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FMI diz que moeda está sobrevalorizada; câmbio atinge competitividade de bens e serviços
Diferença entre taxa de juros doméstica e internacional e queda do risco de investir no Brasil explicam alta
ÉRICA FRAGA
DE SÃO PAULO
O real atingiu em junho pela primeira vez o mesmo nível de sobrevalorização em termos reais (descontada a inflação) registrado em dezembro de 1998, às vésperas da maxidesvalorização da moeda brasileira, que levou à adoção do câmbio flutuante.
A série histórica calculada pelo Banco Central, que mede o valor relativo do real em relação àquele das moedas dos principais parceiros comerciais do Brasil, caiu para o patamar de 75,6 em junho de 2010, valor muito próximo dos 75,4 verificados em dezembro de 1998.
Quanto menor esse índice, mais valorizada está a moeda de um país. Para ter uma ideia do quão sobrevalorizado está o real, o atual nível de 75,6 reflete uma valorização 30% maior do que a média mensal do índice registrado desde janeiro de 1999. O cálculo do índice de câmbio real efetivo desconta os níveis de inflação dos países.
"Esses dados são evidência de que o real está sobrevalorizado", diz Julio Callegari, economista do JPMorgan.
Câmbio sobrevalorizado é sinônimo de menor competitividade dos bens e serviços comercializados por um país. O saldo em conta-corrente (que mede as transações de uma nação com o exterior) do Brasil tem se deteriorado a uma velocidade rápida.
A sobrevalorização da moeda brasileira foi motivo de alerta dado ontem pelo FMI em sua nota de revisão sobre a economia do país.
Para Bráulio Borges, economista-chefe da LCA Consultores, a valorização do real é explicada pela grande diferença entre o nível de juros doméstico e as taxas internacionais, associada à percepção de que o risco de investir no Brasil caiu.
Além disso, acrescenta o economista, o Brasil vai crescer bem acima da média mundial em 2010. Esses dois fatores ajudam a atrair capitais para o país, o que sustenta o valor do real.
A sobrevalorização contribui para a continuação do aumento do rombo nas contas externas, e o deficit é cada vez mais financiado por capital volátil, de curto prazo.
Os riscos relacionados aos desequilíbrios gerados pela valorização excessiva do real são menores hoje do que em 1998. Naquela época, o Brasil tinha US$ 44,6 bilhões de reservas internacionais e o regime de câmbio era fixo.
Hoje, o sistema cambial é flutuante e o Banco Central tem enorme poder para defender o real, com reservas de mais de US$ 250 bilhões.
Mas o fato de os riscos serem menores não significa que sejam inexistentes. Em nota, o FMI sugeriu "estratégia de longo prazo que combine aperto na política fiscal, taxas de juros mais baixas e medidas prudenciais".
Uma política fiscal mais austera abriria caminho para queda dos juros, o que reduziria a atratividade do real para capitais de curto prazo.
Há consenso entre analistas de que o real terá de se desvalorizar em algum momento para patamar mais sustentável. A dúvida é se por ajuste gradual ou brusco, provocado por exemplo por saída repentina de capitais.
Fonte: Folha de S.Paulo
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