Contraproposta do BB não contempla questões centrais. Dia 19, GREVE

16.09.2013

A contraproposta do Banco do Brasil apresentada hoje (16), quarta rodada com o Comando Nacional dos Bancários, em Brasília, não contempla as questões centrais da pauta específica dos funcionários. Na verdade, ficou restrita a pontos como: funcionário com deficiência; licença adoção para homens solteiros; vale cultura; bolsa-estagiário; vacina contra gripe; e auxílio educacional. Em nenhum […]

A contraproposta do Banco do Brasil apresentada hoje (16), quarta rodada com o Comando Nacional dos Bancários, em Brasília, não contempla as questões centrais da pauta específica dos funcionários. Na verdade, ficou restrita a pontos como: funcionário com deficiência; licença adoção para homens solteiros; vale cultura; bolsa-estagiário; vacina contra gripe; e auxílio educacional. Em nenhum momento toca em temas como carreira, remuneração, ascensão profissional, comissionamento e condições de trabalho. “A contraproposta do BB está muito aquém da pauta dos funcionários. O debate ficou circunscrito a temas importantes da pauta, mas periféricos. As questões centrais sequer foram debatidas. Diante desse quadro, o caminho é a greve a partir do dia 19”, avalia o secretário-geral da Federação dos Bancários de SP e MS, Jeferson Boava, que participou da negociação. A rodada de hoje só foi marcada depois da greve na Diretoria de Distribuição São Paulo (Disap), ocorrida no último dia 13. “Apesar de avisado, o BB aposta no confronto”, destaca o secretário-geral da Federação.

Contraproposta do BB

1. Abono das horas de ausências, durante a jornada de trabalho, para os funcionários com deficiência (PcD), no caso de aquisição, manutenção ou reparo/conserto de ajudas técnicas (cadeiras, prótese, etc), com limite de uma jornada de trabalho por ano.
2. Elevação da licença adoção para homens solteiros (família monoparental) ou união estável homoafetiva, de 30 para 180 dias.
3. Vale cultura equivalente a R$ 50,00 por mês para quem ganha até cinco salários mínimos.
4. Aumento do valor da bolsa estagiário, de R$ 332,97 para R$ 570,00.
5. Sem integrar o Aditivo: vacina contra a gripe para todos os funcionários; auxílio educacional para dependentes de funcionário falecido ou que tenha ficado inválido em decorrência de assalto intentado contra o Banco no valor de R$ 800,00 por mês, até 24 anos incompletos.

Principais reivindicações

Carreira e remuneração
O resultado do BB no primeiro semestre (R$ 10,03 bilhões) permite atender as reivindicações. Sem falar que a receita com tarifas, em 2012, cobriu o equivalente a 128% da folha de pagamento.
– piso de R$ 2.860; interstício de 6% entre os 12 níveis da tabela de antiguidade; 25 letras de mérito de R$ 217 possibilitando que os funcionários tenham uma boa perspectiva de incorporação de verbas salariais de caráter pessoal ao longo de uma vida dedicada ao Banco.
– inclusão de todos os escriturários e caixas na primeira faixa da Carreira de Mérito, pontuando 1,5 ponto por dia, para que a cada dois anos uma letra de mérito seja incorporada ao salário pessoal.
– correção das mudanças no Plano de Funções implantado unilateralmente em janeiro de 2013. É necessário aumentar os Valores de Referência das funções (VRs), tanto as gratificadas de 6h quanto aquelas que o Banco considera como de "confiança" e com jornada maior.
– as gratificações de funções devem ter seus valores aumentados, tornando assim equivalentes aos valores anteriores. Independente da jornada determinada, as gratificações remuneravam as responsabilidades das funções e elas não mudaram. Os adicionais de função (AFG 256 e AFC 257) devem equivaler ao somatório anterior à implantação unilateral; ou seja: ABF + ATFC + 25% de Grat. Sem.
– pagamento de anuênio para todos os funcionários. Em 1999, o BB retirou unilateralmente. Um procedimento diferente do ocorrido em outros Bancos. A categoria foi consultada em plebiscito sobre a manutenção do direito ou indenização.

Ascensão profissional e comissionamento
– fim da trava de dois anos para a concorrência às funções comissionadas.
– pagamento das substituições nas funções, tanto pelo caráter formativo e pelo fim do desvio de função quanto para a solução de diversos problemas em setores do Banco como PSO e gerência média. É uma proposta para o fim da perda de função e de vínculo com as unidades, no caso de afastamentos por questões de saúde após 90 dias.
– instituição de processo de seleção interna para o preenchimento das funções comissionadas, acabando com o subjetivismo e compadrio nas nomeações e estabelecendo regras claras e objetivas para todos. É necessário que todos tenham acesso aos certificados e cursos internos, e não somente os chamados "públicos alvo" definidos pelo BB.
– melhoria na cláusula de proteção contra descomissionamentos imotivados. Além de estabelecer um conceito mais claro para as avaliações satisfatórias e insatisfatórias, é necessária a inclusão dos primeiros gestores das unidades na cláusula, porque a partir de 2012 pioraram o assédio e as ameaças aos gestores com a implantação do Novo Sinergia BB e a falta de gestão coerente das metas, onde metas individuais e diárias ameaçam a vida profissional de milhares de comissionados que percorreram longo caminho até a posição que ocupam na carreira e estão sendo "convidados" ou forçados a sofrer reduções salariais.

Condições de trabalho
– contratação de mais cinco mil bancários dos concursos em aberto, com a revisão urgente das dotações insuficientes das unidades de trabalho.
– fim da exploração dos estagiários como interposição fraudulenta de mão de obra e revisão dos valores das bolsas recebidas por eles. A reivindicação é que o BB cumpra a Convenção Coletiva de Trabalho que prevê valores baseados no piso da categoria, adequadas às jornadas do estágio.
– fim das metas diárias, proibição do envio de torpedos, -e-mails e demais formas de assédio e ameaças na cobrança de metas, e fim das metas individuais inclusive na nova GDP.
– aumento na dotação das PSO e nomeação dos milhares de caixas substitutos, pagamento das substituições dos gerentes de serviços, solução para os delegados sindicais eleitos que atuam nos caixas e estão vinculados aos prefixos das plataformas, criação de gratificação de caixa líder ou de supervisor de caixa. Além de avançar na pontuação do mérito dos caixas e retroagir ao histórico de cada um.
– solução imediata, com definição de prazo, para a inclusão de todos os funcionários de bancos incorporados nos direitos da Cassi e da Previ. Também foram citadas várias discriminações no dia a dia e nos locais de trabalho no uso de direitos coletivos do ACT pelo fato de alguns funcionários terem origem em bancos incorporados.
– fim da perda de função e vínculo com a unidade de trabalho para as pessoas que se afastarem por motivo de doenças, sejam elas ocupacionais, acidente de trabalho ou por outras origens.
– melhoria no plano odontológico e extensão para os aposentados.
– criação de direito novo de complemento de aposentadoria na Previ relacionado à pagamentos de PLR e auxílio alimentação.

Texto: Jairo Gimenez – Seeb Campinas

 

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