
Ato promovido pelo Conselho das Entidades Sindicais de Piracicaba acontece neste sábado (1), às 9h00, na Praça José Bonifácio
Idade mínima de 65 anos, sem distinção de gênero, 49 anos de contribuição para receber 100% do valor, proibição do acúmulo de pensões, trabalhadores rurais passam a contribuir para o INSS sobre as mesmas regras, o valor da pensão recebida por morte cairá pela metade. Essas são algumas das mudanças que a população brasileira enfrentará com a aprovação da Reforma da Previdência, proposta pelo Governo Federal em dezembro de 2016. Desde o início de março, o SindBan (Sindicato dos Bancários de Piracicaba e Região) está realizando ações contra a Reforma. Neste sábado (1), a instituição participa de ato, promovido pelo Conespi (Conselho as Entidades Sindicais de Piracicaba), às 9h, na Praça José Bonifácio.
Apresentada sobre a justificativa de que há um déficit na Previdência, ou seja, falta dinheiro em caixa, a PEC vem gerando inúmeras discussões pelo país. Segundo a advogada previdenciária, Dra. Ana Julia Avanci, o Governo Federal retira anualmente 20% do caixa da Previdência e quer passar a retirar 30%. “Essa medida não é ilegal, está prevista na DRU (Desvinculação de Receitas da União), porém, como você retira 30% de algo que você diz que está falido? Não faz sentindo. A previdência não está falida e os números já provaram isso”, explicou Ana Julia.
Anualmente, a ANFIP (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil) divulga a publicação da Análise da Seguridade Social. Todos os anos, os saldos têm sido positivos. R$ 59,9 bilhões em 2006; R$ 72,6 bilhões em 2007; R$ 64,3 bi em 2008; R$ 32,7 bi em 2009; R$ 53,8 bi em 2010; R$ 75,7 bi em 2011; R$ 82,7 bi em 2012; R$ 76,2 bi em 2013; R$ 53,9 bi em 2014. Em 2016, o resultado não foi diferente, R$ 24 bilhões. Para o presidente o SindBan (Sindicato dos Bancários de Piracicaba e Região), José Antonio Fernandes Paiva, a reforma tem como mote excluir do sistema previdenciário milhares de trabalhadores. “O objetivo é que a previdência pública dê lugar para a privada, gerida pelos bancos. O compromisso não é com o povo, com os trabalhadores, mas com quem financiou o golpe”, defendeu o sindicalista.
No início do mês de março, o Conespi lançou a Campanha Institucional Contra as Reformas da Previdência e Trabalhista. Dirigentes sindicais de diversos sindicatos piracicabanos levaram para as suas categorias jornais explicando os perigos das mudanças para os trabalhadores. Segundo a vice-presidente do SindBan, Angela Savian, a instituição entregou mais de 20 mil jornais. “Os dirigentes sindicais percorreram as agências bancárias da nossa categoria e levaram informações não só para os bancários, mas os clientes. Além da entrega do material, estamos apoiando a Campanha da Câmara de Vereadores de Piracicaba Contra a Reforma da Previdência e usando a Tribuna Popular para conversar com os parlamentares e pedir apoio”, comentou Angela.
“Eu já sou aposentado, mas quero lutar pela aposentadoria dos meus filhos. Esses direitos foram adquiridos com muita luta e muito suor dos trabalhadores brasileiros, não podemos permitir que eles sejam rasgados ou usados para beneficiar o empresariado brasileiro, que é quem mais deve para a Previdência. A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional fez um levantamento onde foi apurado que os devedores da Previdência Social acumulam dívida de R$ 426,07 bilhões. O Bradesco, o Banco do Brasil e o Itaú Unibanco tem débito de respectivamente, R$ 465 milhões, R$ 208 milhões e R$ 88 milhões”. São eles que precisam pagar a conta, não você, trabalhador”, comentou Paiva.
Fonte: Sindicatos dos Bancários de Piracicaba e Reigão – Marina Mattus
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