Banco brasileiro é campeão em lucratividade e spreads

25.06.2013

Os juros bancários no Brasil apresentaram ultimamente uma redução importante, evidenciada pelo movimento da Selic, a taxa básica determinada pelo Banco Central, que passou de 11% no início de janeiro de 2012 para 7,25% em janeiro último. Levantamento publicado pelo Valor no dia 1º de abril mostrou que os juros cobrados pelos principais bancos do […]

Os juros bancários no Brasil apresentaram ultimamente uma redução importante, evidenciada pelo movimento da Selic, a taxa básica determinada pelo Banco Central, que passou de 11% no início de janeiro de 2012 para 7,25% em janeiro último. Levantamento publicado pelo Valor no dia 1º de abril mostrou que os juros cobrados pelos principais bancos do país caíram mais do que a diminuição da Selic.

Analisando as principais linhas bancárias individualmente, as taxas médias mensais cobradas pelos cinco maiores bancos do país – Banco do Brasil (BB), Caixa Econômica Federal, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander – recuaram no período de doze meses encerrado em abril entre 13% e 23% no caso de pessoa física, e de 9% a 28% para a pessoa jurídica. Foi uma mudança muito relevante no mercado de crédito brasileiro. Como pretendia a presidente Dilma Rousseff, houve sim diminuição dos spreads, que equivalem à margem bruta de ganho dos bancos.

Como consequência desse processo, os bancos brasileiros passaram a tentar compensar os juros mais baixos que passaram a ser cobrados dos consumidores com cortes das despesas. Juntos, os três maiores bancos privados do país – Itaú Unibanco, Bradesco e Santander – tiveram despesas administrativas e de pessoal de R$ 18,6 bilhões no primeiro trimestre deste ano, uma cifra apenas 3,23% maior que em igual período de 2012, uma variação inferior, portanto, à inflação do período.

Em um ano, o quadro de funcionários do trio de bancos encolheu em 10.217 postos. Pode parecer pouco para bancos que empregam hoje 252.632 pessoas, mas chama a atenção, já que a indústria bancária vinha contratando até 2011.

Os cortes de juros feitos pelos seus dirigentes não alteraram, no entanto, a posição do sistema bancário brasileiro na comparação com outros países.

No domingo, o Banco Internacional de Compensações (BIS) divulgou, em seu relatório anual, uma avaliação de que apesar da queda recente nos resultados, os bancos brasileiros mantiveram o posto de mais lucrativos do mundo. Eles perderam, porém, no ano passado, a liderança em rentabilidade que exibiram entre 2008 e 2011 – para instituições financeiras de outros dois países emergentes, a Rússia e a China.

Pelo levantamento, os bancos brasileiros continuaram a exibir o maior spread (a diferença entre a taxa que pagam ao captar dinheiro e os juros que cobram para emprestar), bem como custos operacionais mais elevados. O levantamento incluiu os 15 maiores sistemas bancários do mundo.

No ano passado, a lucratividade da banca brasileira antes de impostos caiu para 1,50% do total de ativos, em linha com maior provisão contra calotes. Entre 2000 e 2007, a rentabilidade das instituições antes de impostos era a segundo maior, representando 2,23% do total dos ativos, só ficando atrás do sistema bancário russo, nos cálculos apresentados pelo BIS.

Nesse período, no Brasil a margem financeira líquida era a maior de todas, de 6,56%, comparada a 2,71% nos Estados Unidos, por exemplo. Já os custos operacionais das instituições brasileiras chegavam a 6,21% do total dos ativos, ante 3,5% nos EUA e menos de 5% na Rússia.

Entre 2008 e 2011, em plena crise, a rentabilidade dos bancos brasileiros baixou para 1,61% do total dos ativos, mas passou para o primeiro lugar, em razão de queda maior nos ganhos de instituições de outros países. Nesse período, o spread diminuiu para 4,77% em média e a provisão contra calotes subiu para 1,42%, enquanto os custos operacionais foram cortados para 3,79%.

Entre 2000 e 2012, os custos operacionais dos bancos brasileiros caíram pela metade, de 6,21% para 3,33%, mas ainda são os mais altos entre os maiores bancos do mundo. O levantamento do BIS não contempla, entretanto, as despesas de pessoal de instituições financeiras de países como China, Alemanha, França e Suécia. O spread no Brasil também diminuiu, mas permanece sendo igualmente o maior na comparação internacional. E a rentabilidade baixou, mas continua no topo.

Globalmente, a lucratividade do setor bancário se recuperou desde a baixa registrada durante a crise financeira, mas de forma desigual entre os países. "A estabilidade dos lucros será crucial para garantir a resiliência do setor bancário", diz o BIS.

Fonte: Valor Econômico 

Notícias Relacionadas

Feeb SP/MS orienta aprovação do relatório da Cassi 2023

A votação começou nesta segunda (6) e vai até o dia 17 de maio; os votos poderão ser realizados pelo site, SISBB, aplicativo da Cassi ou terminais de autoatendimento do Banco do Brasil A Federação dos Bancários dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul (Feeb SP/MS) orienta a aprovação do Relatório Anual […]

Leia mais

Sindicato lança campanha Bancário Solidário para ajudar vítimas do RS

Em solidariedade às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul, o Sindicato inicia nesta segunda-feira, 06/05, uma campanha para arrecadação financeira destinada à auxiliar os moradores locais neste momento de tamanha dificuldade. O Rio Grande do Sul vive o maior desastre natural de sua história. Até domingo, autoridades registraram 78 mortes provocadas pelas enchentes, […]

Leia mais

Enchentes no RS: Santander transfere gerentes Van Gogh para Superlinha

O Santander anunciou nesta segunda-feira ( 06/05) a transferência temporária dos gerentes do segmento Van Gogh do Rio de Janeiro e de São Paulo para a plataforma Superlinha, a central de atendimento do banco, cuja operação encontra-se afetada pela enchentes do Rio Grande do Sul. A medida visa suprir a ausência de funcionários – após […]

Leia mais

Sindicatos filiados