Ex-diretores do BC se dizem perplexos com atitude de Tombini em véspera de Copom

20.01.2016

Pela manhã, Tombini soltou uma nota considerando 'significativas' as revisões das projeções do FMI para o crescimento do Brasil BRASÍLIA – Perplexidade. Esta é a palavra que resume a reação de ex-integrantes do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a nota divulgada na manhã desta terça-feira pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. Pelo que […]

Pela manhã, Tombini soltou uma nota considerando 'significativas' as revisões das projeções do FMI para o crescimento do Brasil

BRASÍLIA – Perplexidade. Esta é a palavra que resume a reação de ex-integrantes do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a nota divulgada na manhã desta terça-feira pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. Pelo que comentaram dois ex-diretores da instituição ao Broadcast, serviço de informações em tempo real da Agência Estado, uma postura dessas não tem par na história do BC.

Pela manhã, Tombini soltou uma nota considerando "significativas" as revisões das projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o crescimento do Brasil neste e no próximo ano. Mais do que isso, enfatizou que essa informação, como todas as demais disponíveis até o momento da decisão do colegiado, serão apreciadas pelos membros do Copom.

Uma das fontes consultadas revelou que estava em reunião interna na instituição em que trabalha quando um colega verificou a notícia no Broadcast por meio do celular. Os reflexos da decisão do Copom de amanhã eram um dos assuntos do encontro. Depois da informação, no entanto, tornou-se a pauta principal, conforme relatou. "Todos os sinais do BC eram mais hawkishes (inclinado ao aperto monetário), apesar da recessão. Não entendemos o motivo de Tombini passar um recado tão dovish (suave) no meio do caminho", disse.

Se havia uma possibilidade de Tombini deixar o cargo por conta da pressão política que vem sofrendo para não aumentar os juros, a avaliação dessa fonte é a de que a revisão do FMI caiu como uma luva para o presidente do BC, que poderá usá-la como argumento. Com isso, avaliou, também não haveria motivo para deixar o cargo. "Mas isso é contraditório com toda a linha apresentada desde o final do ano passado. Ou o BC não passou os recados certos ou teve de mudar de posição de última hora, o que é muito pior", avaliou o ex-diretor.

No Copom passado, o colegiado optou por manter a Selic estável em 14,25% ao ano. O placar, no entanto, foi dividido com seis votos a favor da manutenção e dois pela elevação imediata da taxa para 14,75% (Sidnei Marques e Tony Volpon). O que o Broadcast apurou na ocasião é que se tratava apenas de uma questão de timing, já que todos os membros teriam como tendência de atuação o aperto monetário. As discussões ficaram mais concentradas sobre quando o BC deveria começar a agir.

Para outro ex-integrante do BC, a decisão do Copom de amanhã foi praticamente antecipada para hoje. "É claro que se trata de um comentário assinado por Tombini, que é um voto, mas é um voto importante e, mais do que isso, de 'minerva'", considerou, levando-se em conta que a decisão poderá ser, mais uma vez, dividida. Na história, vale lembrar, é difícil encontrar um momento em que presidente do BC está no grupo dos "vencidos" em um placar do Copom.

Apesar de todo o desgaste que essa nota poderá trazer para os negócios e as expectativas, essa fonte salientou que, pior ainda, seria ver o colegiado elevar a Selic em 0,25 ponto porcentual amanhã, sem ter feito qualquer sinalização sobre essa possibilidade. "A notícia de hoje chocou, claro, mas o pior dos mundos seria levar um susto ainda maior amanhã à noite", disse.

O Broadcast apurou também que, durante o evento de uma instituição financeira, um ex-diretor do BC foi interrompido durante sua fala para ser informado sobre o comentário de Tombini. A reação foi de perplexidade. Ele teria dito que "parecia brincadeira" o BC comentar uma revisão do FMI à véspera do Copom. "Não há precedentes."

Fonte: O ESTADO DE S.PAULO – CÉLIA FROUFE
 

Notícias Relacionadas

Resultados Assembleias: Bancários representados por Sindicatos da Feeb SP/MS aprovam CCT para bancos privados

Votação contou com ampla adesão, mas divergências nas propostas do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal levarão a novas deliberações A votação das assembleias para deliberação da proposta de renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) teve resultados mistos nas regiões dos Sindicatos dos Bancários representados pela Federação […]

Leia mais

Funcionários do BB deliberam sobre proposta de renovação da CCT e ACT

Feeb SP/MS indica aprovação As funcionárias e os funcionários do Banco do Brasil decidirão, em assembleia realizada pelo Sindicato, nesta quarta-feira, 04 de setembro, sobre proposta do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) específico do banco. A votação será aberta às 20h e seguirá até as 20h de quinta-feira (5) pela plataforma eletrônica VotaBem. O Comando Nacional […]

Leia mais

Campanha Nacional: Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul realiza Plenária nesta quarta-feira (4)

A Feeb SP/MS e seus Sindicatos convidam a categoria para discutir as conquistas da Campanha Nacional e a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) em Plenária nesta quarta (04) Nesta quarta-feira (4), a Federação dos Bancários dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul (Feeb SP/MS) realizará uma Plenária das 18h30 às […]

Leia mais

Sindicatos filiados