Campanha Nacional: negociação conquista avanços no combate ao assédio sexual

06.07.2022

Na terceira reunião da Campanha 2022, Comando Nacional apresentou à Fenaban propostas para fim de abusos e pela equidade em todos os segmentos O Comando Nacional dos Bancários se reuniu nesta quarta-feira (6) com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para a terceira rodada de negociação da Campanha Nacional 2022 da categoria. O tema da […]

Na terceira reunião da Campanha 2022, Comando Nacional apresentou à Fenaban propostas para fim de abusos e pela equidade em todos os segmentos

O Comando Nacional dos Bancários se reuniu nesta quarta-feira (6) com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para a terceira rodada de negociação da Campanha Nacional 2022 da categoria. O tema da mesa foi Igualdade de Oportunidades, com o foco no combate ao assédio sexual. O assunto ganhou força após as denúncias de assédio sexual no sistema financeiro. “Temos acompanhado a repercussão dos casos denunciados e avançado em ações que colocam o movimento sindical à disposição das vítimas”, explica Reginaldo Breda, secretário geral e representante da Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul na mesa de negociação.

Durante a negociação desta quarta-feira, representantes lembraram que a categoria é referência no combate ao assédio sexual.  “As vítimas devem ser protegidas e acolhidas e quem compactua ou comete esse tipo de crime deve ser punido”, destaca.

O comando apresentou, sem citar o nome de vítimas, vários casos de assédio relatados aos sindicatos. Em muitos deles, os assediadores foram protegidos pelos superiores e as vítimas, caladas ou até punidas com transferências.

Pesquisa

Levantamento feito pelo Think Eva e pelo Linkedin, chamado “Assédio no contexto do mundo corporativo”, no início de 2020, aponta que menos 47,12% das participantes que responderam à pesquisa afirmaram ter sido vítima de assédio sexual em algum momento.
Para os bancários o tema deve ser tratado com rigidez tendo em vista que o Brasil registra um caso de assédio a cada 10 minutos e um caso de feminicídio a cada sete horas.

A pesquisa da Think Eva/Linkedin apontou ainda que 78% das vítimas de assédio se sentem constrangidas em denunciar os abusos, por entenderem que há impunidade

Proposta do Comando

Pela proposta do Comando, as empresas deverão se dedicar: (1) à divulgação de cartilhas para o combate ao assédio sexual, promovendo a formação do quadro sobre o tema e fornecendo mecanismos de apuração a todas as denúncias de abusos contra funcionárias e funcionários; (2) ao acolhimento das denúncias e apuração bipartite, banco e sindicato; (3) à proteção e assistência às vítimas, com período de estabilidade e transferência, quando necessário para a garantia do bem-estar da vítima; (4) e à punição rígida dos culpados.

Caberá à empresa coibir situações constrangedoras, humilhantes, vexatórias e discriminatórias, promovidas por superior hierárquico ou qualquer outro empregado no ambiente de trabalho. Em casos denunciados e reconhecidos pela empresa, todas as despesas médicas deverão ser reembolsadas ao empregado pelo banco.

O movimento ressaltou ainda, que o debate da igualdade de oportunidades vai além de um debate interno da categoria e passa a ser um debate civilizatório. “Estamos entre as categirias mais organizadas do país e devemos ser exemplos ao cobrar e fazer valer medidas mais efetivas para combater todo tipo de assédio, preconceito e violência dentro do sistema financeiro”, pontua.

Em resposta, os bancos garantiram que irão priorizar o tema na negociação deste ano, com o compromisso de avançar no combate ao assédio sexual, em especial com o aperfeiçoamento de ferramentas de prevenção aos abusos no ambiente de trabalho.

Igualdade de oportunidades

O Comando apresentou a exigência da categoria nas ações para eliminar desigualdades no local de trabalho e prevenir distorções atuais, em busca da equidade em todos os segmentos. A entidade também cobrou que seja reafirmado, por parte das empresas, o compromisso de não discriminação, de respeito e da promoção de não discriminação por raça, cor, gênero, idade ou orientação sexual, no trabalho bancário.

Pessoas com deficiência

As demandas da categoria bancária requerem a plena inclusão e integração de trabalhadores e trabalhadoras com deficiência, combate à sua discriminação e a garantia de seu trabalho em condições dignas e com respeito a suas limitações ou recomendações médicas.

Entre as ações necessárias para o cumprimento da cláusula, estão cursos de formação, conhecimento de Libras por pelo menos um funcionário por setor, promoção de acessibilidade universal, subsídio a aquisição de seus equipamentos (cadeiras de roda, muletas, prótese, bengala, óculos, aparelho auditivo, órteses) e a concessão de transporte especial e de financiamento de veículo.

Continuidade das negociações

Após todas as reuniões, a comissão da Fenaban levará aos bancos as propostas do Comando. Ao final, será apresentada uma proposta global, com todos os temas em negociação.

O Comando ainda cobrou posicionamento contrário da Fenaban à Medida Provisória nº 1116. Uma audiência no Congresso para debater a MP, que prejudica o acesso aos jovens e reduz direitos das mulheres no mercado de trabalho está prevista para esta quinta-feira (7), a partir das 14h.

Próximas negociações:

Sexta-feira, 22 de julho: Cláusulas Sociais e Teletrabalho

Quinta-feira, 28 de julho: Cláusulas Sociais e Segurança Bancária

Segunda-feira, 1º de agosto: Saúde e Condições de Trabalho

Quarta-feira, 3 de agosto: Cláusulas Econômicas

Quinta-feira, 11 de agosto: Continuação das Cláusulas Econômicas

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