
Com redução da inadimplência, o Bradesco fechou 2013 com lucro líquido de R$ 12,011 bilhões, crescimento de 5,5% em relação ao ganho do ano anterior.
Apenas no quarto trimestre, o segundo maior banco privado do país teve lucro de R$ 3,079 bilhões, alta de 6,4% sobre o mesmo período de 2012.
Em bases recorrentes, que exclui ganhos e perdas extraordinários, o lucro do Bradesco foi de R$ 3,199 bilhões entre outubro e dezembro, pouco acima do esperado pelo mercado (R$ 3,18 bilhões). No acumulado do ano, a cifra ficou em R$ 12,202 bilhões.
Depois de reduzir no terceiro trimestre as previsões para avanço da margem financeira de juros (de 4% a 8% para o intervalo 1% a 3% em 2013), o banco anunciou hoje que espera crescimento de 10% a 14% em sua carteira de crédito expandida (financiamentos) em 2014.
No final do ano passado, os financiamentos do Bradesco totalizaram R$ 427,273 bilhões, avanço de 3,6% sobre o terceiro trimestre e de 10,8% sobre 2012.
A margem financeira de juros do banco ficou dentro do esperado em 2013, com crescimento de 1,58% sobre o ano anterior.
CALOTES
A inadimplência superior a 90 dias teve queda, indo de 4,1% em dezembro de 2012 para 3,5% no final do mês passado. Em relação ao terceiro trimestre, a redução foi de apenas 0,1 ponto percentual.
Mesmo com a queda na inadimplência, o banco aumentou as despesas de provisões para calotes. Em 2013, a cifra totalizou R$ 21,687 bilhões, acima dos R$ 20,117 bilhões vistos um ano antes.
No trimestre, o valor cresceu para R$ 2,961 bilhões, interrompendo uma sequência de cinco trimestres seguidos de queda nas provisões do Bradesco. Entre julho e setembro, a cifra havia sido de R$ 2,881 bilhões. No entanto, frente ao quarto trimestre de 2012, quando as provisões foram de R$ 3,210 bilhões, houve queda de 7,8%.
PERSPECTIVAS
Mesmo prevendo um cenário mais "desafiador" para a economia brasileira e a global neste ano, os executivos do Bradesco preveem aumentar o volume de empréstimos entre 10% e 14% em 2014.
A expectativa do Bradesco é um aumento entre 11% a 15% dos empréstimos a pessoas físicas e de 9% a 13% às empresas. Não se trata de um cenário muito distante do auferido em 2013, quando o crédito a pessoas físicas avançou 11,2% e para empresas, 10,6%.
O presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, afirmou que o desempenho dos empréstimos ficou um pouco abaixo do esperado. Mas ponderou que o banco, assim como analistas do mercado e governo, tinham uma perspectiva mais otimista da economia brasileira no início de 2013.
"A carteira de crédito [do Bradesco] teve um ritmo menor do que o previsto, mas em sintonia com o compasso da economia brasileira", afirmou.
Trabuco prevê que o ano de 2014 será "diferente e único" e de mais dificuldade para países emergentes. Ele não citou diretamente o Brasil, mas afirmou que as "crises passam e os países ficam".
"Será um ano diferente, até pela dinâmica da economia internacional. Não vamos esquecer que, no ano passado, nós tivemos a partir de maio o [anúncio do] fim dos estímulos monetários [nos EUA], que deflagrou um ciclo de economia em que os emergentes passaram a ser testados", afirmou. "Os mercados hoje exigem respostas, e os países que tiveram maior fragilidade vão ter um pouco mais de dificuldade no ambiente conjuntural. Agora, a direção no médio e longo prazo é positiva e não será a volatilidade que vai nos alterar essa perspectiva. As crises vêm e passam, mas os países ficam".
Sobre o Brasil, Trabuco afirmou que o banco tem "boa percepção" sobre o futuro do país. "O Bradesco é uma empresa otimista e temos estimativas de desempenho de melhora contínua do nosso balanço ao longo dos quatro trimestres de 2014".
Fonte: Folha de S.Paulo
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