Representantes das empresas sugeriram reajuste de 80% do INPC, abaixo da inflação e sem aumento real
Nesta quarta-feira (14), os representantes dos financiários estiveram reunidos em mais uma rodada de negociação com representantes das empresas. Os representantes dos trabalhadores cobraram das financeiras mais responsabilidade e uma proposta global que atenda às reivindicações apresentadas. Em resposta, as empresas trouxeram para a reunião uma proposta abaixo da inflação e sem nada de aumento real, sendo um reajuste para salários e demais verbas de 80% do INPC. Para a reivindicação do aumento da PLR a proposta apresentada foi de pagamento de até 5% do lucro e com teto de 1,8 salário, o que rebaixaria os ganhos de quem tem salários mais baixos e trabalha muito.
Os representantes dos financiários lamentaram a posição das empresas, uma vez que a pauta foi entregue no dia 9 de maio, somando seis rodadas de negociação até o momento. “Foram mais de três meses de negociação e a entrega de hoje mostra total falta de responsabilidade com as propostas apresentadas e os trabalhadores. Rejeitamos a proposta e aguardamos uma nova oferta que não gere perda de direitos e de ganhos para os financiários”, disse o diretor do Sindicato dos Bancários de Santos, representante da Federação dos Bancários dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, na mesa dos financiários, Walmir Gomes.
Reivindicações dos trabalhadores
Foi reivindicado pelos trabalhadores um acordo de dois anos, com reajuste salarial que cubra a inflação medida pelo INPC (3,34%), de junho de 2023 a maio de 2024, e de junho de 2024 a maio de 2025, acrescido de 5% de aumento real. Os mesmos índices devem ser aplicados na Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Para vales alimentação, refeição e auxílio-creche/babá, os trabalhadores exigem um aumento real de 7%.
Razões para rejeitar
A proposta apresentada pela Federação Interestadual das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Fenacrefi), de aumento de 80% do INPC, representa um reajuste de apenas 2,67% para salários e demais verbas. O índice imporia aos trabalhadores perda de 0,65%.
A proposta de PLR apresentada representaria perdas de R$ 1.729 para quem ganha o piso de R$ 2.940.
Os representantes cobraram, ainda, retorno por parte dos representantes das empresas sobre a proposta de dois anos, além da alteração da data base (atualmente em 1º de junho) para se adequar ao tempo que as financeiras levam para apresentar propostas.
Dados dos financiários
A Fenacrefi ressaltou a importância da discussão mais abrangente realizada até agora, inclusive para o setor patronal. A pesquisa sobre o perfil dos financiários, com dados fundamentais sobre a categoria, reivindicada pelos trabalhadores, deve finalmente ser realizada.
Os negociadores das financeiras se comprometeram com a realização do combate à violência contra a mulher: treinamento, cartilhas e compromisso efetivo no combate, disseram.
Sobre o assédio moral, a Fenacrefi se comprometeu com ações de combate.
Uma nova rodada de negociação está marcada para 22 de agosto, em São Paulo. E os trabalhadores cobram respeito e uma proposta defensável que represente o esforço dos financiários.
Contraf, editado por Feeb SP/MS
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