O Banco do Brasil não apresentou nenhuma contraproposta na terceira rodada de negociação com o Comando Nacional dos Bancários, realizada ontem (29), quando os temas abordados foram remuneração, carreira e ascensão profissional. “Diante desse quadro, ficou pré-agendado nova rodada no próximo dia 5 (quinta-feira), quando o BB deverá apresentar a chamada proposta global. No mesmo dia acontecerá a quarta rodada com a Fenaban, que se comprometeu também em apresentar sua proposta global. Está claro que só com mobilização será possível avançar nas mesas com Bancos públicos e privados”, avalia o secretário-geral da Federação dos Bancários de SP e MS, Jeferson Boava, que participou da rodada de ontem com o BB.
Na abertura da rodada com BB, o Comando cobrou explicações em relação às mudanças na empresa Cobra que estaria se preparando para receber grande volume de processamento de serviços de diversos departamentos do banco, como a CSI e CENOP, em flagrante aumento da terceirização. Recentemente, na reestruturação da DIRAO, o principal banco público do país deu o péssimo exemplo ao ampliar a terceirização de importante setor de recuperação de ativos financeiros. O Comando cobrou também mudança no código de falta não abonada/não justificada dos dias de luta realizados em 2013 contra o Plano de Funções e contra o PL 4330 da terceirização total.
Carreira e remuneração
As propostas de remuneração foram apresentadas. O resultado do BB no primeiro semestre (R$ 10 bilhões) permite atender as reivindicações. Sem falar que a receita com tarifas, em 2012, cobriu o equivalente a 128% da folha de pagamento.
– piso de R$ 2.860; interstício de 6% entre os 12 níveis da tabela de antiguidade; 25 letras de mérito de R$ 217 possibilitando que os funcionários tenham uma boa perspectiva de incorporação de verbas salariais de caráter pessoal ao longo de uma vida dedicada ao Banco.
– inclusão de todos os escriturários e caixas na primeira faixa da Carreira de Mérito, pontuando 1,5 ponto por dia, para que a cada dois anos uma letra de mérito seja incorporada ao salário pessoal.
– correção das mudanças no Plano de Funções implantado unilateralmente em janeiro de 2013. É necessário aumentar os Valores de Referência das funções (VRs), tanto as gratificadas de 6h quanto aquelas que o Banco considera como de "confiança" e com jornada maior.
– as gratificações de funções devem ter seus valores aumentados, tornando assim equivalentes aos valores anteriores. Independente da jornada determinada, as gratificações remuneravam as responsabilidades das funções e elas não mudaram. Os adicionais de função (AFG 256 e AFC 257) devem equivaler ao somatório anterior à implantação unilateral; ou seja: ABF + ATFC + 25% de Grat. Sem.
– pagamento de anuênio para todos os funcionários. Em 1999, o BB retirou unilateralmente. Um procedimento diferente do ocorrido em outros Bancos. A categoria foi consultada em plebiscito sobre a manutenção do direito ou indenização.
Ascensão profissional e comissionamento
– fim da trava de dois anos para a concorrência às funções comissionadas.
– pagamento das substituições nas funções, tanto pelo caráter formativo e pelo fim do desvio de função quanto para a solução de diversos problemas em setores do Banco como PSO e gerência média. É uma proposta para o fim da perda de função e de vínculo com as unidades, no caso de afastamentos por questões de saúde após 90 dias.
– instituição de processo de seleção interna para o preenchimento das funções comissionadas, acabando com o subjetivismo e compadrio nas nomeações e estabelecendo regras claras e objetivas para todos. É necessário que todos tenham acesso aos certificados e cursos internos, e não somente os chamados "públicos alvo" definidos pelo BB.
– melhoria na cláusula de proteção contra descomissionamentos imotivados. Além de estabelecer um conceito mais claro para as avaliações satisfatórias e insatisfatórias, é necessária a inclusão dos primeiros gestores das unidades na cláusula, porque a partir de 2012 pioraram o assédio e as ameaças aos gestores com a implantação do Novo Sinergia BB e a falta de gestão coerente das metas, onde metas individuais e diárias ameaçam a vida profissional de milhares de comissionados que percorreram longo caminho até a posição que ocupam na carreira e estão sendo "convidados" ou forçados a sofrer reduções salariais.
Condições de trabalho
O Comando reafirmou reivindicações apresentadas nas mesas anteriores e que têm relação direta com os eixos debatidos sobre remuneração, saúde e previdência, fim do assédio moral e das metas abusivas, fim das reestruturações e terceirizações, mudanças nas PSO, SAC, CABB e demais departamentos.
– contratação de mais cinco mil bancários dos concursos em aberto, com a revisão urgente das dotações insuficientes das unidades de trabalho.
– fim da exploração dos estagiários como interposição fraudulenta de mão de obra e revisão dos valores das bolsas recebidas por eles. A reivindicação é que o BB cumpra a Convenção Coletiva de Trabalho que prevê valores baseados no piso da categoria, adequadas às jornadas do estágio.
– fim das metas diárias, proibição do envio de torpedos, -e-mails e demais formas de assédio e ameaças na cobrança de metas, e fim das metas individuais inclusive na nova GDP.
– aumento na dotação das PSO e nomeação dos milhares de caixas substitutos, pagamento das substituições dos gerentes de serviços, solução para os delegados sindicais eleitos que atuam nos caixas e estão vinculados aos prefixos das plataformas, criação de gratificação de caixa líder ou de supervisor de caixa. Além de avançar na pontuação do mérito dos caixas e retroagir ao histórico de cada um.
– solução imediata, com definição de prazo, para a inclusão de todos os funcionários de bancos incorporados nos direitos da Cassi e da Previ. Também foram citadas várias discriminações no dia a dia e nos locais de trabalho no uso de direitos coletivos do ACT pelo fato de alguns funcionários terem origem em bancos incorporados.
– fim da perda de função e vínculo com a unidade de trabalho para as pessoas que se afastarem por motivo de doenças, sejam elas ocupacionais, acidente de trabalho ou por outras origens.
– melhoria no plano odontológico e extensão para os aposentados.
– criação de direito novo de complemento de aposentadoria na Previ relacionado à pagamentos de PLR e auxílio alimentação.
Calendário de luta
Fonte: Contraf
Notícias Relacionadas
Representantes dos empregados cobram da Caixa informações sobre tesoureiros, avaliadores de penhor e caixas
Em ofício, representantes dos empregados destacam que o banco extrapolou o prazo para informações necessárias aos debates da mesa de negociação A Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), encaminhou nesta quinta-feira (24) um ofício à direção do banco para cobrar informações sobre caixas, tesoureiros e avaliadores de penhor. A entidade reforça que em reunião com a CEE, […]
Leia maisSantander ataca estatuto da Cabesp e conselheiros eleitos com ação judicial
A disputa entre o Santander e a Caixa Beneficente dos Funcionários do Banco do Estado de São Paulo (Cabesp) chegou ao âmbito judicial, após o banco insistir na indicação ao Conselho Fiscal de uma pessoa que não atende ao requisito de ser associada à Cabesp por, no mínimo, dois anos. Os conselheiros eleitos desconsideraram a […]
Leia maisFeeb SP/MS promove consulta junto aos caixas e tesoureiros da Caixa Econômica Federal
Pesquisa busca levantar dados essenciais para fortalecer as negociações específicas no âmbito do CONECEF, com reunião marcada para o dia 29/10 A Federação dos Bancários dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul (Feeb SP/MS) inicia, a partir desta terça-feira (22/10), uma consulta dirigida aos trabalhadores da Caixa Econômica Federal que atuam como […]
Leia mais