Dados econômicos e balanços impulsionam mercados globais

08.10.2020

A confiança voltou com força aos mercados financeiros ontem. Os fortes lucros de empresas – especialmente bancos europeus – e dados de produção melhores do que as previsões em ambos os lados do Atlântico levaram as bolsas de valores em todo o mundo à maior alta em 11 semanas e o barril de petróleo para […]

A confiança voltou com força aos mercados financeiros ontem. Os fortes lucros de empresas – especialmente bancos europeus – e dados de produção melhores do que as previsões em ambos os lados do Atlântico levaram as bolsas de valores em todo o mundo à maior alta em 11 semanas e o barril de petróleo para acima de US$ 81 dólares o barril pela primeira vez desde maio.
O índice do Instituto de Gestão de Suprimentos (IGS) nos EUA baixou de 56,2 em junho para 55,5 em julho, numa queda menor do que a esperada pelos economistas. Isso marcou a décima segunda leitura sucessiva acima do crucial nível 50, sinalizando expansão. Mas foi também um terceiro mês consecutivo de crescimento mais lento.
 
James Knightley, economista do ING, comentou que a pesquisa detectou uma melhoria no emprego, mas disse que os componentes cruciais do relatório – dados de produção e novos pedidos – sugerem que o ímpeto de crescimento americano está se esvaindo.
"Com a confiança do consumidor em níveis baixos, existe um risco de que a demanda possa continuar caindo, produzindo novos declínios nesses índices", disse ele. "Consequentemente, os dados permanecem consistentes com a nossa opinião que os EUA experimentarão um crescimento mais fraco no segundo semestre de 2010."
 
No mercado de câmbio, essas preocupações com o crescimento, ajudaram a levar o dólar (ponderado por volumes de comércio) para um mínimo em três meses e permitiu que o euro ultrapassasse US$ 1,32 pela primeira vez desde maio. Isso aconteceu depois que os dados de produção da indústria de transformação mostraram sinais de uma recuperação. A leitura final do índice dos gerentes de compras na região melhorou para 56,7 em julho, de um mínimo de 55,6 em quatro meses.
 
Howard Archer, economista-chefe para o Reino Unido e Europa na SEU Global Insight, disse que o relatório aumentou as esperanças de que o crescimento na zona do euro possa se sustentar, no terceiro trimestre, após uma provável melhora acentuada no segundo trimestre. Ele advertiu, no entanto, que os fabricantes da região poderão encontrar cada vez mais dificuldades para, nos próximos meses, sustentar seu notável desempenho. "As correções de estoques podem estar chegando ao fim em alguns países, o crescimento mundial parece estar desacelerando e a demanda interna provavelmente ficará limitada em alguns países da zona euro devido ao gradual aperto de política fiscal", disse ele.
 
Jane Foley, do Forex.com, destacou o valor de leitura de 61,2 para o índice de gerentes de compras alemão. "Ficou cada vez mais difícil ignorar o vigor da recuperação alemã e será interessante ver a reação do presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, a esse fato nesta semana, na reunião de política monetária de agosto", disse ela.
 
Foley reconheceu haver pouca chance de o BCE aumentar as taxas de juro antes de meados de 2011, mas disse: "Há, atualmente, um contraste entre a política de normalização em curso no BCE e a decisão do Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA) de deixar a porta aberta para um afrouxamento monetário ainda maior. Embora as perspectivas de médio prazo para o euro ainda estejam soldadas pela possibilidade de que a Grécia possa ser obrigada a reestruturar sua dívida, há a possibilidade de que o euro possa ser pressionado para cima no curto prazo".
 
Em sua grande maioria, os investidores pareciam dispostos a desprezar grande parte dos indícios de que a atividade industrial na China está esfriando, em parte por causa das expectativas de que um crescimento mais fraco poderia manter frouxa a política monetária chinesa.
Os dados trouxeram poucos temores para os investidores nas bolsas asiáticas, pois o índice Shanghai Composite subiu 1,3% para um pico de 2,5% em dois meses, e a bolsa de Hong Kong atingiu um pico em três meses. Tóquio subiu 0,4%.
 
O ressurgimento do otimismo quanto a uma recuperação mundial ajudou a impulsionar uma ampla alta nos preços das commodities industriais. O petróleo subiu mais de US$ 2 por barril, sendo negociado acima de US$ 81 e o cobre registrou um novo pico em três meses, embora o ouro tenha recuado após um avanço inicial.
 
Títulos de governos recuaram, à medida que os investidores migraram para as bolsas, embora a divida soberana de países periféricos da zona do euro tenham se beneficiado das perspectivas mais róseas para os bancos europeus.
 

O rendimento dos títulos de 10 anos do Tesouro americano subiram 3 pontos-base, para 2,94%, ao passo que os correspondentes "bunds" alemães desde 10 anos também ganharam 3 pontos-base, para 2,7%. O diferencial entre os bunds e os títulos espanhóis de 10 anos estreitou 8 pontos-base, para 146 pontos-base.

Dave Shellock, Financial Times

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