Na contramão dos demais, grande banco reduziu reservas para calotes 21.mai.2020 às 8h30
De acordo com reportagem publicada nesta quinta-feira, 21, pela Folha de São Paulo, o lucro líquido recorrente (que desconsidera receitas e despesas extraordinárias) da Caixa Econômica Federal atingiu R$ 3 bilhões no primeiro trimestre deste ano, uma queda de 7,5% ante igual período de 2019.
A reportagem aponta que o movimento foi puxado pelo recuo da margem financeira —principal receita do banco, com operações de crédito— para R$ 10,6 bilhões.
Diferentemente dos demais grandes bancos —Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander—, que aumentaram as reservas para cobrir eventuais calotes ante o atual momento de crise do coronavírus, a Caixa apresentou um recuo de 28,8% nas provisões, para R$ 2 bilhões.
Já a inadimplência do banco subiu 0,68 ponto percentual no período, para 3,14%.
Nesta quinta-feira, 21, a Caixa afirmou em relatório divulgado, que não houve alteração no processo de apuração da provisão de risco de crédito, bem como a na constituição da provisão prudencial, considerando as características das operações do banco, que são concentradas principalmente em operações de longo prazo, com garantias reais.
De acordo com o banco, haverá continuidade no acompanhamento nas operações de crédito ante a evolução da pandemia do Covid-19.
A carteira de crédito ampla da Caixa apresentou um crescimento de 2%, para R$ 699,6 bilhões. O crédito para habitação, principal negócio do banco, teve alta de 5,2%, para R$ 470,4 bilhões.
A carteira comercial do banco caiu 5,1%, para R$ 121,3 bilhões, impactada pela redução de 17,1% nos empréstimos para pessoas jurídicas, para R$ 38,7 bilhões. O presidente do banco, Pedro Guimarães, já havia afirmado que a retração aconteceria, uma vez que o banco já desde o ano passado tem trabalhado na redução do crédito cedido às grandes empresas.
Os recursos cedidos para pessoas físicas tiveram um aumento de 1,8% no período, para R4 82,6 bilhões.
As despesas administrativas da Caixa apresentaram recuo de 1,3%, para R$ 5,2 bilhões, influenciadas pela redução de 3,2% nos custos do banco com salários. O movimento ainda é reflexo da redução do quadro de funcionários do banco —nos últimos dois anos, a Caixa abriu quatro PDVs (Programas de Demissão Voluntária).
O banco também registrou redução de 59,4% no valor da atualização monetária dos IHCD (Instrumento Híbrido de Capital e Dívida) —instrumento usado pelo governo entre os anos de 2007 e 2013 para capitalizar o banco público— ante o pagamento de R$ 11,35 bilhões ocorrido em 2019.
As receitas com prestação de serviços e tarifas bancárias da Caixa ficaram praticamente estáveis no período, em R$ 5,8 bilhões. O recuo de 11,8% nos ganhos com contas correntes – que respondem por 23% dessas receitas— acabou compensando aumento de 12,5% com crédito e 2,4% em cartões.
AUXÍLIO EMERGENCIAL
A Caixa já pagou cerca de R$ 50 bilhões de auxílio emergencial até agora —sendo R$ 37,1 bilhões na primeira parcela e outros R$ 12,8 bilhões na segunda parcela. Além disso, o banco afirma que de 4 a 20 de maio pagou R$ 1,9 bilhão por meio do Benefício Emergencial Bem.
Ante o avanço da crise do coronavírus, a Caixa também havia anunciado, em 20 de abril, uma nova linha de crédito de R$ 7,5 bilhões para microempreendedores individuais e micro e pequenas empresas em parceria com o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
O banco também suspendeu possibilitou a pauta ou o pagamento parcial das prestações do crédito habitacional para pessoas físicas e renegociou contratos em atraso entre 61 e 180 dias, permitindo pausa de até três prestações.
Para diminuir as filas nas agências físicas da Caixa ante o pagamento dos auxílios e benefícios, o banco afirmou que ampliou a disponibilidade de produtos e serviços nos canais digitais e que disponibilizou o atendimento via Whatsapp para todos os clientes correntistas e poupadores.
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