Representantes dos trabalhadores avaliam GDP como instrumento de pressão, coação e de assédio moral
Representantes da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) participaram nesta quarta-feira (05) da mesa de negociação com a equipe técnica do banco. Entre as pautas discutidas estão questões relacionadas ao assédio moral e ao programa de Gestão de Desempenho Profissional (GDP).
“Apesar de trazermos fortes argumentos para que o banco reveja estas questões, a negociação foi mais uma vez frustrada, tendo em vista que o banco não trouxe avanços, principalmente quanto à GDP, que é vista hoje como instrumento de pressão, coação e de assédio moral”, destaca Elisa Ferreira, representante da Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul (Feeb SP/MS).
A expectativa era que o banco apresentasse uma devolutiva da mesa de negociação ocorrida no dia 30 de maio, onde os temas foram expostos.
Confira abaixo, item a item debatidos.
Revisão dos Modelos de Indução
Representantes do banco cobraram a revisão dos modelos de indução. O banco apresentou acordos de conexão para assistentes e gerentes comerciais, entre eles, gerente de serviços. Entre os módulos estão individual, coletivo e competências. Sobre a conexão gerente de serviços, antes focada na visão financeira, estão previstos indicadores voltados aos processos. A assessoria técnica também apresentou a integração dos modelos Programa de Desempenho Gratificado – PDG e GDP. “A GDP deve ser feita a partir dos acordos coletivos do trabalho, construídos em conjunto com o funcionário. A possibilidade de dar nota baixa pra todos os funcionários, mas não a mesma nota alta para todos é absurda! Se o problema é a concretude e veracidade da avaliação, a trava com relação a notas recorrentes deve ser sobre a inferior também”, defende Elisa.
Substituições
Dentre os temas abordados estão questões relacionadas à designação interina (substituições). Representantes reforçaram o pedido de ampliação das possibilidades de substituição, suspensa desde em 2007. Em resposta, o banco apresentou a ampliação para os 2° e 3° nível gerencial, que incluem gerentes de relacionamento e serviços e supervisores. A alteração é válida somente nas áreas de negócios, que conta com 21 mil funcionários. A substituição já se aplica ao 1° nível gerencial. Substituições poderão ser acionadas no caso de ausências planejadas com mais de dez dias úteis, como licença saúde, férias e abonos. De acordo com o banco, o objetivo é formar funcionários para cargos gerenciais.
“Neste quesito foi um avanço importante, reivindicado pelo movimento sindical a cada negociação, embora, ainda se pode verificar que ficam de fora muitas áreas e cargos, o que continuará com os passivos trabalhistas”, destaca a representante.
Ouvidoria
Outro tema abordado foi com relação à ouvidoria. O banco falou sobre a ampliação da estrutura e destacou o desenvolvimento de estratégias específicas com relação às denúncias de retaliações feitas por causa de registros anteriores. De acordo com a instituição, o objetivo é proteger quem denuncia e evitar o receio de denunciar.
Balanço
Para a representante da Feeb SP/MS, o banco apresenta um modelo de “Indução”, no dia seguinte ao que foi implantado, perdendo o caráter de negociação. “Vimos processo ser transformado em imposição. É um instrumento no qual a meta individual tem grande peso, o que induz e provoca o assédio moral, que é estrutural, uma vez que está sendo alimentado pelos próprios modelos de ‘indução’ e avaliação”’, destaca.
No geral, de acordo com a representante, a negociação foi avaliada sem avanços. “Concretamente não houve nenhuma resposta em relação às demandas apresentadas, o que reforça a perda do caráter de negociação do processo da mesa permanente. Neste sentido, banco frustrou a negociação”, conclui Elisa.
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