
ERNESTO LOZARDO
ESPECIAL PARA A FOLHA
O processo de desregulamentação do sistema financeiro norte-americano, conduzido pelos governos republicanos, fez com que, em 2008, o mundo chegasse às portas do colapso.
O pensamento dos liberais norte-americanos, representado pelo ex-presidente Ronald Reagan e pelo economista Milton Friedman, apregoa que a mão invisível do mercado sempre encontra um ponto de equilíbrio eficiente, ao eliminar o agente econômico menos competitivo. Essa velha regra pode funcionar nos mercados de bens e serviços privados, mas jamais no mercado financeiro.
A Aprovação de uma nova regulamentação do sistema financeiro, assinada ontem pelo presidente Obama, impõe limites à doutrina liberal americana.
Agora, os cidadãos do país contarão com uma agência de proteção financeira para evitar abusos no custo do financiamento tanto nos cartões de crédito quanto no financiamento da moradia. Haverá maior rigor nas análises de risco do crédito bancário. Cria-se a regra Paul Volcker, pela qual os bancos e fundos de investimentos poderão investir até 3% do capital próprio em operações de "hedge" e private equity.
Essas operações deverão ser registradas na Comissão de Seguros e Câmbio. Dessa forma, haverá mais controles sobre as operações de derivativos, limitando a habilidade dos bancos em investir seus próprios recursos em operações de riscos.
Amplia-se, portanto, o poder regulatório e de fiscalização do Fed, procedimentos semelhantes aos praticados pelo Banco Central do Brasil, bem como o caráter regulatório e de supervisão da Securities and Exchange Commission sobre o nível de alavancagem nas operações de mercado de capitais, normas equivalentes às praticadas pela CVM brasileira.
Essas medidas podem ser consideradas normais para o mercado brasileiro, porém trata-se de uma regulamentação financeira revolucionária para a cultura liberal dos norte-americanos.
A prosperidade americana resulta de uma cultura social inovadora, democrática, pragmática e realista. Apesar das resistências à regulamentação do sistema financeiro, venceu o pragmatismo realista norte americano.
Em um mundo globalizado, a solidez e a eficiência regulatória das operações financeiras são as portas de entrada para a prosperidade social das nações.
A partir da aprovação dessa nova regulamentação financeira, abre-se a possibilidade para a reforma do sistema financeiro internacional. Em pouco tempo, os mercados financeiros retornarão à normalidade. Desse modo, não será preciso exigir mais irresponsabilidade fiscal dos países europeus para resgatar o crescimento da economia global.
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