Segunda rodada de negociações específicas na Caixa é marcada por descaso para com as reivindicações dos empregados

25.08.2016

Banco afirma que reestruturação está suspensa, mas admite que os “ajustes” estão liberados nas diversas áreas. A resistência dos trabalhadores precisa ser ampliada em todo o país. Não há data para a próxima rodada Marcada pelo clima de descaso, como ocorreu na primeira negociação sobre o acordo aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), a […]

Banco afirma que reestruturação está suspensa, mas admite que os “ajustes” estão liberados nas diversas áreas. A resistência dos trabalhadores precisa ser ampliada em todo o país. Não há data para a próxima rodada

Marcada pelo clima de descaso, como ocorreu na primeira negociação sobre o acordo aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), a segunda rodada específica da Campanha Nacional Unificada 2016 na Caixa Econômica Federal foi mais do mesmo: não, não e não. A reunião ocorreu nesta quarta-feira (24), em São Paulo (SP), e não apresentou um mínimo de novidades. Não foi agendada uma data sequer para a próxima negociação.

A rodada foi iniciada com o debate a respeito de saúde do trabalhador e condições de trabalho. Os bancários reivindicam o custeio integral pela Caixa do tratamento das doenças do trabalho, inclusive para os empregados aposentados por invalidez devido a acidente de trabalho, incluindo terapias alternativas, medicamentos, tratamentos psicológicos e psiquiátricos em situação de assédio moral e outros tipos de violência organizacional, além de traumas pós-assalto/ sequestro, extensivo aos dependentes, incluindo deslocamento. Foram reivindicadas ainda a realização de pesquisa e mapeamento do perfil do bancário da Caixa, a criação de uma política de saúde mental e a abertura obrigatória de CAT em caso de assalto, com combate ao assédio moral e a todas as formas de violência organizacional.

A Caixa disse que já custeia o tratamento, embora tenha admitido que desrespeita a norma das CATs, por não abrí-las no período de 24 horas, mas só depois de avaliado por médico ou psicólogo, negando ainda a criação de política de saúde mental com participação dos trabalhadores. O banco ainda afirmou que faz o combate ao assédio moral.

GDP

Foi cobrado o fim do programa de Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP), com revogação de todos os efeitos das ondas anteriores e fim da imposição das metas, havendo também a necessidade de adoção de parâmetros mais adequados.

Em resposta a essa solicitação, a Caixa afirmou que o programa é voltado apenas a cargos de gerência, com o objetivo de desenvolvimento e planejamento de carreiras. Argumentou ainda que esse programa vai continuar apenas com o público atual no próximo ciclo, referente a 6 meses.

Saúde Caixa

Pelo segundo ano consecutivo, a Caixa descumpre a utilização do superávit anual para melhorias no plano, embora isto esteja previsto no acordo aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho.
A Caixa também não deu retorno quanto às reivindicações de segregação operacional contábil e financeira dos recursos do banco, com a criação de um fundo que os remunere, com auditagem externa por empresa avalizada pelos conselheiros de usuários eleitos e pela CEE/Caixa, e a transformação do caráter do Conselho de Usuários em deliberativo.

Funcef

A representação dos empregados reivindica a quitação do contencioso da Caixa com a Funcef, relacionadas às ações que tenham origem em descumprimento de direitos trabalhistas, bem como ao aporte de recursos referentes ao serviço passado em condenações e à manutenção do Fundo para Revisão de Benefícios, artigo 115 do regulamento do REG/ Replan saldado e artigo 91 do Novo Plano, como instrumento permanente da política de aumentos reais para os benefícios.

Aposentados

Para os aposentados, os representantes dos empregados cobram a criação de programa de renegociação de dívidas pela Caixa, de modo a permitir a junção de valores devidos à Caixa e à Funcef, em até 120 meses com a menor taxa de juros praticadas no mercado. Além da criação de GT para análise de processos judiciais propostos por empregados, aposentados e pensionistas, com objetos idênticos e reiteradas decisões jurídicas favoráveis aos autores.

O banco informou apenas que oferece programação de educação financeira e condições especiais para linha de crédito com as menores taxas.

Infraestrutura das unidades

Outra reivindicação é a alteração do RH 184, com a extinção do caixa-minuto, avaliador-minuto e tesoureiro-minuto. O banco confirma a extinção da função de caixa, retirado do Plano de Funções Gratificadas (PFG).

Os bancários apresentaram ainda o desejo da garantia de participação dos empregados nas unidades de estrutura física e de pessoal. Mais uma vez a Caixa deu um retorno evasivo, ao dizer que faz estudos sobre a questão, sem citar a participação dos trabalhadores.

Os dirigentes sindicais então lembraram do caso da Centralizadora Nacional de Habitação e Garantia (Cehag), em São Paulo, onde os empregados continuam sofrendo assédio. Para piorar, a “remodelagem” – nome dado pela empresa – começou no dia 12 de agosto no local, que conta com 125 empregados, dos quais 37 foram realocados. Os trabalhadores tiveram redução salarial sem as garantias de reestruturação.

Segurança bancária

Os representantes dos empregados reivindicam que a Caixa assuma a responsabilidade pelas perdas e danos decorrentes de problemas de segurança, incluindo a não responsabilização civil dos empregados em caso de fraudes ou golpes de terceiros contra a empresa. Também foi cobrado o aperfeiçoamento da crítica nos sistemas e aplicativos, impedindo operações em desacordo com os manuais normativos, com proteção em casos de fraude.

A Caixa relembrou que tem um processo de apuração interno. Os bancários lembraram então que com a mudança no regulamento, há dois anos, existe a possibilidade de demissão do empregado antes que seja apreciado o seu returno de última instância e isso tem de ser alterado.

Terceirização

Os empregados reivindicaram o fim da terceirização na Caixa. O banco respondeu que respeita uma TAC. Então, os representantes dos trabalhadores lembraram que a Caixa sofreu investigação do Ministério Público de Minas Gerais pela terceirização da atividade-fim.

Caixa 100% pública

Quanto ao não fatiamento da Caixa e à manutenção de todas as participações acionárias que a empresa detém atualmente, os negociadores da empresa mostraram-se favoráveis a essa reivindicação.
A Caixa não apresentou nada em relação ao fim das horas extras negativas. Sobre a realização da Universidade Caixa, a orientação da empresa é de que a negociação seja feita com cada gestor.

Organização do movimento

O último ponto foi a liberação dos delegados sindicais e representantes de entidades sindicais e associativas para participarem de reuniões, cursos, seminários, congressos e plenárias, para que onde haja necessidade de sua presença, seja feita de forma centralizada pelo banco.

A Caixa afirmou que deve continuar como está e que os sindicatos que tiverem problema devem procurar a Gerência Nacional de Negociação e Relacionamentos com os Empregados (Gener).
"Quanto mais debatemos com a Caixa, mais fica evidente que a empresa desconhece o cotidiano das unidades. Dizer, por exemplo, que o RH 184 é positivo porque estabelece critérios para o descomissionamento é descabido. O que os empregados desejam é participar da elaboração das políticas e da discussão dos critérios que vão nortear a carreira”, avalia, Carlos Agusto Silva (Pipoca), representante da Federação dos Bancário de São Paulo e Mato Grosso do Sul na mesa e membro da CEE/Caixa.

Ao final da reunião, a Caixa indicou que um novo encontro deve acontecer na próxima semana.

Fonte: Fenae Net

 

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