Encontro teve como pauta saúde e segurança dos empregados
A Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa) realizou nesta quarta-feira (12), com a direção do Banco a segunda rodada de negociação da Campanha Nacional 2020. O encontro ocorreu por meio de videoconferência e teve como pautas centrais a Saúde e a Segurança dos empregados.
Logo na abertura da negociação a CEE/CAIXA apresentou o manifesto contra a MP 995, que autoriza a privatização de partes da Caixa. Novos avanços em benefício do bancário, além dos que já estão previstos na CLT, foram ressaltados, assim como cobradas ações efetivas do Banco para o período de pandemia. Dentre as reivindicações estão o aperfeiçoamento dos protocolos de higienização das unidades, o fortalecimento dos fóruns de condições de trabalho, a revisão do home office para os casos de pais com filhos menores de idade, os descomissionamentos arbitrários, a demanda dos PCD's e o aumento das contratações.
Saúde
O resultado da consulta aplicada a quase 30 mil bancários também foi enfatizado durante a negociação. Informações como cobranças de metas abusivas, assédio moral para a volta ao trabalho presencial, condições de trabalho em casa e direitos dos empregados foram ressaltados.
Adoecimento da categoria
De acordo com a consulta aplicada, mais da metade dos quase 30 mil bancários entrevistados, ou seja, 54,1% apontaram informações como cansaço e fadiga constante como resultados da cobrança excessiva do cumprimento de metas. A crise de ansiedade também esteve entre as mais comentadas, 51,6% afirmam que o problema gera impacto na saúde do bancário.
Outros efeitos do trabalho exaustivo identificados foram dificuldade para dormir (39,3%); crises constantes de dor de cabeça (24,2%), e dores de estômago e gastrite (24,1%). Mais de um terço dos bancários (35%) afirmaram que recorrem a antidepressivos, ansiolíticos ou estimulantes.
Segurança
A Comissão cobrou ainda, que seja cumprido o rodízio de funcionarios nas agências com o objetivo de diminuir a sobrecarga por conta dos excessos de atendimentos ao público, e assim, minimizar o risco de contaminação e garantir atendimento à população. O retorno das agências ao horário de atendimento normal também foi reivindicado, bem como a aplicação do ACT vigente, uma vez que nas agências até 20 empregados não tem compensação de horas devendo ser pagas todas as horas extras realizadas.
Saúde Caixa
A CEE/Caixa cobrou ainda uma mesa de negociação específica sobre o Saúde Caixa. O plano de saúde vem sendo atacado pelo governo. É necessário a inclusão de todos os empregados e a manutenção do atual custeio. O Banco não anunciou data para essa discussão.
Ampliação do Home office
Segundo a Caixa, mais de 35 mil empregados estão em home office. Ou seja, menos de 50% dos empregados estão em isolamento social. A comissão dos empregados solicitou a ampliação desse quadro bem como clareza na definição de diretrizes pelas VPs, visto que essa falta de padronização tem gerado um enorme estresse entre os empregados e conflitos entre eles e os gestores, que precisam comandar o retorno sem ter a formalização e diferenças entre unidades. Também foi cobrado que o retorno presencial seja negociado com o movimento sindical e isso se dê de forma planejada e assegurando a devida proteção aos bancários.
Resultados
Após as reivindicações da Comissão dos Empregados, o banco decidiu que vai rever a questão de agências pequenas. A direção do banco afirmou ainda que não há limitador para o pagamento de horas extras, outra preocupação da Comissão.
A Caixa sugeriu ainda que os Fóruns e Grupos de Trabalho sejam revistos e alguns GTs encerrados. A Comissão por sua vez, reforçou que a valorização dos espaços de debate foi um dos pontos aprovados no 36° Conecef, entretanto ajustes podem ser avaliados. A participação do movimento sindical nos GTs de Prevenção para melhorias nos processos também foi solicitada.
Com relação à ausência de negociações durante a pandemia, a comissão afirmou que muitas decisões foram tomadas pela Caixa sem a discussão com os empregados. "É importante que as decisões da Caixa tenham desde o primeiro momento o olhar dos empregados. Esse fato é bastante exaltado na mesa de negociação por ambas as partes e precisa ser posto em prática. A pandemia trouxe novos desafios e não é possível, por exemplo, impor que uma agência não tenha filas e ao mesmo tempo pratique o distanciamento social", destaca Carlos Augusto Pipoca, representante da Federação dos Empregados em Estabelecimentos Bancários dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul no CEE Caixa.
Confira o calendário das próximas reuniões do CEE Caixa:
17/08 – Temática: Igualdade e Cláusulas Sociais
19/08 – Temática: Cláusulas Sociais
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