SÃO PAULO – O Santander vai investir R$ 3 bilhões no Brasil em 2013, além de oferecer R$ 5 bilhões para financiamento de projetos de infraestrutura e ampliar a carteira de crédito entre 15% e 20% em relação a 2012. Os números foram apresentados ontem pelo presidente mundial do grupo, Emilio Botín, depois de encontro com a presidente Dilma Rousseff.
Os R$ 3 bilhões de investimentos incluem ampliação do número de escritórios e agências no país, de terminais de autoatendimento, além da construção de um centro de dados do grupo espanhol em Campinas, que deve ser inaugurado até 2014.
Segundo Botín, o Santander terá R$ 5 bilhões para financiamento de grandes projetos de infraestrutura, como portos, aeroportos e rodovias. A carteira de crédito do banco para clientes do Brasil começa o ano com R$ 250 bilhões à disposição e deverá ter crescimento de 15% a 20%, ante 2012, segundo o executivo.
Botín disse que conversou com a presidenta Dilma sobre a situação econômica da Espanha e da Europa, que, segundo ele, está "bem melhor" do que em junho de 2012, quando se encontraram pela última vez.
Mais cedo, antes do encontro, Botín disse que está otimista com a economia brasileira e que espera crescimento de 3% do Brasil em 2013, , depois da previsão de crescimento de 1% em 2012. "Estou convencido de que este ano vai ser melhor que o ano passado para a economia brasileira. O que pensamos é que a economia vai crescer 3% [em 2013]. No ano passado, cresceu 1%. É pouco para o Brasil, agora comparado com o que ocorre na Europa e em outros lugares, é muito bom", afirmou.
Compra de ativos
Botín disse ainda que está buscando comprar mais ativos no Brasil, não vendê-los. "O Banco Santander compra [ativos]. Hoje não tenho tempo de comprar porque vou ver a presidente Dilma, mas outro dia [posso comprar]. Digo que nós, do banco Santander, algumas vezes vendemos algo, mas no Brasil compramos [ativos]", acentuou. A fala do executivo espanhol ocorre dias depois da especulação de que o Bradesco teria comprado o Santander Brasil, o que foi negado.
Indagado se o governo não estaria intervindo demais na economia, Botín respondeu: "Olha, em outros países do mundo, estão intervindo mais do que deveriam, como na Europa. O Brasil é um país que tem grandes empresários, e confio em que o governo não fará esse tipo de intervenção [que tem na Europa]". Ele destacou que o "Brasil tem sistema financeiro único no mundo, porque tem três grandes bancos públicos e três grandes bancos privados, e tem um grande presidente de BC [Banco Central, administrado por Alexandre Tombini]".
Fluxos privados
Ainda de acordo com relatório "Capital Flows to Emerging Market Economies (Fluxos de Capital para Economias de Mercados Emergentes)", do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês), os fluxos de capital privado para economias emergentes voltaram a ganhar força, incentivados por uma maior disposição ao risco dos investidores desde meados de 2012. O documento divulgado ontem aponta também que o controle de capital contribuiu para a redução dos aportes estrangeiros no Brasil.
Conforme o relatório, o pano de fundo macroeconômico permanece excepcionalmente favorável a fluxos de capital privado para economias emergentes. De um lado, há políticas de relaxamento quantitativo bastante significativas em economias desenvolvidas e a perspectiva de baixos retornos está "retirando" dinheiro desses mercados. Em contrapartida, um crescimento maior nas economias emergentes, combinado com taxas de juros mais altas em relação aos países desenvolvidos, está atraindo esses recursos.
O relatório estima que houve apenas um aumento moderado da entrada de capital privado na América Latina no ano passado – de US$ 271 bilhões em 2011 para US$ 288 bilhões em 2012. Um fator de restrição foi que os controles sobre as entradas de capital levaram a um declínio nas compras de dívida por investidores estrangeiros no Brasil. Embora a entrada de capital privado deva retomar força este ano, políticas cambiais desfavoráveis na região podem inibir o movimento.
No Brasil, destaca o boletim, os controles sobre entrada de recursos mudaram nas questões de escala e composição. "Uma política agressiva para impedir a apreciação da moeda resultou na colocação do regime cambial em uma faixa delimitada, na qual o real flutua entre um piso de R$ 2 e um teto de R$ 2,10", diz o estudo. Como resultado, o real perdeu 8,7% ante o dólar no ano passado.
O documento ressalta, ainda, que, ao procurar limitar o repasse da desvalorização cambial para a inflação, as autoridades brasileiras aliviaram os controles sobre entrada de capital. Mas, de acordo com a pesquisa do IIF, as várias mudanças nas regras para entrada de capital (tanto em renda fixa como em variável) e o financiamento externo por brasileiros têm, até agora, reduzido as entradas líquidas de capital.
Fonte: DCI
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