SÃO PAULO – O resultado do Bradesco no segundo trimestre deste ano veio um pouco abaixo do que esperavam analistas de mercado. O lucro líquido ajustado do banco ficou em R$ 2,978 bilhões entre abril e junho deste ano, valor 3,9% superior ao mesmo período do ano passado, mas inferior aos R$ 3,029 bilhões esperados pelos analistas ouvidos pelo Valor.
O lucro líquido contábil ficou em R$ 2,949 bilhões no segundo trimestre, o que representa uma alta de 4,1% ante o período de abril e junho de 2012.
A carteira de crédito expandida teve alta de 10,3% na mesma base de comparação, chegando a R$ 402,5 bilhões no fim de junho deste ano. A expansão está relacionada ao aumento de 10,1% da carteira de pessoas físicas e de 11,2% da carteira de micro, pequenas e médias empresas. Mais uma vez, o crescimento de grandes empresas foi inferior, ficando em 9,7%.
Vale notar que a carteira de crédito expandida inclui avais e fianças, cartas de crédito, antecipação de recebíveis de cartões de crédito, coobrigação em cessão de crédito (FIDC e CRI), coobrigação em cessão de crédito rural e operações com risco de crédito.
A inadimplência ficou em 3,7% no segundo trimestre deste ano, com queda de 0,5 ponto percentual em relação ao segundo trimestre de 2012 e 0,3 ponto percentual em comparação ao primeiro trimestre deste ano. As despesas com Provisões para Devedores Duvidosos (PDD) somaram R$ 3,09 bilhões, baixa de 0,5% sobre o primeiro trimestre.
Apesar da queda da inadimplência e também das despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa, o Bradesco teve um lucro pior do que o esperado por analistas em razão da queda na margem financeira total e do crescimento moderado da carteira de crédito.
A margem financeira total caiu 4,1% na comparação com igual período do ano passado, para R$ 10,587 bilhões.
O Bradesco mudou todas as projeções de crescimento para 2013, exceto a estimativa feita para o item “prêmios de seguros”.
A perspectiva de crescimento da carteira de crédito do Bradesco foi alterada para baixo, após a piora da expectativa de crescimento da atividade econômica brasileira. Deve crescer entre 11% e 15% tanto no que se refere a pessoas físicas quanto jurídicas. Em março, na divulgação de resultados do primeiro trimestre, o banco esperava um aumento entre 13% e 17%.
A estimativa de crescimento da margem financeira de juros em 2013 passou para um intervalo entre 4% e 8%. Antes, se situava entre 7% e 11%.
O banco deve buscar compensar o menor crescimento dessas linhas do balanço com uma melhora da prestação de serviços e despesas operacionais. O crescimento do ganho com prestação de serviços deve ficar entre 12% e 16%. Na estimativa anterior, os ganhos com os serviços deveriam crescer entre 9% e 13%.
A perspectiva de avanço das despesas operacionais saiu de 4% a 8% para 2% a 6%.
Fonte: Valor Econômico
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