Praticamente a totalidade das reivindicações apresentadas pela categoria sobre esse tema na segunda-feira, 5 de setembro, foram desconsideradas pelos negociadores patronais, inclusive dados apresentados por pesquisa nacional, que foram taxados como exagerados e fora da realidade. Os negociadores da Fenaban chegaram a colocar em dúvidas as pesquisas de forma geral ao afirmar que elas são tendenciosas.
Um dos temas de maior importância para os bancários, o fim das metas abusivas, foram tratadas com absoluto pouco caso. “As metas fora de propósito são causas de transtornos e de distúrbios mentais entre trabalhadores de diversos setores, principalmente os bancários e são comprovados por pesquisas sérias e notas de jornais, mas para os bancos esses dados são considerados fora da realidade, como se viu pela postura de seus negociadores ”, afirma Aparecido Roveroni, diretor da Federação e representante da entidade no Comando Nacional.
De acordo com ele, dados demonstram que a “nossa categoria é detentora de um dos mais altos índices de afastamento por transtornos e distúrbio mentais, conforme números da própria Previdência Social”. No caso de suicídio entre os bancários, são registrados em média 18 casos por ano.
Para a Fenaban, a exigência de metas é inegociável porque, de acordo com os negociadores, é uma questão de “origem”, que diz respeito diretamente aos bancos. ”Concordamos que a questão possa estar relacionada à política dos bancos, mas consideramos que é necessário colocar limites nas metas que muitas vezes são impossíveis de cumprir”, argumenta João Analdo de Souza, diretor da Federação. Ele afirma estar indignado com a negativa dos banqueiros em ao menos deixar de lado, como é o caso de alguns bancos, os caixas do cumprimento de metas, já que, além de se preocupar com as suas funções, de conferência e atendimento aos clientes nas intermináveis filas, os caixas ainda necessitam cumprir as exigências de vendas de produtos.
“Quando não respondiam negativamente, os negociadores da Fenaban queriam remeter as demais reivindicações para a Mesa Temática sobre Igualdade de Oportunidades”, observa Cido Roveroni. Embora a Mesa seja um instrumento importante de negociação permanente, é preciso, segundo ele, uma disposição de mais vontade da Fenaban para considerar como se deve as nossas reivindicações.
Para o Comando Nacional ficou caracterizado que os negociadores da Fenaban passaram o tempo todo querendo descaracterizar os argumentos que foram apresentados.
“Sobre as reivindicações relacionadas ao assédio moral, disseram que os nossos dados não coincidem com a Fenaban. Para os bancos é melhor debater as conseqüências, enquanto para nós o importante é debater as causas. O único de positivo é que concordaram em reavaliar essa questão durante o transcorrer da campanha salarial”, afirma Cido Roveroni.
Quando se tratou de debater as reivindicações dos adicionais a alegação dos bancos foi a de “monetarização” dos riscos e que elas devem ser debatidas individualmente com cada banco. Também negaram às bancárias a prorrogação por mais 60 dias da licença-maternidade, sem necessidade de opção por parte da beneficiária.
Os intervalos para prevenir casos de doença por esforços repetitivos não precisam ser considerados como horários de descanso porque os casos de LER e DOT estão em declínio, embora os números mostrem ao contrário, as reformas das agências podem continuar a ser feitas em horário de trabalho, mesmo colocando em risco a vida dos funcionários e assim por diante. As negociações prossegem nesta terça-feira.
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