HSBC dobra o lucro no 1º semestre

08.10.2020

O HSBC, maior banco da Europa, revelou ontem que seu lucro líquido dobrou no primeiro semestre em comparação ao mesmo período do ano passado, depois que sua unidade americana voltou a ser lucrativa pela primeira vez em três anos e as provisões para perdas com empréstimos caíram 46%. O lucro líquido cresceu para US$ 6,76 […]

O HSBC, maior banco da Europa, revelou ontem que seu lucro líquido dobrou no primeiro semestre em comparação ao mesmo período do ano passado, depois que sua unidade americana voltou a ser lucrativa pela primeira vez em três anos e as provisões para perdas com empréstimos caíram 46%. O lucro líquido cresceu para US$ 6,76 bilhões nos seis meses encerrados em 30 de junho, em comparação aos US$ 3,35 bilhões no mesmo período de 2009. O lucro antes dos impostos, de US$ 11,1 bilhões, superou a estimativa média de dez analistas consultados pela "Bloomberg", de US$ 8,8 bilhões. O preço da ação do banco subiu na Bolsa de Valores de Londres ontem.
 
"O HSBC abriu a safra de balanços de bancos com certo estilo", disse Richard Hunter, diretor de ações da corretora Hargreaves Lansdown Stockbrokers de Londres. "O grande ponto positivo dos resultados são os números referentes às provisões para perdas com empréstimos, que caíram muito significativamente."
 
No ano passado, o HSBC fechou sua divisão de financiamentos ao consumidor nos Estados Unidos a novos clientes e vendeu ativos para conter os empréstimos ruins, que vinham impedindo a unidade de ser lucrativa desde o primeiro semestre de 2007. O banco separou mais de US$ 61 bilhões em provisões na América do Norte, depois da aquisição, em 2003, do Household International, um banco que operava com empréstimos subprime.
 
O lucro antes dos impostos na América do Norte foi de US$ 492 milhões, comparado a um prejuízo de US$ 3,7 bilhões no primeiro semestre de 2009, enquanto as despesas com empréstimos ruins recuaram de US$ 8,5 bilhões para US$ 4,6 bilhões. "Estamos nos concentrando na formação de uma base de ativos de alta qualidade para o futuro, e isso está levando as despesas com a deterioração dos empréstimos a recuarem aos menores níveis desde o começo da crise", disse em comunicado o executivo-chefe Michael Geoghegan.
 
O HSBC é o primeiro banco britânico a anunciar os resultados do primeiro semestre. O BNP Paribas, o maior banco da França, anunciou ontem um crescimento de 31% no lucro líquido do segundo trimestre, para € 2,1 bilhões (US$ 2,7 bilhões de dólares), período em que os empréstimos ruins também diminuíram. O índice Bloomberg Europe Banks and Financial Services, formado por 54 ações, chegou a subir 3,1% ao meio-dia de ontem em Londres, a maior alta em mais de três meses. A ação do HSBC chegou a subir 4,8% para 678 pence, a maior alta desde 29 de abril.
O lucro antes dos empréstimos em Hong Kong e na região do Pacífico Asiático aumentou 30%, para US$ 5,86 bilhões, enquanto na Europa o crescimento foi de 18%, para US$ 3,5 bilhões. O banco teve lucro de US$ 1,17 bilhão em sua divisão de banco de varejo, ante um prejuízo de US$ 1,25 bilhão um ano antes. As provisões totais para perdas com empréstimos caíram de US$ 13,9 bilhões para US$ 7,5 bilhões.
 
A receita do HSBC com as atividades de banco de investimento foi a segunda melhor de todos os tempos, depois do "desempenho excepcional" do primeiro semestre do ano passado, disse o diretor financeiro do HSBC Douglas Flint em conferência telefônica com jornalistas. O lucro com operações de câmbio caiu, enquanto houve melhor desempenho nos negócios com ações, operações com ativos estruturados e parte das transações com títulos e nos investimentos principais, disse Flint.
 
Ao contrário dos concorrentes britânicos Royal Bank of Scotland (RBS) e Lloyds BankingGroup, o HSBC não precisou ser socorrido com recursos dos contribuintes durante a crise financeira. Ele capta mais depósitos junto aos clientes do que empresta, o que ajuda sua liquidez.
Geoghegan mudou-se para Hong Kong em fevereiro, deixando o presidente do conselho de administração Stephen Green em Londres, na medida em que o banco passa a se concentrar nos mercados emergentes e pretende fazer uma oferta pública inicial de ações em Xangai no ano que vem. O crescimento da economia mundial deverá continuar limitado por causa do "crescimento anêmico" dos países desenvolvidos, disse ontem Geoghegan no comunicado. Ele observou que está "otimista" com as economias emergentes.
 
O HSBC disse que a tributação extraordinária de 50% imposta pelo governo britânico sobre as bonificações concedidas a executivos custou cerca de US$ 91 milhões ao banco. O governo impôs a cobrança de um imposto sobre bonificações de mais de 25.000 libras (US$ 38.000) sobre os pagamentos concedidos entre 9 de dezembro de 2009 e 5 de abril deste ano. Lloyds, Northern Rock, Standard Chartered, Barclays e RBS anunciam seus resultados esta semana.

Jon Menon e Andrew MacAs, Bloomberg

 
 

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