Em assembleias realizadas nesta quinta-feira, 12, à noite, bancários de Andradina, Araçatuba, Campinas, Franca, Guaratinguetá, Jaú, Marília, Piracicaba, Presidente Venceslau, Ribeirão Preto, Rio Claro, Santos, São Carlos, São José dos Campos, São José do Rio Preto, Sorocaba, Tupã, Votuporanga, Corumbá, Naviraí, Ponta Porã e Três Lagoas –os quatro últimos do Mato Grosso do Sul- decidiram deflagrar greve por tempo indeterminado a partir do dia 19 de setembro. Novas assembleias estão marcadas para o dia 18, para definir os detalhes da paralisação.
A paralisação é a resposta da categoria à proposta da Fenaban para Campanha Nacional, que não contempla as principais reivindicações dos bancários. “Reivindicamos reajuste de 11,93 (reposição da inflação do período mais 5% de aumento real, porém a Fenaban propôs 6,1% que corresponde apenas à reposição das perdas. Também exigimos a valorização do piso, PLR maior, fim da terceirização, das metas abusivas e da rotatividade e mais contratações”, afirma o representante da Feeb SPMS no Comando Nacional dos Bancários, Cido Roveroni.
Roveroni completa que os representantes dos trabalhadores estavam dispostos a resolver as questões na mesa de negociação, porém a Fenaban e os bancos públicos (BB e CEF) foram intransigentes e empurraram os bancários para a greve.
Proposta da Fenaban
PLR: a proposta dos bancos é 90% do salário mais R$ 1.633,94, limitado a R$ 8.927,61; e parcela adicional de 2% do lucro líquido dividido entre os funcionários, com teto de R$ 3.267,88.
Adiantamento emergencial: na atual Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), quando o funcionário se afasta por motivo de saúde e comprova o agendamento da pericia médica junto ao INSS, o banco garante um adiantamento salarial ao empregado até o início do recebimento do benefício da Previdência Social. No caso de indeferimento do pedido de afastamento pelo INSS, o banco desconta o adiantamento feito, em parcelas que não podem ultrapassar 30% dos rendimentos do funcionário. Pela proposta feita hoje, o empregado fica desobrigado de devolver o adiantamento.
Adoecimento: a Fenaban propôs que seja constituído um grupo de trabalho, com nível político e técnico, para análise das causas dos afastamentos no setor.
Prevenção de conflitos: reduzir de 60 para 45 dias o prazo para os bancos responderem às denúncias encaminhadas pelos Sindicatos. Ainda sobre este assunto, os banqueiros desejam realizar reuniões específicas para aprimorar este processo.
Tecnologia : realização, em data a ser combinada, de um seminário sobre tendências da tecnologia no cenário bancário mundial.
Jornada: criar um grupo de trabalho para conduzir a discussão sobre jornada de trabalho.
Estabilidade: os bancos querem alterar a redação da cláusula 25 da CCT, prevendo assim que a estabilidade tenha validade somente para o período de aquisição proporcional ou integral (o que ocorrer primeiro). Os representantes dos bancários não concordam com a proposta, um vez que ela retira direitos.
As principais reivindicações dos bancários
– Reajuste salarial de 11,93%: 5% de aumento real, além da inflação projetada de 6,6%;
– PLR de três salários mais R$ 5.553,15;
– Piso de R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese);
– Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 678 ao mês para cada (salário mínimo nacional);
– Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoece os bancários;
– Emprego: fim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações, especialmente ao PL 4330 que permite que qualquer atividade seja terceirizada e precariza as condições de trabalho, além da aprovação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas;
– Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários;
– Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós;
– Prevenção contra assaltos e sequestros, com fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários;
– Igualdade de oportunidades para bancários e bancárias, com a contratação de pelo menos 20% de trabalhadores afro-descendentes.
Luta em Brasília contra o PL 4330
Além da preocupação com a Campanha Salarial, a categoria bancária se mobiliza ainda contra o PL 4330 que tramita no congresso nacional e significa uma ameaça aos direitos dos trabalhadores.
Nesta quinta-feira, 18, haverá uma audiência pública na Câmara dos Deputados para discutir a matéria e os bancários estarão lá para pressionar os deputados a arquivar o projeto.
*Atualizado no dia 17.
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