Valor cobrado em crédito avançou 3,46 pontos percentuais, de 88,83% para 92,29% ao ano, e a Selic, 2,75 pontos
DANIELLE BRANT
DE SÃO PAULO
O juro médio cobrado do consumidor nas diversas linhas de crédito subiu mais em 2013 do que a taxa básica da economia, a Selic.
Enquanto o juro básico aumentou 2,75 pontos percentuais no ano passado, de 7,25% ao ano –o menor da história– para 10% ao ano, o valor cobrado do consumidor cresceu, em média, 3,46 pontos percentuais –de 88,83% ao ano para 92,29% ao ano.
Os cálculos são da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).
Vale destacar que o juro médio das linhas de crédito fechou 2013 em valor equivalente a mais de 9 vezes o da Selic, mas, quando a taxa básica era a mínima histórica, essa diferença era ainda maior: superava 12 vezes.
Considerando cada taxa separadamente, a Selic subiu 37,93% no ano, enquanto o juro ao consumidor, 3,90%.
"A diferença entre o juro ao consumidor e a taxa básica, que compõe o valor cobrado nos empréstimos, de qualquer forma, continua gritante", diz Samy Dana, economista da FGV (Fundação Getulio Vargas). "É preciso cuidado ao tomar crédito."
Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor da Anefac, afirma que o consumidor não percebe o aumento do juro nas parcelas de empréstimos justamente porque não é expressivo em relação à taxa anterior. No longo prazo, porém, Oliveira acrescenta que esse aumento pode se tornar significativo e comprometer o orçamento familiar.
ORIENTAÇÕES
O quadro ao lado traz simulações de empréstimos no crédito pessoal, no rotativo do cartão de crédito e no cheque especial –os dois últimos, com as maiores taxas de juros entre as modalidades avaliadas pela Anefac.
De acordo com o educador financeiro Reinaldo Domingos, da DSOP, empresa de orientação financeira, antes de tomar o crédito, o consumidor deve fazer o diagnóstico das finanças para ver se as prestações cabem no bolso.
Também é indicado reorganizar as finanças para se livrar das dívidas mais caras. "É possível buscar uma linha de crédito com juro menor para substituir uma dívida em outra com taxa mais alta."
O consultor recomenda ainda gastar menos do que se ganha. "É algo que precisa do apoio familiar para dar certo."
Fonte: Folha de S.Paulo
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