
Os bancários da UGT reuniram-se na tarde desta segunda-feira (15) com uma delegação de dirigentes sindicais da CSC, central sindical da Bélgica, na sede da Central em São Paulo.
O encontro serviu para troca de informações entre os sindicalistas dos dois países e também para dar início a um projeto de ação conjunta, com vistas à intensificação das relações e aprimoramento dos conhecimentos nas áreas de saúde, emprego e condições de trabalho.
Os belgas foram recebidos por dirigentes de diversos sindicatos de bancários do país, sob a coordenação do presidente da CONTEC e vice-presidente da UGT Lourenço do Prado, pelo Secretário para Assuntos de Finanças e Crédito da UGT e presidente do Sindicato dos Bancários de Franca Edson Santos e João Analdo de Souza, da Federação dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul (FEEB-SP/MS).
João Analdo fez uma apresentação aos presentes, destacando os principais motivos de adoecimento dos bancários brasileiros, como as metas abusivas, estímulo à competição predatória pelos bancos, assédio moral, terceirização e o aumento da tecnologia no sistema financeiro. Segundo dados apresentados por João Analdo, no último ano a lucratividade dos bancos registrou aumento médio de 29%, as receitas de tarifas cresceram 15% e as carteiras de crédito das instituições subiram 12%, ao contrário do número de empregados, que teve uma diminuição de 4%.
Lourenço do Prado explicou aos dirigentes europeus a dinâmica da Convenção Coletiva de Trabalho dos Bancários brasileiros, que começa nos encontros estaduais, passa pelo encontro nacional, que neste ano será realizado nos dias 29 e 30 de julho, e finaliza com a negociação da pauta de reivindicações com os banqueiros. Lourenço também fez um breve relato da história da CONTEC, que passou por duas intervenções durante o regime militar, tendo inclusive um presidente preso, torturado e morto pelo regime da época.
Edson Santos apresentou dados dos principais bancos que atuam no Brasil e que também possuem operações no exterior, como número de funcionários, lucratividade e área de atuação.
A delegação da Bélgica relatou aos brasileiros que a crise econômica mundial de 2008 afetou profundamente o sistema financeiro europeu e muitas instituições só não foram à falência porque receberam aportes financeiros dos governos locais. A Bélgica é o país do continente onde há mais agências bancárias por habitante e possui ainda a maior rede de caixas eletrônicos do velho mundo.
Já os problemas dos trabalhadores do sistema financeiro belga são similares aos dos brasileiros, com destaque para o stress e o assédio moral. Cinquenta e cinco mil pessoas trabalham nos bancos da Bélgica, com um salário médio de € 2.600,00/mês.
Ao final do encontro, foi definido que novas reuniões serão agendadas entre os dirigentes dos dois países, com a finalidade de acompanhar “in loco” as atividades do dia a dia das entidades sindicais e também para aprofundar os conhecimentos dos acordos coletivos firmados com os bancos dos dois países.
Fonte: Sindicato dos Bancários de Franca e Região
Notícias Relacionadas
Negociação com o BB: proposta de custeio da Cassi é considerada inviável pelas entidades
Nesta sexta-feira, 11/07, a comissão de negociação formada por entidades de representação dos funcionários se reuniu na sede da ANABB em preparação para a rodada de negociação agendada para a tarde do mesmo dia. No período da tarde ocorreu reunião com a representação do Banco do Brasil, ocasião em que foi apresentada uma proposta pelo […]
Leia maisPejotização e vínculo de emprego: O risco da suspensão em massa
Migalhas A suspensão das ações sobre pejotização ignora fraudes, paralisa direitos e ameaça a Justiça do Trabalho. Entenda os riscos de tratar relações desiguais como se fossem iguais. A recente decisão do STF, que suspendeu nacionalmente todos os processos judiciais sobre a licitude da contratação de trabalhadores por meio de pessoa jurídica ou como autônomos […]
Leia maisPreços de alimentos caem, inflação perde força e fecha junho em 0,24%
Agência Brasil Bandeira vermelha na conta de luz pressionou IPCA para cima © MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL Versão em áudio O mês de junho foi marcado pela primeira queda no preço dos alimentos depois de 9 meses, o que ajudou a inflação oficial perder força pelo quarto mês seguido, fechando junho em 0,24%. No entanto, a […]
Leia mais