A diretoria do Sindicato dos Bancários de Santos surpreendeu a gerência da agência do Itaú, na rua João Ramalho, em São Vicente, trancafiando três funcionários dentro da tesouraria para escondê-los, a fim de que trabalhassem na greve. Segundo o secretário de comunicação do Sindicato dos Bancários de Santos e Região, Fabiano Couto, os funcionários foram obrigados a chegar às 6h30 na unidade e foram confinados no cubículo. “O que caracteriza cárcere privado”, diz Couto. O secretario e a advogada da entidade foram até a delegacia para registrar boletim.
Greve é ampliada no segundo dia, 20/09
No 2º dia de greve, 20/09/13, os bancários aumentaram a paralisação nas cidades de Cubatão, Guarujá, Praia Grande para 90% das unidades fechadas, índice já registrado em Santos e S.Vicente , desde o início do movimento. Em Mongaguá, Itanhaém, Peruíbe e Bertioga 70% dos bancários cruzaram os braços, por tempo indeterminado. Os banqueiros estão irredutíveis e oferecem reajuste de 6,1%, índice abaixo da inflação, a categoria reivindica 11,93%. A data-base do Acordo Coletivo dos bancários é 1º de setembro e a greve é nacional.
Greve é constitucional
A greve é um direito do trabalhador, previsto na Constituição e regulamentado pela Lei Nº 7.783/89. É garantida pelo Estado porque é a única forma de o trabalhador exercer pressão por seus direitos diante de uma negociação fracassada com o empregador. O direito de greve existe para equilibrar a correlação de forças, já que o empregador detém o poder econômico.
Terceirização é objetivo dos banqueiros
Segundo o Presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região, Ricardo Saraiva – BIG, esta situação vai piorar se o Projeto de Lei 4330, da terceirização e de interesse do empresariado, for aprovado no CONGRESSO NACIONAL. “A proposta visa escancarar o uso de trabalhadores terceirizados em diversos setores e reduzir direitos”, esclarece.
DIEESE
Segundo estudos do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), quem trabalha em firmas terceirizadas: – Recebe salário 27% menor que o contratado direto; – Tem jornada semanal de 3 horas a mais; – Permanece 2,6 anos a menos no emprego do que um trabalhador contratado diretamente; – A rotatividade é maior – 44,9% entre os terceirizados, contra 22% dos diretamente contratados; – A cada 10 acidentes de trabalho, oito acontecem entre os trabalhadores terceirizados. O número de óbitos no local de ofício é cinco vezes maior do que entre os contratados diretos, nos setores petrolífero e elétrico.
As reivindicações dos bancários
> Reajuste salarial de 11,93%
> PLR: três salários mais R$ 5.553,15.
> Piso: R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese).
> Auxílios alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 678 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
> Melhores condições de trabalho, com o fim das metas e do assédio moral que adoece os bancários.
> Emprego: fim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações, especialmente ao PL 4330 que precariza as condições de trabalho, além da aplicação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas.
> Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
> Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós-graduação.
> Prevenção contra assaltos e sequestros, com o fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.
> Igualdade de oportunidades para bancários e bancárias, com a contratação de pelo menos 20% de negros e negras.
Fonte: Imprensa do Sindicato dos Bancários de Santos
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