Quatro agências do Santander são paralisadas em Santos

15.09.2014

Os bancários e a diretoria do Sindicato de Santos e Região retardaram o atendimento ao público de quatro agências do Santander no Centro de Santos/SP, das 10h às 12h, nesta segunda-feira, dia 15/9, Dia Nacional de Luta dos Bancários por conta da Campanha Salarial 2014. O protesto foi realizado com faixas, concentração de trabalhadores, cartazes […]

Os bancários e a diretoria do Sindicato de Santos e Região retardaram o atendimento ao público de quatro agências do Santander no Centro de Santos/SP, das 10h às 12h, nesta segunda-feira, dia 15/9, Dia Nacional de Luta dos Bancários por conta da Campanha Salarial 2014. O protesto foi realizado com faixas, concentração de trabalhadores, cartazes e carro de som. As unidades ficam na Pça. Mauá, rua Frei Gaspar, João Pessoa e Brás Cubas, todas no centro financeiro e de maior concentração de unidades bancárias da Baixada Santista.

A paralisação foi em âmbito nacional por melhores condições de trabalho e salários, fim das metas e do assédio moral, mais emprego e contra a terceirização. A data do dissídio coletivo da categoria é 1º de setembro, mas os representantes da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) estão desprezando as reivindicações e enrolando os bancários.

Os seis maiores bancos (Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e HSBC) apresentaram lucro líquido de R$ 29,6 bilhões no primeiro semestre de 2014, que superará os R$ 56,7 bilhões do ano passado inteiro. “Eles têm a maior rentabilidade do sistema financeiro do mundo, mas demitem em massa e arrocham o salário dos bancários com o mecanismo perverso de rotatividade, apesar do lucro gigantesco”, informa Big, Presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região. Leia abaixo.

Fenaban enrola e nega as reivindicações

O Comando Nacional dos Bancários realizou quatro rodadas de negociação sem nenhum resultado concreto por parte da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), para as reivindicações da Campanha Salarial 2014.

Nas quatro primeiras rodadas (com oito encontros) de negociação, os bancos praticamente disseram não para quase todas as reivindicações da categoria aprovadas na 16ª Conferência Nacional dos Bancários.

A primeira rodada, nos dias 19 e 20 e agosto, tratou de saúde e condições de trabalho:

19/08 – Bancos voltam a dizer que metas não são abusivas
20/08 – Bancários cobram medidas para melhorar saúde
A segunda foi realizada nos dias 27 e 28 de agosto, sobre segurança bancária e igualdade de oportunidades:
27/8 – Bancos não estão nem aí com a vida dos bancários
28/8 – Diferença salarial das mulheres cresceu em 20 anos
E, em 3 e 4/9, no terceiro encontro o Comando discutiu com a Fenaban os temas emprego e remuneração:
3/9 – Para bancos, eliminar 5 mil empregos “não é muito”
4/9 – Banqueiros dizem que demitem com responsabilidade

Na quarta rodada sobre o índice de reajuste e PLR:
10/9 – Os negociadores não apresentaram nenhuma contra proposta
11/9 – Não apresentaram nenhum índice de reajuste e prorrogaram as negociações para dias 16 e 17/9, dizendo que iriam conversar com os banqueiros
19/09 – Talvez apresentem uma proposta rebaixada das reivindicações e empurrem os bancários para a GREVE !

TERCEIRIZAÇÃO

”A Terceirização retira direitos, amplia a jornada de trabalho, provoca demissão em massa, diminui salários, aumenta os acidentes de trabalho e oferecem serviços precarizados a toda a população. É só olhar para os serviços prestados pela empresas de telefonia, de tvs a cabo, energia, construção civil e outros. Precisamos barrar os projetos de leis (PLs) 4330/04 e 7892/14, na Câmara Federal, e o PLS 87, no Senado, que prevêem a terceirização de todas as atividades do País. O capital tem buscado outros caminhos para permitir a precarização total e conseguiu pautar a questão denominada Repercussão Geral para que o Supremo Tribunal Federal julgue, mas seguimos lutando para impedir a retirada de direitos”, afirma Big.

Concentração de renda

No Itaú, cada membro do Conselho de Administração recebeu, em média, R$ 15, 5 milhões em 2013, o que representa 318,5 vezes o que ganhou o bancário que recebe o piso salarial. No Santander, cada diretor embolsou, em média, R$ 7,7 milhões no mesmo período, o que significa 158,2 vezes o salário do caixa. E no Bradesco, que pagou, em média, R$ 13 milhões no ano para cada diretor, a diferença para o salário do caixa foi de 270 vezes.

Dessa forma, para ganhar a remuneração mensal de um desses executivos, o caixa do Itaú tem que trabalhar 26,5 anos, o caixa do Santander 13 anos e o do Bradesco 22,5 anos.

Principais reivindicações econômicas

Reajuste salarial de 12,5%; PLR: três salários mais parcela adicional de R$ 6.247; 14º salário; vales alimentação, refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 724,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional); gratificação de caixa: R$ 1.042,74; gratificação de função: 70% do salário do cargo efetivo; vale-cultura: R$ 112,50 para todos.

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