Itaú Unibanco fecha compra da Credicard por R$ 2,767 bilhões

15.05.2013

Por Vanessa Adachi e Carolina Mandl | De São Paulo O Itaú Unibanco fechou ontem a compra da Credicard, a unidade de cartões do Citi, por R$ 2,767 bilhões. Os contratos foram assinados no início da noite na sede do Itaú, em São Paulo, na presença de alguns representantes do Citi. No entanto, os principais […]

Por Vanessa Adachi e Carolina Mandl | De São Paulo

O Itaú Unibanco fechou ontem a compra da Credicard, a unidade de cartões do Citi, por R$ 2,767 bilhões. Os contratos foram assinados no início da noite na sede do Itaú, em São Paulo, na presença de alguns representantes do Citi. No entanto, os principais responsáveis pela negociação pelo lado do banco americano estavam em Nova York.

A operação envolve a compra da marca Credicard, do banco Citicard e da promotora Citifinancial, com 96 pontos de venda. Ficaram de fora do negócio os cartões American Airlines, Corporate, Credicard Platinum (exceto Credicard Exclusive) e os cartões com as marcas Citi e Diners, que permanecem com o Citi, num total de cerca de 1 milhão de cartões.

Com o negócio, o Itaú Unibanco leva para casa uma carteira de crédito de R$ 7,3 bilhões, além de 4,8 milhões de cartões de crédito. Já líder em cartões com sua base de 32,8 milhões de plásticos, o Itaú deve agregar cerca de 5 pontos percentuais no mercado, em termos de volume transacionado. Sozinho, o Itaú já tinha uma participação de 30%. Em 2012, o setor de cartões movimentou R$ 724,3 bilhões.

É uma clientela já conhecida do Itaú Unibanco e que vai se somar a uma base de 32,8 milhões do banco. Até 2004, Citi, Itaú e Unibanco dividiam o controle da Credicard. Naquele ano, o Unibanco vendeu sua participação para os dois sócios. Dois anos depois, Citi e Itaú se separam. Por já conhecer esses consumidores, a avaliação do Itaú é que será capaz de expandi-la com mais facilidade.

A própria marca Credicard é outro ativo que pesou na avaliação do Itaú. Estudo feito pelo banco mostrou que o nome ainda é importante no mercado de cartão de crédito. Mas ainda não está decidido como a marca Credicard será usada. Uma das possibilidades em estudo é destiná-la aos clientes não-correntistas do banco. Nos últimos anos, o Itaú fez investimentos pesados na marca Itaucard.

Sinergias também serão exploradas. Plataformas tecnológicas, por exemplo, serão integradas. Inicialmente o Itaú absorverá um contingente de 1.200 funcionários da Credicard. A questão ainda não respondida é o que o banco pretende fazer com esses funcionários ao longo do tempo. Em busca de ganhos de eficiência, no ano passado o Itaú Unibanco cortou 6,68 mil empregados.

Restam dúvidas, também, sobre a sobrevivência da rede de 96 lojas que vieram junto com Credicard, já que o banco tem 4.075 agências Brasil afora. Bancos que analisaram o ativo avaliaram a possibilidade de fechar as lojas, ou parte delas.

O Itaú desbancou o Bradesco e o Santander na disputa pelo ativo. Os dois concorrentes foram comunicados pelo Citi de que estavam fora da disputa na segunda-feira da semana passada. A partir de então, o Itaú seguiu negociando com exclusividade, conforme noticiou o Valor Pro. BTG Pactual e Banco do Brasil participaram de fases anteriores da negociação.

De acordo com dados do Banco Central, compilados pela equipe de analistas do banco Brasil Plural, o banco Citicard, que englobava a Credicard, teve lucro líquido de R$ 172 milhões em 2012, com avanço de 13,4% na comparação anual.

Do lado do Citi, a operação deve trazer um ganho sobre a venda de aproximadamente US$ 300 milhões, após impostos, já no resultado do segundo trimestre deste ano. Em comunicado divulgado ontem, o banco reitera seu interesse no Brasil, apesar da venda da Credicard.

"Essa transação demonstra como estamos encontrando formas de otimizar nossos negócios e de focar em segmentos específicos nos mercados emergentes, em linha com a nossa estratégia global", disse Francisco Aristeguieta, presidente do Citi América Latina. "Fazemos negócios no Brasil há 98 anos, e continuaremos ampliando nossos negócios institucionais e de banco de varejo no país."

Fonte: Valor Econômico

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