
Decisão foi tomada sem negociação com o movimento sindical
A direção do Banco do Brasil iniciou a convocação de funcionários do grupo de risco para o retorno ao trabalho presencial. A expectativa é de que 100% dos trabalhadores retornem até o final de dezembro, com exceção das gestantes.
A decisão gerou protestos da coordenação do Comando Nacional dos Bancários e da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), durante videoconferência realizada com o vice-presidente corporativo e o diretor de pessoas do BB.
Para a representação dos trabalhadores, o momento ainda é de incerteza, a medida deve ser tomada com cautela e a dose de reforço da vacina é fundamental, tendo em vista uma possível nova onda da doença.
Para a representante da Federação dos Bancários de SP e MS na CEBB, Elisa Ferreira, as entidades sindicais são contra a intempestiva medida, adotada sem discussão alguma e em plena pandemia do novo coronavírus e sob a ameaça de nova onda de infecção. “As agências e demais dependências precisam urgentemente de mais funcionários. Os que trabalharam durante toda a pandemia estão exaustos e as metas continuam a todo vapor. Ao invés do Banco contratar mais funcionários, chamando os já aprovados no concurso, por exemplo, tenta tapar esse buraco com a convocação desordenada de funcionários do grupo de risco”, defende.
Exigência da vacina
O movimento sindical tem defendido há meses a exigência das vacinas e só agora o banco comunicou a necessidade do ciclo vacinal completo. De acordo com o banco, o retorno será gradativo nos meses de novembro e dezembro. Estão previstos entre os percentuais de retorno o mínimo de 50% em novembro, 75% na primeira quinzena de dezembro e 100% até o final de dezembro.
O Movimento Sindical procurou a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para respaldar os funcionários. Conforme posicionamento da entidade, as pessoas de grupo de risco poderiam voltar ao trabalho presencial, no atual cenário, mediante a orientação de um médico assistente. Em reunião com o banco, os representantes dos bancários cobraram um posicionamento da direção do banco com relação a essa orientação.
Descomissionamento
O Acordo Coletivo de Trabalho Emergencial (Pandemia Covid-19), aprovado em março de 2020 pelos funcionários em assembleia e negociado entre o movimento sindical e a direção do BB, prevê que não haverá descomissionamentos por desempenho enquanto durar a pandemia, além da anistia de 10% do saldo total de horas negativas a compensar e prazo de compensação de horas negativas de 18 meses.
O movimento sindical está atento para que o banco não faça descomissionamento por desempenho, descumprindo o Acordo Coletivo de Trabalho Emergencial.
Os representantes dos trabalhadores orientam aos funcionários e funcionárias que sentirem seus direitos ameaçados a procurarem seus sindicatos.
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