CEE/Caixa cobra melhores condições de trabalho e segurança aos empregados na Pandemia

16.03.2021

Comissão pediu melhorias e ampliação aos protocolos de saúde e segurança referente à Covid-19, estabilidade dos sistemas, retorno do rodízio nas agências, entre outros; acordo de teletrabalho também foi discutido A reunião da mesa de negociação permanente entre a Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa Econômica Federal e a direção do banco público, realizada […]

Comissão pediu melhorias e ampliação aos protocolos de saúde e segurança referente à Covid-19, estabilidade dos sistemas, retorno do rodízio nas agências, entre outros; acordo de teletrabalho também foi discutido

A reunião da mesa de negociação permanente entre a Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa Econômica Federal e a direção do banco público, realizada nesta terça-feira (16) por videoconferência, debateu melhores condições de trabalho aos empregados durante a pandemia de Coronavírus (Covid-19). Para o movimento sindical é importante lembrar que a mesa permanente é uma conquista dos empregados e objetivo construir com a direção do banco, ações que priorizem os trabalhadores.

Antes de iniciar o debate sobre os pontos da pauta, a coordenadora da CEE cobrou que a Caixa negocie e reforce junto ao governo a inclusão da categoria bancária no Plano Nacional de Imunização (PIN). Na semana passada a Contraf-CUT encaminhou ofício ao Ministério da Saúde solicitando essa inclusão, visto que a atividade bancária é considerada essencial e se mantém ativa e em funcionamento em todo o território brasileiro.

Além disso, foi reforçada a necessidade de mais contratações, além do que já foi divulgado pelo banco, para ajudar na melhoria das condições de trabalho e possibilitar, ainda, um melhor atendimento para a sociedade.

Também foram cobradas respostas aos ofícios enviados pela Contraf-CUT, como o que pede a flexibilização da entrega das certificações Anbima e a manutenção das funções; esclarecimentos sobre a instabilidade dos sistemas; da reestruturação (pauta pendente já da última mesa ocorrida) e do canal de apoio para casos de violência contra a mulher.

Trabalho remoto
A Caixa fez uma apresentação da proposta de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) sobre teletrabalho e banco de horas. Entre os itens já apaziguados estão a disponibilização de equipamentos e cadeiras em comodato, atenção médica à saúde com avaliação específica, ação educacional sobre trabalho remoto para gestores e empregados, mudança do presencial para o remoto “por iniciativa do empregado”, entre outros.

Impasse, até então, no debate sobre o Teletrabalho, a Caixa atendeu a reivindicação dos trabalhadores e será possível a marcação do ponto. Na nova proposta há a previsão de duas modalidades para o trabalho remoto, mediante negociação entre o empregador e o gestor: sem controle da jornada de trabalho ou com controle da jornada de trabalho e banco de horas para compensação em até 12 meses.

A Comissão também reiterou a reivindicação feita na última mesa de negociação de uma ajuda de custo, pois as despesas do teletrabalho não devem ser arcados pelos trabalhadores e sim custeados pela empresa.

Sobre o banco de horas, a CEE/Caixa fez a crítica, pois, dependendo da forma que for escrito, pode impossibilitar o pagamento de horas extras aos empregados. Outro ponto importante foi a reivindicação que durante a pandemia não seja feita destituição de função e/ou rebaixamento.

O banco ficou de avaliar os apontamentos e irá disponibilizar a minuta do ACT para ser avaliada pelos representantes dos trabalhadores na próxima semana.
MFA
A Caixa fez uma apresentação sobre as medidas necessárias à conexão remota em “Virtual Private Network – VPN” da Caixa e as ações necessárias à segurança dos acessos para realização do trabalho através do “Múltiplo Fator de Autenticação – MFA”. E a importância do sistema da proteção do empregado.

O movimento sindical ressaltou que os empregados foram pegos de surpresa, o que gerou muitas dúvidas. O principal problema está no uso dos celulares próprios dos empregados, que compromete o funcionamento do aparelho, além dos gastos com internet, todos pagos pelos empregados.

