares.

De acordo com a CEE Caixa, as condições de saúde dos empregados da Caixa têm piorado desde 2018, quando a Fenae realizou a primeira pesquisa sobre saúde. O coordenador da CEE lembrou que o cenário identificado é preocupante: 66% já testemunharam assédio moral no trabalho e 56% já sofreram assédio moral; 62% dos(as) empregados sentem, sempre ou frequentemente, muita pressão no trabalho; 51% se sentem, sempre ou frequentemente, ansiosos(as) no trabalho; para 47%, o trabalho afeta negativamente a saúde; 65% possuem colegas que estão passando por depressão, angústia ou pânico causados no ambiente de trabalho.

“A gestão de pessoas precisa levar em conta que a carreira dos empregados na Caixa é muito mais longa que a média das instituições privadas, nossas atividades também são mais amplas e diversas. Por esses motivos o ambiente de trabalho deve ser cuidadosamente monitorado para evitar o adoecimento dos empregados”, explica Carlos Augusto Pipoca, representante da Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul (Feeb SP/MS).

Durante a reunião ainda foram destacadas a pressão por metas inalcançáveis e jornadas extenuantes. Os representantes da empresa na mesa de negociação argumentaram que ações estão sendo realizadas para melhorar a qualidade de vida dos empregados. A representação dos trabalhadores, por sua vez, considera tais medidas insuficientes e reivindica a inclusão das entidades na elaboração dos programas implementados pelo banco, conforme prevê o ACT em vigor.

PCDs

Durante o debate sobre saúde do trabalhador, que durou quase três horas, a CEE questionou sobre as condições de trabalho dos PCDs. Segundo a comissão, os mais de 4 mil trabalhadores enfrentam problemas, que dificultam sua atuação. A Caixa concordou em realizar uma mesa específica para debater as questões relacionadas aos PCDs.

Sipat

Foi cobrada a realização das semanas de prevenção de acidentes de trabalho (Sipat). A Caixa informou que não realizou a Sipat nos dois últimos anos por conta da pandemia e assumiu o compromisso de retomar no segundo semestre. Um dos temas será saúde emocional.

PCMSO

Outra demanda apresentada pelos representantes dos empregados foi a revisão do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). Para os membros da CEE, a avaliação da saúde do trabalhador precisa ser ampliada para identificar problemas de saúde físicos e mentais. “Da forma que é feito hoje não é possível avaliar adequadamente se o empregado está em adoecimento”, argumentou Cardoso.

Próximas reuniões de negociação

Terça-feira (2) – PCDs e Saúde Caixa
Quinta-feira (4) – Funcef

Fonte: Fenae, com edição Feeb SP/MS

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