Botín diz que Santander é comprador no Brasil

24.01.2013

O presidente mundial do Grupo Santander, Emilio Botín, negou ontem que esteja em discussão a venda das operações brasileiras do banco. Segundo o executivo, a instituição quer "comprar" ativos. Para mostrar a disposição de ampliar os negócios, o banqueiro disse que pretende destinar até R$ 5 bilhões para o financiamento de projetos de infraestrutura no […]

O presidente mundial do Grupo Santander, Emilio Botín, negou ontem que esteja em discussão a venda das operações brasileiras do banco. Segundo o executivo, a instituição quer "comprar" ativos. Para mostrar a disposição de ampliar os negócios, o banqueiro disse que pretende destinar até R$ 5 bilhões para o financiamento de projetos de infraestrutura no País.

"O Banco Santander compra (ativos). Algumas vezes vendemos algo, mas no Brasil compramos", disse o executivo, após ser recebido por uma hora pela presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto. "O Santander pode às vezes comprar, hoje não tenho tempo para comprar. Em outras viagens, eu vou comprar, não vender. Para nós, o Brasil é o país número 1 entre os que estamos."

A fala de Botín se segue a uma onda de rumores sobre uma possível fusão entre o banco espanhol e o Bradesco. Os boatos são negados pelas duas instituições.

As palavras de Botín repercutiram no mercado financeiro. As ações do Santander caíram mais de 3% na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) ontem, enquanto os papéis dos principais concorrentes subiram. Nas últimas semanas, as ações da filial brasileira do banco espanhol apresentaram forte valorização justamente por causa da expectativa de venda ou fusão no País.

No ano passado, o Santander também foi alvo de rumores, mas a "noiva" da ocasião era o Banco do Brasil.

O encontro com Dilma deu continuidade às conversas da presidente com empresários. Há cerca de 10 dias, ela recebeu o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi. A última vez em que Dilma e Botín se reuniram foi em junho do ano passado, também em Brasília.

PIB. Botín disse estar otimista com a economia brasileira em 2013, após um 2012 marcado por um crescimento que deve ficar em torno de 1%. "Estou convencido de que este ano vai ser melhor que o ano passado para a economia brasileira. O que pensamos é que a economia vai crescer 3%» No ano passado, cresceu 1%. É pouco para o Brasil. Mas, comparado com o que ocorre na Europa e em outros lugares, é muito bom", afirmou.

Indagado se o governo não estaria intervindo demais na economia, Botín respondeu. "Olha, em outros países do mundo, estão intervindo mais do que deviam, como na Europa. O Brasil é um país que tem grandes empresários e confio que o governo não fará esse tipo de intervenção (semelhante à da Europa)."

O empresário disse à presidente Dilma que o Santander pretende investir R$ 3 bilhões neste ano na abertura de novos escritórios e aquisição de máquinas. No primeiro semestre, deverá ser aberto um novo centro de processamento de dados em Campinas, no interior de São Paulo, que será um dos cinco grandes centros do banco no mundo.

"O sistema bancário brasileiro funciona muito bem, tanto os três grandes bancos privados (Itaú, Bradesco e o próprio Santander) quanto os três grandes bancos públicos (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, BNDES). Temos plena confiança na marcha do Brasil, esse grande país que é a sexta economia do mundo e logo será a quinta. Estamos muito otimistas."

O executivo também destacou que o Santander vai destinar entre R$ 4 bilhões e R$ 5 bilhões para financiamento de projetos de infraestrutura. "A presidente está muito interessada em portos, aeroportos, rodovias e o banco Santander vai participar com projetos de médio e longo prazos", afirmou, destacando as áreas que receberam planos de investimento do governo em 2012.

Botín ainda frisou que o banco deve aumentar a carteira de crédito no País entre 15% e 20% em 2013. "Este ano, o objetivo do grupo é crescer a carteira de crédito", afirmou. Além de Dilma, Botín se encontrou ontem, em Brasília, com o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, e com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante.

Fonte: O Estado de S.Paulo

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