
Em negociação ocorrida na tarde desta terça-feira (15) com a Comissão de Organização dos Empregados (COE), no Edifício Tower, em São Paulo, o HSBC confirmou o fechamento de 20 agências em todo o país, atingindo 142 funcionários. O diretor de Recursos Humanos do banco inglês, Juliano Ribeiro Marcilio, afirmou que 70% deles serão realocados e que os demais estão sendo analisados caso a caso. Ele informou também que o processo de reestruturação vai até o final de abril e que não há previsão de novas extinções de agências até o final do ano.
Essa foi a resposta do banco, que foi apresentada aos questionamentos dos dirigentes sindicais sobre demissões e fechamentos de agências feitos na última reunião, realizada no dia 4, em Curitiba. Até então, seis agências já haviam sido fechadas e os funcionários dispensados.
Segundo Elias Jordão, presidente da Fetec do Paraná, a pressão do movimento sindical surtiu efeito e o HSBC mudou de postura a partir da última negociação . "O banco parou de demitir sumariamente e assumiu o compromisso de realocar os funcionários. Vamos acompanhar cada movimento do banco para garantir a manutenção do emprego dos trabalhadores", afirmou.
Os bancários criticaram duramente a política do HSBC de fechar agências e extinguir postos de trabalho e reafirmaram que a mobilização vai continuar. Algumas atividades de protesto contra essa reestruturação já vêm ocorrendo em várias cidades do país e devem se intensificar até que o HSBC trate seus trabalhadores com valorização e dignidade. “Apesar do banco afirmar que 70% dos funcionários das agências fechadas serão realocados, não podemos aceitar o fechamento das agências. É preciso mobilizar”, afirma o representante da Feeb SP/MS na COE, Danilo Anderson.
Desmotivação e assédio moral
A justificativa da reestruturação no HSBC seria a "adaptação a uma nova tendência mundial no relacionamento com os clientes, em que os gerentes não empurram mais produtos, oferecendo apenas o que o cliente necessita", conforme relatou o diretor de RH. Os sindicalistas contestaram a política adotada pelo banco de não investir nos funcionários e no crescimento da rede de agências.
"O diretor do RH afirmou que a sua meta enquanto diretor é a motivação dos funcionários, para que eles tenham orgulho de trabalhar na empresa. No entanto, é exatamente o contrário do que vemos hoje. O clima no banco é de desmotivação e de falta de perspectivas. O banco impõe um novo modelo, mas não dá ferramentas e nem condições mínimas para gerentes e funcionários trabalharem. Com isso, o que vemos é aumento do assédio moral e dos problemas de saúde, inclusive de doenças mentais, por causa da pressão", enfatiza Sergio Siqueira.
Encontro Nacional
Será organizado encontro nacional dos dirigentes sindicais do HSBC dentro da maior brevidade possível, com o objetivo de avaliar as últimas negociações e definir novas estratégias de organização e luta contra as arbitrariedades do banco e em defesa dos empregos e direitos dos bancários.
Fonte: Contraf
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