Gera, programa responsável pela aplicação de metas tem adoecido a categoria
Nesta terça-feira (20), representantes dos bancários na Comissão de Organização dos Empregados (COE) Itaú se reuniram com os representantes do Banco para cobrar a reavaliação do Gera, o Programa de Remuneração Variável.
O programa que é aplicado pelo banco Itaú para a administração de metas aos trabalhadores tem sido responsável pelo adoecimento e demissões.
Empregados relatam o aumento da pressão por metas inatingíveis nas vendas de produtos bancários. “A situação é crítica, as metas só aumentam, e com isso, o número do adoecimento e das demissões”, declara Reginaldo Breda, secretário geral da Federação dos Bancários dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul.
O movimento sindical associa as demissões à aplicação das metas abusivas, ao aumento da pressão e à falta de treinamento ao trabalhador.
Alterações
Durante a reunião foram apresentadas algumas alterações no Gera semestral, voltado aos gerentes com carga horária de oito horas e no Decola, programa de remuneração trimestral dos agentes de negócio com carga horária de seis horas.
Representantes do banco explicaram que o objetivo é a simplificação dos programas e a evolução em reconhecer de outras formas os colaboradores.
Entenda as mudanças
Para o Gera semestral, as agências e carteiras com maiores performances no semestre terão sua remuneração semestral dobrada. No Decola, a mudança consiste na fórmula do cálculo, ou seja, o banco vai substituir o “N”, conceito que o banco usava nas avaliações individuais de todos os funcionários, com variação de 1 a 5, pelo índice de Complementar de Metas (ICM).
A representação sindical cobrou a cumprimento da cláusula 87 da Convenção Coletiva, que estabelece a criação de um grupo de trabalho para discussão das metas. O secretário relatou as dificuldades dos empregados e a importância do GT. “São metas difíceis de serem batidas, através do grupo de trabalho vamos poder melhorar a avaliação, a discussão e a negociação dos programas Gera e Decola”, destacou Breda, que representou a Feeb durante a negociação.
GERA
O banco Itaú incentiva que os bancários busquem pontuações acima dos 1.000 pontos no GERA, que na teoria seria a meta de empregabilidade. “Quando o trabalhador entrega somente os 1.000 pontos é enquadrado como ‘baixa performance’, o que expõe, gera constrangimento e adoecimento. Enquanto os que entregam 1.200 pontos e vislumbram uma remuneração variável melhor, também são pressionados a pontuarem ainda mais”, explica.
De acordo com o movimento sindical, bancários que não atingem a chamada alta performance, que incluem pontuações de 1.300, 1.400, 1.500 e até 1.600 pontos, são pressionados a buscar de qualquer forma os resultados.
Certificação da Ambina
Durante a reunião o banco informou, ainda, a prorrogação dos prazos de apresentação das certificações profissionais série 10 e série 20 (CPA-10 e CPA-20), da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Ambina) para os dois casos. De acordo com o banco, as pessoas reprovadas receberão novo prazo de 60 dias. Com relação aos casos de empregados que não chegaram a fazer a prova, o banco informou que serão advertidos e terão novo prazo de 60 dias. “A proposta da COE é para que neste primeiro momento o banco não desse nenhuma advertência e apresentasse o número de pessoas pendentes de certificação, para que em cima destes dados voltem a discutir a situação no início do próximo ano”, explica Breda.
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