Representantes de empregados criticam período escasso para que critérios sejam alcançados e reforçam que delta representa valorização do trabalho da categoria
O Grupo de Trabalho (GT) de Promoção por Mérito da Caixa Econômica Federal, formado pelos representantes dos trabalhadores e da Caixa, voltou a se reunir nesta segunda-feira (11) para discutir as regras e critérios para concessão dos “deltas”, como são chamadas as remunerações adicionais que são pagas conforme a evolução na carreira (referências).
Apesar de na última reunião, realizada no dia 16 de outubro, os trabalhadores terem cobrado a distribuição linear (o mesmo percentual para todos) do 1º delta, o banco propôs a implantação de seis itens que precisariam ser alcançados pelos empregados, para conquistarem a remuneração adicional:
1 – Certificação Agir Certo Sempre (2023) ou Agir Certo Caixa (2024);
2 – Certificação Cultura Digital;
3 – Um curso finalizado no ambiente “Coursera”;
4 – Um curso em andamento ou finalizado no “Bussu” (plataforma para aprendizado de línguas estrangeiras)
5 – Um curso de iniciativa pessoal na Universidade Caixa
6 – Participação em uma das ações do Programa Qualidade de Vida, que podem ser: imunização na campanha de vacinação antigripal, convênio com Gympass ativo no plano gratuito, participação no Programa de Nutrição e Hábitos Saudáveis e cadastro no aplicativo Caixa em Movimento.
Para ser elegível ao 2º delta, a Caixa propôs que o empregado deverá ter, pelo menos, 300 dias do ano atuando em unidade com nota final 100 no “resultado.caixa”, sendo que, para o pagamento do 2º delta, a Caixa irá assegurar até 20% dos 1% de orçamento da folha para o pagamento dos deltas por merecimento e por antiguidade (pago a cada dois anos de trabalho), conforme a definição da 52 da CGPAR (Comissão Interministerial de Governança Corporativa e de Administração de Participações Societárias da União).
Empregados recusam
Na avaliação dos representantes dos empregados, as propostas para o 1º delta são positivas, porque envolvem atividades que incentivam a saúde e o crescimento pessoal. Porém, mantiveram a exigência para que em 2024 o delta seja linear, como explica o representante da Feeb SPMS no GT, Tesifon Quevedo Neto: “Faltando cerca de 50 dias para o final do ano, a Caixa traz atividades para realização em um tempo muito curto. Por isso insistimos na cobrança pela distribuição linear do 1º delta, bem como propomos debater critérios mais justos para a distribuição do 2º delta”.
Sobre os critérios propostos pela Caixa para o 2º delta, a representação dos bancários ressalta que a obrigatoriedade de 300 dias de lotação em unidade com nota anual a partir de 100 é preocupante. “Além de estimular a prática de competitividade dentre os colegas, temos que considerar uma realidade: hoje as unidades “áreas meio”, que estão nos grandes centros, têm por questões óbvias mais condições de alcançarem notas elevadas em relação às unidades de rede. Consequentemente, tendem a concentrar um número maior de deltas”, explicou Tesifon.
Os representantes dos empregados também pediram que, para 2025, a Caixa inicie as tratativas para definição da sistemática para concessão dos deltas antecipadamente. “Os critérios apresentados na mesa de hoje não são ruins, são importantes para a saúde e formação dos colegas. Entretanto, pelo período curto que resta até terminar o ano, fica muito puxado para que todos consigam cumprir o regramento proposto”, reforça Tesifon. Sobre essa reivindicação, os representantes da Caixa se comprometeram a iniciar o debate no primeiro trimestre de 2025.
Dados
Os representantes da Caixa trouxeram á mesa informações sobre as regras de distribuição nos últimos cinco anos:
Em 2020 o 1º delta, os empregados tiveram que somar no ano anterior 40 pontos na sistemática, cujos critérios foram o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), frequência, capacitação, iniciativa de autodesenvolvimento e avaliação de competências. Para o 2º delta, os critérios foram as maiores pontuações na sistemática.
Em 2021, o 1º delta foi linear, ou seja, o mesmo percentual para todos. O 2º delta, por sua vez, foi entregue aos empregados com desempenho “excepcional” no ciclo do programa Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP), sistemática considerada ruim, pois o programa, introduzido na administração de Pedro Guimarães, contribuiu para o adoecimento na categoria por pressão por metas.
Em 2022, o 1º delta foi linear e para o 2º o banco manteve o requisito pelo desempenho “excelente” no GDP.
Finalmente, nos últimos dois anos, 2023 e 2024, a distribuição foi linear.
Calendário
A Caixa ficou de avaliar as reivindicações dos trabalhadores para que o 1º delta seja linear e os critérios do 2º delta sejam mais justos e discutidos no Grupo de Trabalho. A data da próxima reunião do GT ainda será avaliada e divulgada nas próximas semanas.
“Estamos no limite do tempo para que a Caixa responda às reivindicações da categoria. O delta é um dos temas mais aguardados pelos colegas, depois de terminada a campanha nacional, porque mostra o quanto o banco valoriza o trabalho e a produtividade de cada trabalhadora e cada trabalhador”, conclui Tesifon.
Feeb SP/MS, com informações: Contraf CUT