A sexta audiência está marcada para o dia 20/07
A quinta audiência para tratar da reestruturação no Banco do Brasil, realizada na útima sexta-feira (09), na sede da Procuradoria Geral do Trabalho, em Brasília encerrou sem acordo ou avanços.
A representante da Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul (FEEB-SP/MS), Maria do Carmo Peggau, acompanhou a negociação.
Os temas discutidos foram novamente a prorrogação do pagamento do VCP, a gratificação de caixas, a mudança de função de gerente de negócios para gerente de serviços – o movimento sindical entende que o banco está realizando a substituição de um cargo de maior salário por outro que recebe menos, ou seja, de gerente de negócios para gerente de serviços e cobra que o BB reative a função de gerente de negócios.
Além disso, a reunião tratou também dos substitutos de caixas, que trabalham praticamente todos os dias na função e também cobraram que o banco apresentasse um mapa com as perdas salariais sofridas pelos funcionários realocados, contendo números qualificados e por estado, pois há informações de que com a mudança, trabalhadores perderam até 50% da gratificação.
Confira abaixo.
Prazo para pagamento do VCP e da gratificação dos caixas
O banco informou que foi feito pagamento integral até o dia 31 de maio, a 2.085 escriturários não realocados e que 1.043 funcionários estão exercendo funções inferiores às que exerciam antes da reestruturação. Afirmaram ainda que existem 14.184 funcionários movimentados em GF igual, 3.558 em GF maior e 646 em GF menor. A VCP deixou de ser paga a todos a partir do dia 01/06/2017. O banco reafirmou que irá manter sua posição de manter o pagamento da VCP pelo período de quatro meses, sem prorrogação e a gratificação de caixa até o último dia do mês de maio. Afirmou também que possui pouco mais de 100 agências com vagas, porém, que não há interesse dos funcionários em migrar para elas, ainda que tenha criado um incentivo (pago em 12 parcelas, cujo valor ainda não foi divulgado) para estimular o interesse na troca de agência. O BB afirmou também que TAO Especial continua existindo, favorecendo os trabalhadores descomissionados na reestruturação.
Os representantes dos trabalhadores contra-argumentaram que o incentivo mencionado atende mais às necessidades do banco, que não consegue alocar funcionários em locais de difícil provimento, do que aos interesses dos trabalhadores que tiveram perdas. Principalmente, considerando que após o período de duração do incentivo, o trabalhador novamente se verá em dificuldade. Por esse motivo, as entidades entendem que a solução adequada seria manter o VCP por prazo indeterminado, visando compensar a perda da gratificação. A Comissão de Empresa do Banco do Brasil (CEBB) solicitou ainda, isonomia no tratamento entre executivos do BB e demais empregados, passando esses últimos a receber o VCP por no mínimo 12 meses, dada a necessidade de maior prazo para ajuste financeiro dos trabalhadores.
Mudança da função de Gerente de Negócios para gerente de serviços
Não houve consenso sobre esta questão. O BB afirma que as funções não tem nada a ver com a outra, que as funções que pertenciam ao gerente de negócios foram herdadas pelo gerente geral e que não pretende reativar a função de gerente de negócios, porém, algumas mudanças internas não ocorreram a contento, portanto, em julho deste ano deverão realizar visitas a 41 agências para realizações de reuniões com os trabalhadores, a fim de estabelecer um plano de trabalho para buscar melhorias contínuas e que o banco irá fazer acompanhamento para saber se está havendo desvio de função.
Os representantes dos trabalhadores, por sua vez, afirmou não estar convencido quanto a não estar ocorrendo desvio entre a função extinta e a nova função, acarretando, inclusive sobrecarga de trabalho para os gerentes de serviço, já que no plano apresentado pelo próprio BB as funções dos cargos de gerente de negócios e gerente de serviços são bastante similares.
Substitutos de caixa
Os representantes do banco afirmaram que o movimento sindical apresentou dois casos (em Curitiba) de agências Estilo sem caixa e que a instituição bancária realizou o devido ajuste, designando caixas para ambas as agências, porém, ressaltaram que as agências Estilo não devem utilizar a função, sem dotação de caixas, e caso os sindicatos tenham conhecimento dessa situação, devem informar ao banco. O BB disse ainda que nos casos em que há apenas um caixa é por ele desenvolvida e que em caso de substituição temporária de caixa por escriturário, este receberá a gratificação correspondente. Também informou que houve nomeação de mais 200 escriturários que vinham substituindo caixas por mais de 90 dias, totalizando 800 escriturários nomeados nessa situação.
Mapa das perdas salariais sofridas por funcionários por conta da reestruturação
Com relação às informações solicitadas ao Banco do Brasil, com o objetivo de averiguar a informação de funcionários teriam perdido até 50% da gratificação com o processo de reestruturação em curso no BB, os representantes do banco foram taxativos ao afirmar que acreditam que as informações prestadas anteriormente são suficientes para acompanhamento das entidades e embasamento da realocação, não havendo nada mais a informar.
O movimento sindical reafirmou que os dados fornecidos pelo banco são insuficientes para realização do acompanhamento das entidades e fundamentar a negociação. Diante da divergência quanto às informações prestadas pelo BB, as procuradoras do Trabalho, Dra. Ana Cristina D. B. F. Tostes Ribeiro e Dra. Vanessa Patriota da Fonseca, vice–coordenadora nacional do Conafret (Comissão Nacional de Combate às Fraudes nas Relações de Trabalho) ressaltaram que é facultada às entidades profissionais o ingresso de ação pleiteando o recebimento de tais informações.
Nova audiência
A sexta audiência está marcada para o dia 20/07/2017, às 14h, na sede da Procuradoria Geral do Trabalho, em Brasília.
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