Federação reforçou o compromisso na luta contra o assédio moral, sexual e outras formas e violência no ambiente bancário
A Federação dos Bancários dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul (Feeb SP/MS) esteve presente na primeira mesa temática de negociação sobre violência no ambiente de trabalho, uma conquista da Campanha Nacional dos Bancários. O encontro aconteceu ontem, 26 de fevereiro, em São Paulo, reunindo entidades representativas dos bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).
Representando a Feeb, Ana Stela Alves de Lima participou da mesa com o Comando Nacional dos Bancários, enquanto Débora Ferreira Machado integrou a mesa da Contec. Ambas as negociações abordaram a implementação das cláusulas 87 a 94 da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), que tratam do combate ao assédio e outras violências no setor bancário, com vigência prevista para setembro de 2025.
Negociação com o Comando Nacional dos Bancários
Durante a mesa de negociação com o Comando Nacional, a implementação das novas cláusulas da CCT foi debatida, destacando seu caráter inédito e seu alinhamento com a Norma Regulamentadora NR1, do Ministério do Trabalho, que trata da prevenção e redução de riscos psicossociais e entrará em vigor em junho de 2025.
O presidente da Febraban, Isaac Sidney, reforçou o compromisso do setor bancário:
“No setor bancário não há margem para tolerar práticas abusivas, seja moral ou sexual. O assediador será alcançado pelas áreas jurídicas e punitivas. Não haverá tolerância a abusos de quem quer que seja.”
A representação dos bancários apontou que grande parte dos casos de assédio decorre da aplicação de metas abusivas, que levam gestores a pressionarem excessivamente seus subordinados. Por isso, defenderam a necessidade de:
•Treinamento e esclarecimento sobre as cláusulas da CCT;
•Garantia de sigilo nos canais de denúncia;
•Punição efetiva dos responsáveis por assédio.
Para a Feeb, a inclusão dessas cláusulas na Convenção Coletiva é um marco para a categoria bancária, reforçando seu compromisso com um ambiente de trabalho mais seguro e digno.
Ana Stela Alves de Lima destacou a gravidade do cenário atual:
“Vivemos um momento de aumento desse tipo de abuso em virtude da onda conservadora que se espalha pelo mundo, onde o diferente incomoda e aqueles que sempre foram assediadores se sentem mais à vontade para fazerem suas maldades. É um retrocesso civilizatório que temos que combater.”
Negociação com a Contec
Pela manhã, a Fenaban também se reuniu com a Contec para tratar do tema. Durante a negociação, a federação dos bancos apresentou os resultados de uma pesquisa interna realizada para avaliar a eficácia das medidas adotadas no combate ao assédio moral e na promoção de um ambiente de trabalho mais saudável.
Os representantes dos bancários reconheceram os avanços, mas destacaram ajustes necessários, como:
•Redução do prazo de 45 dias para resposta das denúncias encaminhadas pelo sindicato;
•Garantia de sigilo absoluto nos canais internos dos bancos;
•Formação de equipes especializadas para conduzir investigações, sem participação de gestores;
•Maior divulgação do protocolo de denúncia previsto na CCT.
O presidente da Fenaban, Adauto Duarte, reforçou o compromisso das instituições financeiras, mencionando a publicação de uma carta de repúdio ao assédio moral, sexual e outras formas de violência no ambiente de trabalho. Além disso, os bancos se comprometeram a analisar as demandas apresentadas para aprimorar as políticas de prevenção.
Débora Machado, representando a Feeb SP/MS na mesa de negociação, destacou:
“Nossa preocupação é contínua. Dar prosseguimento às negociações é fundamental para assegurar os direitos já conquistados e garantir avanços em um tema tão sensível para nossa categoria. Lutamos para acabar com essas práticas de violência laboral porque isso é garantia de trabalho decente.”
Próximos passos
A Feeb segue acompanhando as negociações e cobrando a implementação das medidas acordadas, reafirmando seu compromisso com a proteção e dignidade dos bancários.