"Em que pese a necessidade de segurança no acesso aos recursos tecnológicos, está faltando diálogo com o movimento sindical e com os empregados de maneira geral. Antes de implementar as novidades é preciso ouvir as pessoas que serão diretamente afetadas e construir uma solução que não crie mais problemas. Não é justo imputar ao empregado o risco do negócio", explica Carlos Augusto Pipoca, representante da Federação dos Bancários dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul.
A Caixa respondeu que está avaliando a possibilidade de aplicar este reembolso aos empregados dentro do acordo de teletrabalho. Disse que a previsão é que seja, de fato, imprescindível para a realização do teletrabalho.

Os representantes dos trabalhadores salientaram o fato de que o empregado, na prática, já utiliza o aparelho celular pessoal em benefício da empresa. "A discussão sobre o uso do celular pessoal precisa evoluir para um regramento claro sobre o tema. Questões como mensagens e reuniões fora do horário de expediente e cobrança de metas, dentre outros, devem ser coibidas sob pena de aumentar significativamente o nível de estresse das pessoas e criarmos um imenso passivo trabalhista", conclui Pipoca.
Sistemas
O movimento sindical cobrou a regularização dos sistemas, que apresentam instabilidades constantemente, e a não responsabilização dos empregados pelos problemas decorrentes das falhas tecnológicas.

Foram dados exemplos como: quedas e travamentos durante o dia, operações que são ou não estornadas, transações que não aparecem na fita de caixa, inúmeros problemas causando diferenças de caixa.

Essa instabilidade não só tem prejudicado o desenvolvimento das atividades dos empregados, como também tem refletido nos clientes. O IBC tem tido problemas de lentidão e dificuldades de acesso até o momento.
Protocolos de prevenção da Covid-19
A CEE cobrou que a Caixa avance nos protocolos. Mesmo nos protocolos já existentes há denúncias de que não são cumpridos, como a higienização, que não está sendo realizada de forma tempestiva, constante ou de forma correta. Itens da pauta que tiveram avanço foram a questão de instalação de protetores de acrílico nas agências e a contratação de vigilantes externos e recepcionistas para o período de pagamento do auxílio emergencial. Segundo o banco isso já está em andamento.

Os representantes dos trabalhadores ainda cobraram a limitação da quantidade de clientes por vez nas agências, aferição de temperatura para entrada na agência, o retorno do rodízio, testagem para todos os empregados da unidade onde houver caso suspeito/confirmado, orientação de compra pelo pronto pagamento do tipo de máscaras eficazes (M 95, Pff 2, Tripla cirúrgica), manutenção e ampliação de empregados no Projeto Remoto e revisão da lista de “serviços essenciais”.

A CEE apontou ainda que as metas e o assédio moral tem adoecido sobremaneira os bancários, além de sobrecarregar a jornada já estafante dos trabalhadores. Para os membros da comissão, durante a pandemia o foco não pode ser metas e sim o atendimento digno da população. A categoria cobrou, ainda, o compromisso que a Caixa fez durante a Campanha Nacional, de negociar com o governo a não abertura aos sábados.
Mobilidade dos Empregados
A CEE cobrou que a Caixa atenda as reivindicações dos trabalhadores de mobilidade entre as agências antes das contratações dos novos empregados. Também pediu que revise o Deu Match e Equaliza, uma vez que os sistemas não tem funcionado.

A reunião foi suspensa, devido ao adiantar da hora, por conta da reunião entre o Comando e a Fenaban, marcada para o início da tarde desta terça. Um novo encontro será agendado em breve.

Entretanto, a Comissão reforçou a cobrança para que a Caixa dê respostas sobre os pontos que ficaram pendentes como:
• Reestruturação;
• Não exposição de “Nome e Sobrenome” de funcionário em SMS de avaliação de atendimento;
• Inibir que empregados atuem fora da agência (após a porta giratória);
• CR444 (PQV);
• Lives durante horário de atendimento;
• PSIs (transparência).
• Fim dos objetivos SMART da VIRED;
• PSIs (transparência).

Com informações: Contraf Cut 
 

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