Na segunda rodada de negociação com a Fenaban, realizada nesta quinta-feira, 15, em São Paulo, para discutir emprego, o Comando Nacional dos Bancários voltou a cobrar as reivindicações da categoria sobre saúde, condições de trabalho e segurança, apresentadas nas negociações dos dias 8 e 9 e, mais uma vez, os banqueiros se negaram a atender as demandas dos trabalhadores sobre o fim das metas abusivas, combate ao assédio moral e medidas para proteger a vida dos bancários.
A discussão sobre o emprego, que inclui o fim das demissões e da rotatividade, respeito à jornada de 6 horas e ratificação da Convenção 158 da OIT, também não avançou. As negociações sobre as demais demandas de emprego, incluindo igualdade de oportunidades, continuam na manhã desta sexta-feira, 16, às 9h30.
Diante da postura intransigente dos representes dos bancos na mesa, o Comando Nacional orienta que as entidades sindicais intensifiquem as mobilizações para o Dia Nacional de Luta, marcado para a próxima quinta-feira, 22, com realização de passeatas a partir das 17h. “É fundamental que os sindicatos mobilizem as bases, bancários e clientes, para o Dia de Luta. E reforçamos que os lucros apresentados pelos bancos mostram que eles podem atender às reivindicações dos trabalhadores”, afirma Cido Roveroni, representante da Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul (Feeb SP/MS).
GT para discutir afastamento
O único avanço nesta segunda rodada de negociação ocorreu após o Comando propor uma pesquisa sobre adoecimento na categoria, em que a Fenaban respondeu com uma contraproposta de que os bancos criem, ao final da Campanha, um grupo de trabalho bipartite para discutir o afastamento dos bancários por razões de saúde. O Comando concordou com a criação do GT desde que a primeira reunião ocorra durante a campanha deste ano e que seja fixado um prazo para concluir os trabalhos. Os banqueiros ficaram de dar resposta na terceira rodada de negociação, que será marcada nesta sexta-feira.
Fim das metas abusivas e combate ao assédio
O Comando reforçou que as cláusulas sociais são prioridades para a Campanha de 2013 e que a categoria quer solução para os problemas das metas abusivas e do assédio moral, que têm causado sérios problemas físicos e psicológicos aos trabalhadores. Entre as reivindicações, destacam-se: proibição de torpedos e emails enviados pelos gestores aos bancários para cobrança de metas e redução de 60 para 30 dias do prazo para os bancos responderem às denúncias de assédio moral encaminhadas pelos sindicatos. Os bancos propuseram a redução do prazo para 45 dias, mas o Comando respondeu com a contraproposta de 30 dias e, se necessário, o prazo é ampliado em mais 15 dias, no entanto, a Fenaban não concordou.
Abono-assiduidade e plano de saúde para aposentados
Os bancários reivindicam ainda folga de cinco dias por ano (abono-assiduidade) e plano de saúde e odontológico para os aposentados, mas a Fenaban não aceitou.
Segurança bancária
Os representantes dos bancários insistiram que as instituições financeiras adotem medidas de prevenção contra assaltos e sequestros e melhorem a assistência às vítimas, porém a Fenaban não apresentou respostas.
Diante da cobrança do Comando para que a Fenaban apresente as estatísticas de assaltos a bancos no primeiro semestre, conforme estabelecido na CCT, a entidade patronal agendou reunião da mesa temática para o dia 20, às 15h, em São Paulo.
Descumprimento da CCT
O Comando ainda denunciou o descumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) em relação às cláusulas sobre proibição de transporte de valores pelos bancários, não exposição do ranking individual e não reabilitação de trabalhadores afastados por motivos de saúde. A Fenaban ficou de atuar junto aos bancos para que a CCT seja cumprida.
Emprego
O Comando cobrou o fim das demissões e mais contratações e denunciou a estratégia dos bancos, principalmente, privados, em insistir no corte de pessoal para aumentar a eficiência, aumentando a sobrecarga de trabalho e, consequentemente, piorando o atendimento aos clientes.
Durante a negociação, o Comando apresentou ainda números do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) que apontam uma redução de 4.890 empregos no 1º semestre, sendo que nos últimos 12 meses, entre junho de 2012 e junho de 2013, houve corte de 10 mil empregos no sistema financeiro.
Jeferson Boava, secretário-geral da Feeb SP/MS e membro do Comando, afirma que com os lucros dos bancos aumentando é fundamental que eles garantam emprego. “Cobramos a ratificação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas e o fim da rotatividade, mas a Fenaban diz que garantia de emprego não é para ser discutido na CCT, rejeita as reivindicações e não mostra seriedade na mesa”, diz. O comando reivindicou ainda o respeito à jornada de 6h para todos e manutenção da remuneração em caso de descomissionamento ou perda de gratificação.
Os debates continuam nesta sexta-feira, às 9h30, com as demais demandas de emprego e igualdade de oportunidades.
22 de agosto é dia de mobilização. VEM PRA LUTA, BANCÁRIO!
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