Trabalho em casa para bancários do grupo de risco e gestantes, reforço na limpeza e atenção especial à área de autoatendimento estão entre as reivindicações
A diretoria da Federação dos Empregados em Estabelecimentos Bancários dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul esteve na tarde desta segunda-feira, 16, reunida em videoconferência com o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para avaliar medidas a serem adotadas pelos Bancos durante período da pandemia em razão do Covid19, o novo Coronavírus. Dentre as soluções tomadas está a criação de um Comitê de crise para acompanhar as orientações das autoridades de saúde e avaliar atitudes a serem implantadas no setor de acordo com a evolução da epidemia. A preocupação, conforme o CN, é garantir a saúde e a segurança dos bancários, principalmente daqueles que fazem parte do chamado grupo de risco e das mulheres em gestação. Outra questão abordada foi a suspensão das aulas nas escolas e a falta de opção para os cuidados com as crianças.
De acordo com Reginaldo Lourenço Breda, secretário geral da Feeb, a participação da Federação nesta discussão reforça a preocupação oficializada na semana anterior à Fenaban. “Estamos atentos à situação e preocupados com a saúde, segurança e bem estar de todos, seja dos funcionários, seja de seus familiares, seja dos inúmeros clientes. Pensamos juntos em medidas para evitar o menor transtorno possível para as partes e seguiremos de acordo com as recomendações das autoridades de saúde do país", pontua Breda. "Como complemento da nossa preocupação e para mantermos o controle da situação, reforcamos aos sindicatos filiados a atualização sobre cada um dos pontos de trabalho", pontua o secretário geral.
Outras reivindicações
O Comando Nacional dos Bancários enviou, na quinta-feira (12), um ofício sugerindo medidas e cobrando negociações da Fenaban sobre os procedimentos a serem adotados pelos bancos em precaução ao novo coronavírus. Entre as medidas cobradas pelo Comando Nacional dos Bancários a ser adotadas pelos bancos, estão:
– Comunicação preventiva sobre os cuidados a serem tomados por todos, para evitar notícias erradas ou inverídicas;
– Adoção do teletrabalho e, nos casos em que isso não for possível, a antecipação das férias;
– Suspensão das demissões;
– Suspensão da cobrança de metas;
– Controle de acesso às agências, para que não haja aglomerações;
– Suspensão temporária das atividades de agências em áreas de risco, como aeroportos e hospitais;
– Reforço nos procedimentos de limpeza dos locais de trabalho;
– Transparência das informações com os trabalhadores e os sindicatos;
– Adoção de quarentena para bancários que voltarem de viagem ao exterior;
– Retirada dos bancários do serviço no autotendimento;
– Antecipação da campanha de vacinação da gripe, como forma de facilitar a identificação dos casos de coronavírus.
De acordo com o CN, alguns destes procedimentos os bancos já passaram a adotar após o ofício enviado pelo Comando dos Bancários, entre eles, a comunicação preventiva; o reforço na limpeza e a adoção da quarentena para aqueles que retornem de viagens ao exterior. Com relação à campanha de vacinação, foi apresentado que depende de trâmites com a Receita Federal e a Anvisa, mas que já conseguiram antecipar o início, que seria no dia 22 de abril para o dia 15 de abril, mas que vão tentar negociar com os órgãos para antecipar ainda mais.
A CN enfatizou que existe sensibilidade com as demais reivindicações e as mesmas serão levadas como recomendação para serem adotadas por todos os bancos.
Durante a conferência o CN também orientou os sindicatos a comunicarem ao Comando casos concretos que possam ser tratados pelo comitê de crise, como por exemplo, bancários que tenham suspeitas de infecção pelo vírus, mas estão sendo obrigados a trabalhar pelo gestor de sua unidade, também foi reforçada.
Garantia da ultratividade da CCT
Dada a necessidade de suspensão das conferências regionais, estaduais e nacional, além dos congressos e encontros específicos dos trabalhadores de cada banco, para evitar aglomerações e a propagação da doença, o Comando Nacional dos Bancários solicitou a ultratividade dos direitos garantidos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria, que vence em 31 de agosto de 2020.
A Fenaban ficou de levar o tema para ser debatido com os bancos e dará resposta ao Comando Nacional assim que possível.
Defesa do SUS
Após o fim da reunião com a Fenaban, o Comando Nacional dos Bancários permaneceu reunido e destacou a importância da defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) e da revogação da Emenda Constitucional 95/2016, que limita os investimentos públicos nas áreas da saúde, educação e diversas outras políticas sociais.
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