Debate reforça importância de tornar transversal questões sobre discriminação

20.07.2012

Crédito: Leandro Taques – Contraf-CUT Rede de Comunicação dos Bancários Renata Bessi e Tamara Urias O debate sobre a transversalidade abriu os trabalhos da 14ª Conferência Nacional dos Bancários. Reunidos em Curitiba de sexta 20 a domingo 22, trabalhadores do setor financeiro de todo o Brasil ouviram a assessora de formação de gênero, trabalho e […]

Crédito: Leandro Taques – Contraf-CUT

Rede de Comunicação dos Bancários
Renata Bessi e Tamara Urias

O debate sobre a transversalidade abriu os trabalhos da 14ª Conferência Nacional dos Bancários. Reunidos em Curitiba de sexta 20 a domingo 22, trabalhadores do setor financeiro de todo o Brasil ouviram a assessora de formação de gênero, trabalho e sindicalismo, Didice Godinho Delgado, defender que é possível colocar em prática a transversalidade, mas, para isso, é necessário vontade política. É um debate que reforça a importância de tornar transversal entre os vários pontos que dizem respeito à vida do trabalhador, todas as questões que levam à discriminação.


"Para que a transversalidade se torne realidade depende que haja um trabalho de convencimento da sua necessidade, como fator estratégico para se alcançar os objetivos gerais pelos quais luta o movimento sindical. É necessário acabar com as práticas não totalmente convencidas da importância dessa política", afirmou Didice.

A assessora falou sobre a desigualdade da remuneração entre homens e mulheres, na carreira, os obstáculos criados pelas discriminações que englobam principalmente mulheres e negros, as situações que impedem a chegada a cargos, a questão do nível de escolaridade que não tem resultado em igualdade de promoção na carreira e os critérios de acesso adotados.

Etapas

Didice afirmou que é necessário colocar algumas perguntas chaves no momento de definir políticas, sejam elas econômicas ou políticas, para que se garanta a transversalidade. "Precisamos fazer uma análise inicial sobre o tema abordado, senão vamos continuar fazendo políticas neutras e elas não podem existir já que a realidade não é neutra. A discriminação é transversal", ressaltou.

Algumas das perguntasem torno do tema, de acordo com Didice, questionam como a situação em questão afeta os grupos historicamente discriminados ou qual o impacto de tal política sobre os grupos historicamente discriminados.

A especialista cita como exemplo a questão do emprego e da remuneração dos bancários. "Ao discutir esse tema é necessário colocar a questão de como reduzir a desigualdade e a discriminação salarial", afirma. Outro exemplo citado diz respeito à carreira. "É preciso avaliar quais critérios devem ser adotados de promoção e acesso a cargos que eliminem discriminação de todo o tipo, além de critérios de valorização da escolaridade, de acesso à capacitação."

Há outros aspectos importantes a se levar em consideração no momento de se traçar políticas sobre a transversalidade. "Formação e treinamento de modo a superar nossos próprios preconceitos. É necessário, ainda, prever recursos e planejar monitoramento, avaliação e ter coordenação das ações", explicou Didice, destacando que essa transformação não é simples, requer transformação institucional e envolve relações de poder internas às organizações.
Convenção 156

Didice cobrou do governo federal a assinatura da Convenção 156 da ONU que trata das responsabilidades familiares tanto de homens quanto de mulheres. Didice relembrou a 4ª Conferência Mundial da Mulher da ONU, realizada em 1995, quando a convenção foi assinada e se formou uma diretriz para políticas de construção de igualdades. O objetivo era conseguir maior impacto na busca de superar as discriminações de gênero e alcançar maiores níveis de igualdade entre homens e mulheres.

"Ninguém mais tem dúvida de que essas políticas são necessárias para corrigir distorções históricas, mas o Brasil continua sem ser signatário", criticou.  

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