Durante a reunião foram apresentados pela representação dos empregados, dados da pesquisa de Saúde da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) que revelam o aumento do número de empregados com problemas de saúde relacionados ao trabalho. O estudo apontou que o adoecimento mental é o principal motivo de afastamento dos trabalhadores da ativa, tendo a depressão (33%), ansiedade (26%), síndrome de burnout (13%) e síndrome do pânico (11%) como motivadores de afastamento do trabalho.
Os dados levantados demonstram que o ambiente de trabalho na Caixa é tóxico, além disso, a pesquisa aponta que a pressão por metas abusivas, assédio moral e sexual, e a sobrecarga de trabalho impostas pela gestão geram doenças que deixam consequências tanto para trabalhadores como para seus familiares.
De acordo com a CEE Caixa, as condições de saúde dos empregados da Caixa têm piorado desde 2018, quando a Fenae realizou a primeira pesquisa sobre saúde. O coordenador da CEE lembrou que o cenário identificado é preocupante: 66% já testemunharam assédio moral no trabalho e 56% já sofreram assédio moral; 62% dos(as) empregados sentem, sempre ou frequentemente, muita pressão no trabalho; 51% se sentem, sempre ou frequentemente, ansiosos(as) no trabalho; para 47%, o trabalho afeta negativamente a saúde; 65% possuem colegas que estão passando por depressão, angústia ou pânico causados no ambiente de trabalho.
“A gestão de pessoas precisa levar em conta que a carreira dos empregados na Caixa é muito mais longa que a média das instituições privadas, nossas atividades também são mais amplas e diversas. Por esses motivos o ambiente de trabalho deve ser cuidadosamente monitorado para evitar o adoecimento dos empregados”, explica Carlos Augusto Pipoca, representante da Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul (Feeb SP/MS).
Durante a reunião ainda foram destacadas a pressão por metas inalcançáveis e jornadas extenuantes. Os representantes da empresa na mesa de negociação argumentaram que ações estão sendo realizadas para melhorar a qualidade de vida dos empregados. A representação dos trabalhadores, por sua vez, considera tais medidas insuficientes e reivindica a inclusão das entidades na elaboração dos programas implementados pelo banco, conforme prevê o ACT em vigor.
PCDs
Durante o debate sobre saúde do trabalhador, que durou quase três horas, a CEE questionou sobre as condições de trabalho dos PCDs. Segundo a comissão, os mais de 4 mil trabalhadores enfrentam problemas, que dificultam sua atuação. A Caixa concordou em realizar uma mesa específica para debater as questões relacionadas aos PCDs.
Sipat
Foi cobrada a realização das semanas de prevenção de acidentes de trabalho (Sipat). A Caixa informou que não realizou a Sipat nos dois últimos anos por conta da pandemia e assumiu o compromisso de retomar no segundo semestre. Um dos temas será saúde emocional.
PCMSO
Outra demanda apresentada pelos representantes dos empregados foi a revisão do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). Para os membros da CEE, a avaliação da saúde do trabalhador precisa ser ampliada para identificar problemas de saúde físicos e mentais. “Da forma que é feito hoje não é possível avaliar adequadamente se o empregado está em adoecimento”, argumentou Cardoso.
Próximas reuniões de negociação
Terça-feira (2) – PCDs e Saúde Caixa
Quinta-feira (4) – Funcef
Fonte: Fenae, com edição Feeb SP/MS